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Carla Araújo

REPORTAGEM

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Para evitar ampliar crise, governo deve manter Ricardo Barros na liderança

Do UOL, em Brasília

28/06/2021 15h50

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Apontado pelo deputado Luis Miranda (DEM-DF) como o parlamentar que estaria envolvido em supostas irregularidades no caso da vacina indiana Covaxin, o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), deve permanecer como o representante do governo de Jair Bolsonaro na Casa.

Interlocutores diretos do presidente minimizaram hoje a citação do nome de Barros e afirmaram à coluna que não há razões, "no momento", para que ele deixe o cargo. Nas palavras de um ministro, "Barros continua com o governo".

Cargo estava sob pressão

Há alguns meses, havia um movimento na Câmara e no centrão pela saída de Barros da liderança. Segundo fontes palacianas, a reclamação chegou ao presidente Bolsonaro por meio do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Na ocasião, no entanto, Bolsonaro falou que avaliaria a situação de Barros, mas que não via razões para a troca.

Agora, a avaliação que está sendo feita pelo governo é que uma eventual troca do líder —logo após o seu nome ser envolvido em suspeitas de irregularidades— poderia dar um sinal errado de que Bolsonaro admitiria ao menos parte da culpa no episódio.

Justamente por isso, até mesmo o presidente da Câmara foi avisado de que não seria o momento para a troca e, segundo fontes do Congresso, não há intenção de ampliar a pressão para a saída de Barros.

O cargo é uma atribuição do governo, mas o presidente costuma alinhar com os parlamentares a indicação.

Segundo o deputado Luis Miranda, ao relatar a Bolsonaro as suspeitas em torno da vacina indiana, o presidente teria respondido que era algo que estava sendo tratado por Barros. O deputado nega qualquer envolvimento no caso.

Nesta segunda-feira (28), ao falar do caso, Bolsonaro preferiu poupar o auxiliar e disse que não tem como saber tudo o que acontece em todos os ministérios.