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Governo gastou R$ 5 milhões em propaganda para a privatização dos Correios
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Enquanto trabalhadores estão em disputa judicial com os Correios para negociar aumento salarial e melhores condições de trabalho, o governo federal gastou R$ 5 milhões em campanha publicitária para defender a privatização da empresa.
Os recursos foram gastos na produção das peças e na respectiva veiculação/divulgação da campanha entre os dias 3 e 10 de agosto. Segundo o governo, mesmo com a matéria ainda em tramitação no Congresso, "não há previsão de continuidade" da campanha.
Os dados foram obtidos pela coluna por meio da Lei de Acesso à Informação, depois de a Secretaria de Comunicação da Presidência não fornecer as informações solicitadas.
O período da campanha coincidiu justamente com a apreciação do projeto de lei na Câmara dos Deputados, que acabou aprovando a matéria no último dia 5.
O texto seguiu para o Senado e se for aprovado sem alterações ainda precisará da sanção do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O governo planeja fazer o leilão da estatal no primeiro semestre de 2022.
Vale a pena privatizar?
Conforme mostrou reportagem do UOL, os Correios são lucrativos e, nos últimos 20 anos, repassaram 73% dos resultados positivos acumulados ao seu único acionista, o governo federal.
Para críticos da privatização, os números reforçam que vender a empresa é um erro, enquanto alguns especialistas afirmam que os rendimentos da estatal não são o principal fator a ser levado em consideração.
Os Correios possuem o monopólio de correspondências no Brasil e concorrem com empresas privadas em outros serviços, como entregas de mercadorias. Estudos contratados pelo BNDES apontam como uma das melhores soluções a venda de 100% da estatal, com manutenção do monopólio postal e a regulação do serviço privado.
Privatização já está em análise no STF
A privatização dos Correios é objeto de uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal), movida pela Associação dos Profissionais dos Correios (ADCap) e está sob responsabilidade da ministra Cármen Lucia.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) já se manifestou contra a privatização do serviço postal e dos correios aéreos.
O governo do presidente Jair Bolsonaro trata a privatização dos Correios como uma das suas pautas positivas de sinalização para a manutenção da agenda liberal do ministro da Economia, Paulo Guedes.
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