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Contrariado com falas de médica, governo agora quer negar convite feito
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Após as fortes manifestações da médica Ludhmila Hajjar, que disse ter recusado o convite feito pelo presidente Jair Bolsonaro para que ela assumisse o Ministério da Saúde, auxiliares do governo tentaram criar a narrativa de que "não houve um convite formal".
"Dra. Ludhmila é uma médica de muita credibilidade. São injustos os ataques dirigidos a ela. Não procedem as informações de declínio do convite por divergências entre ela e o PR. Houve conversas fluidas entre eles, mas não pode ter havido recusa a convite que não foi feito", escreveu nas redes sociais o ministro da Comunicações, Fábio Faria.
Outros membros do governo ouvidos pela coluna disseram que o ponto principal de resistência por parte de Bolsonaro foi a revelação de alguns posicionamentos públicos da médica nas redes sociais.
Segundo um ministro, "alguém que tem foto com Dilma não pode ser ministra de Bolsonaro". Além disso, as posições da médica contra a cloroquina e a favor das medidas de restrição de circulação incomodaram o presidente. "Eles conversaram, mas não teve o convite oficial", alegou outro ministro.
Em entrevista à CNN e a à GloboNews, a médica, no entanto, garantiu que foi convidada, explicou que recusou o convite por divergências técnicas com o governo e revelou ameaças.
De acordo com auxiliares do presidente, Bolsonaro teria decidido escutar a médica depois de uma série de indicações e recomendações de políticos e até mesmo de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).
Há tempos Bolsonaro vem sendo convencido de que era melhor trocar o general Eduardo Pazuello e, apesar da resistência inicial, agora a decisão já está tomada.
A alegação é que com o Brasil vivendo um dos piores momentos da pandemia, com o ex-presidente Lula de volta ao jogo político e com a pressão do centrão pedindo a cabeça de Pazuello criaram a "tempestade perfeita" para a saída do ministro.
A saída de Pazuello, no entanto, só será efetivamente anunciada após a escolha de um sucessor. Uma tarefa, que admitem auxiliares do presidente, não está sendo fácil.
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