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Carla Araújo

Anvisa diz que atraso para importação é por conta de transição na diretoria

Foto ilustrativa da CoronaVac, desenvolvida pela chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan - Cadu Rolim/Fotoarena/Estadão Conteúdo
Foto ilustrativa da CoronaVac, desenvolvida pela chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan Imagem: Cadu Rolim/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Do UOL, em Brasília

22/10/2020 19h24Atualizada em 22/10/2020 23h04

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A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) rebateu as acusações do Butantan, de que está retardando a autorização para a importação da matéria-prima da farmacêutica Sinovac que possibilitará a fabricação da vacina chinesa no Brasil, e alegou que o atraso nas autorizações acontece por conta da transição da diretoria da agência.

"Devido ao período de transição da composição da diretoria colegiada da Agência, a decisão sobre o pedido de importação foi colocada em Circuito Deliberativo", disse em nota. Este tipo de votação, que acontece pela coleta de votos dos diretores em meio eletrônico, deve apresentar decisão em no máximo 5 dias úteis. "Desta forma, a decisão não depende da realização de reunião presencial de Diretoria Colegiada", afirma a agência.

Ainda não há uma data para a posse da nova diretoria, que depende da publicação dos novos membros no Diário Oficial da União. Reportagem do jornal Folha de S.Paulo mostra que a lista dos novos diretores da Anvisa reúne um militar muito próximo ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), um apadrinhado do bloco político centrão e uma médica defensora do uso da hidroxicloroquina contra a Covid-19.

Conforme mostrou a colunista Mônica Bergamo, o diretor-geral do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse que recebeu a informação de que o assunto só será tratado em uma reunião marcada para o dia 11 de novembro e que a fábrica do Butantan "já está pronta para produzir a vacina" e só aguarda a autorização para importar a matéria-prima.

Aceno ao presidente

Em meio à polêmica envolvendo o presidente Jair Bolsonaro, que já afirmou que não comprará o que ele chamou de "vacina chinesa do Dória", em referência ao governador paulista, João Doria, na nota, a Anvisa faz um aceno ao governo federal ao destacar que "ainda que o pedido de importação seja autorizado, a vacina não pode ser aplicada na população, tendo em vista que a Coronavac não possui registro sanitário no Brasil".

Por fim, a agência diz que "reafirma o compromisso de trabalhar de forma técnica e com a missão de proteger a saúde da população brasileira".