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Argumento de Pazuello não deve convencer Exército; generais querem punição
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O argumento escolhido pelo ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, de que ao participar de um evento no Rio de Janeiro com o presidente Jair Bolsonaro não estaria em um palanque político não deve sensibilizar integrantes do Alto Comando. Um general que faz parte do grupo afirmou à coluna que as explicações de Pazuello "não convencem".
Na avaliação dos militares de alta patente, a infração de Pazuello foi "pública e notória" e segue passível de punição. A expectativa é de que o Comandante do Exército, general Paulo Sérgio, aplique ao menos uma advertência a Pazuello.
O receio segue o mesmo: o Exército não pode deixar brecha para autorizar que outros militares sintam-se a vontade em palanques, ainda mais em ano pré-eleitoral.
Generais da reserva que têm acompanhado o caso disseram à coluna que consideram o argumento usado pelo ex-ministro de "ridículo".
Alegam que o fato de o presidente não ter partido não significa que ele já não está em plena campanha de reeleição.
Nas palavras de um general, "o presidente só fala e pensa em 2022. Como não é ato político?".
Nesta sexta-feira, em entrevista ao UOL, o ex-ministro e general da reserva, Carlos Alberto dos Santos Cruz afirmou que nem Pazuello acredita na sua versão apresentada como defesa.
"Saímos do limite do razoável e fomos para o limite do absurdo para ter que escutar coisa desse tipo", afirmou.
Alinhado com Bolsonaro
O argumento do ex-ministro da Saúde seguiu um script apresentado também por Bolsonaro, de que o ato no Rio seria apenas um passeio programado de motociclistas.
"Parabéns aos motociclistas do Brasil! É um encontro que não teve nenhum viés político, até porque não estou filiado a partido nenhum ainda. Foi um movimento pela liberdade, democracia e apoio ao presidente", disse o presidente ontem (27) durante sua live semanal, transmitida de São Gabriel da Cachoeira (AM).
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