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Programa para caminhoneiros não terá proteção contra alta do diesel
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O presidente Jair Bolsonaro vai tentar fazer barulho nesta terça-feira (18) com o lançamento do programa batizado de "Gigantes do Asfalto", um pacote de medidas voltadas para atender os caminhoneiros.
Enquanto a CPI da Covid avança e tem nessa semana dois dos depoimentos considerados mais perigosos pelo Palácio do Planalto, Bolsonaro tem usado duas táticas para contrapor o trabalho dos senadores: a primeira é seguir com a sua cortina de fumaça com declarações polêmicas, como chamar os brasileiros que respeitam o isolamento social de "idiotas".
A outra é criar eventos, supostamente uma "agenda positiva", para tentar contrapor as notícias negativas que surgem em massa conforme avançam os depoimentos da CPI da Covid.
Bolsonaro já havia pedido que o governo preparasse um pacote de bondades aos caminhoneiros desde que a categoria ameaçou uma greve no início do ano. A ordem agora foi acelerar o lançamento.
Justamente, por isso, no anúncio de hoje haverá ao menos uma frustração para a classe: a questão da oscilação do preço do diesel não será contemplada.
Da pasta do ministro da Economia, Paulo Guedes, as medidas serão basicamente oferecer crédito para a categoria e um programa de antecipação de recebíveis.
Não há, segundo fontes do governo, pelo menos neste primeiro momento, a ideia de criar um voucher para que os motoristas possam utilizar quando que houver uma oscilação muito elevada do petróleo —o que afeta o preço do diesel.
Também não será apresentada hoje a volta da isenção do Pis/Cofins do preço do diesel, medida que Bolsonaro praticamente forçou Guedes a tirar do papel e que acabou em abril.
Ministro candidato
A escolha do nome "Gigantes do Asfalto", segundo fontes do governo, foi do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, que deve ser a grande estrela do lançamento desta terça-feira.
O ministro, que mantém uma interlocução direta com os caminhoneiros, ganha cada vez mais espaço com o presidente Bolsonaro, que está praticamente está em campanha para tornar o ministro um candidato na eleição de 2022.
O objetivo de Bolsonaro é lançar o atual ministro como candidato ao governo de São Paulo. Apesar disso, pessoas próximas afirmam que o melhor (e com mais chances de êxito) seria que Tarcísio concorresse a uma vaga ao Senado por Goiás.
Uma coisa, segundo auxiliares do presidente, é fato: Tarcísio, antes considerado do quadro técnico da Esplanada, agora "virou político".
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