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Lista do governo para CPI é criticada no Planalto e opõe Ramos e Onyx
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A ideia do ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, de enviar para 13 ministérios uma tabela com 23 acusações frequentes sobre o desempenho do governo no combate à pandemia foi alvo de críticas de aliados do presidente Jair Bolsonaro e de auxiliares de dentro do Palácio do Planalto. A existência da lista foi revelada com exclusividade pelo colunista do UOL, Rubens Valente.
A estratégia elaborada pelo general, que antes cuidava da articulação com o Congresso, foi apontada por alguns interlocutores do presidente como uma ideia de militar que não tem visão política. "Não se dá munição aos inimigos", disse um auxiliar.
Segundo fontes palacianas, nos últimos dias o presidente pediu a seus auxiliares que fizessem um trabalho para defender o governo durante a CPI da Pandemia. A partir de então, teria surgido a ideia de fazer um levantamento das dificuldades que o governo poderia enfrentar.
A falha de Ramos, na avaliação de fontes do governo, é que não se trata de um tema delicado como este enviando e-mail a diversos ministérios, já que a chance de vazamento aumenta. O melhor a se fazer, diz uma fonte do governo, é agir de forma organizada, porém discreta.
À coluna, o ministro defendeu a elaboração da lista, lamentou o vazamento, mas disse que ela é necessária. "É uma preparação necessária e será constante. O governo precisa dessas informações e isso com certeza vai ajudar na defesa na CPI. Apesar disso, não temos medo do resultado dos trabalhos", afirmou.
Onyx tem reforçado nos bastidores que sua experiência mostra que o ideal é analisar o requerimento da CPI, se ater aos pontos levantados e, por mais que se tenha que estar "vacinado" contra críticas, essas informações devem ficar guardadas num nível estratégico.
"O escolhido"
Bolsonaro teria, inclusive, escolhido de como uma espécie de porta-voz do governo com os parlamentares o ministro da Secretaria Geral, Onyx Lorenzoni. A avaliação feita é de que o ministro - que é deputado - tem a experiência de pelo menos dez CPIs ao longo de sua trajetória parlamentar e poderia ajudar o governo em sua defesa.
Por determinação do presidente, caberá a Ramos a coordenação interministerial, que é uma função da Casa Civil, mas a estratégia política de defesa ficará com Onyx.
A atual ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, que tem como atribuição de sua pasta a articulação com os parlamentares tem duas dificuldades para tomar à frente da defesa do governo. A primeira é que ainda precisa conquistar espaço e a confiança do presidente. A segunda é que por ser deputada sua articulação é mais direta com os colegas da Câmara, ainda há pontes para serem construídas com o Senado.
Pazuello de volta
A estratégia do presidente Bolsonaro para tentar se defender na CPI tem pelo menos mais uma jogada arriscada: o retorno de Pazuello ao governo.
Já é dado como certo no Palácio do Planalto que o ex-ministro deve assumir nos próximos dias o cargo na Secretaria-Geral, justamente subordinado ao ministro Onyx. O cargo estudado no momento é na Secretaria de Modernização do Estado.
O ex-secretário-executivo de Pazuello na saúde, coronel Élcio Franco já está despachando no Planalto e ganhou um cargo de assessor especial na Casa Civil, de Ramos, na semana passada. O ministro da Casa Civil já conhecia o coronel dos tempos do Exercito e resolveu abrigar o ex-secretário na pasta, já que para assumir o cargo na Saúde, Élcio se mudou com a família para Brasília.
Assim como Pazuello, fontes do governo acreditam que Élcio pode colaborar para dar as respostas necessárias durante os trabalhos da CPI.
A estratégia, no entanto, também não é vista com bons olhos por alguns auxiliares do presidente. Há que tema que trazer para tão perto "o problema Pazuello" pode ser um tiro no pé.
Pazuello "sem juízo"
A foto de Pazuello sem máscara em Manaus, que circulou nas redes sociais, chegou ao Planalto nesta segunda-feira e causou incômodo. A avaliação foi de que o ex-ministro está "sem juízo" e "não sabe o que é uma CPI".
Apesar disso, a ideia de trazer o ex-titular da Saúde para o Planalto é uma decisão do presidente Bolsonaro e, pelo menos até o momento, está mantida.
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