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Bolsonaro não pretende afastar ou demitir Salles após operação da PF
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O presidente Jair Bolsonaro conversou nesta quarta-feira (19) de manhã com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, a respeito da operação da Polícia Federal (PF) que realizou busca e apreensão em endereços do ministro e no Ministério.
Segundo auxiliares do presidente, após a conversa, Bolsonaro reiterou seu apoio ao ministro, pediu que ele desse sua explicação dos fatos e afirmou a pessoas próximas que por ora não vê razões para afastar ou até mesmo demitir o ministro.
Para interlocutores do ministro, há inclusive "a enorme possibilidade" de Bolsonaro fazer alguma espécie de apoio público a Salles.
A avaliação feita por auxiliares do presidente é que a Operação, que foi autorizada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, tende a acirrar os ânimos entre o Executivo e o Judiciário.
Como mostrou a colunista do UOL, Carolina Brígido, Moraes surpreendeu não apenas o governo com a decisão. Ele sequer avisou os outros ministros da Corte que adotaria as medidas na manhã desta quarta-feira (19).
Apesar disso, ao falar com a imprensa na manhã de hoje, Salles disse que Moraes foi induzido ao erro pela Polícia Federal e evitou embate direto com o ministro.
"Esse inquérito, pelo pouco que sabemos, porque não tive acesso ainda, foi instruído de uma forma que acabou induzindo o ministro relator a erro. Induzindo justamente a dar a impressão de que houve, ou que teria havido, possivelmente uma ação concatenada de agentes do Ibama e do ministério do meio ambiente para favorecer ou para fazer o destravamento indevido do que quer que seja", disse.
Apoio da PGR
Em um aceno ao governo, a PGR (Procuradoria Geral da República), comandada por Augusto Aras, que tem ainda a expectativa de disputar uma das vagas no STF, informou que não foi consultada sobre a operação da PF.
"A respeito de notícias veiculadas pela imprensa de que autoridade com foro no STF foi alvo de busca e apreensão, a PGR informa que não foi instada a se manifestar sobre a medida, o que, em princípio, pode violar o sistema constitucional acusatório", diz a nota da PGR.
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