Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Em dia útil, Bolsonaro perde o pudor e troca o trabalho por motos e cavalos
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Terça-feira, dia 31 de agosto de 2021, e o presidente Jair Bolsonaro dá demonstrações de que suas prioridades estão longe de ser as mesmas de todos os brasileiros. Além de sua insistência na tentativa de inflar os atos de 7 de setembro, Bolsonaro despiu-se de pudor e já vestiu de vez o uniforme de candidato à reeleição. Chegou a subir em palanque, ao som de seu jingle de campanha de 2018, em Uberlândia (MG).
Parece que vivemos em um país sem problemas. É como se a pandemia tivesse acabado, como se as contas estivessem em ordem.
Mas a realidade é outra: a variante Delta está ai e traz um cenário de atenção para setembro. A energia vai ficar ainda mais cara, a gasolina já bateu na faixa dos R$ 7, a inflação está em trajetória de alta. O que não falta é problema na mesa da autoridade máxima do país.
O dia de hoje, inclusive, teve uma série de outras agendas em Brasília, mas não para Bolsonaro.
Pela manhã, enquanto os presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, tiveram um encontro com o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luiz Fux, para tentar encontrar uma solução para o "meteoro" dos precatórios, o presidente passeava a cavalo pelas ruas de Uberlândia, em Minas Gerais.
Pela tarde, enquanto o Ministério da Economia apresentava o Orçamento de 2022 — que não prevê recursos para o Bolsa Família turbinado — Bolsonaro passeava de moto pelas ruas da cidade mineira.
Originalmente, a agenda presidencial em Uberlândia tinha como objetivo a inauguração de um Complexo de Captação e Tratamento de Água. O evento, no entanto, não foi a principal atração da agenda do dia de trabalho do presidente.
Antes da agenda oficial, Bolsonaro pegou uma bandeira do Brasil e resolveu andar a cavalo pela cidade.
No início do seu discurso na cerimônia, Bolsonaro tentou justificar a atitude e disse que era uma obra "do destino".
Quis o destino que por ocasião da minha chegada aqui tinha um cavaleiro com a bandeira do Brasil, eu parei e muito simpático eu montei no cavalo dele"
Jair Bolsonaro, presidente e candidato à reeleição
À tarde, ainda em Uberlândia, foi a vez de o presidente participar de uma motociata pela cidade mineira, causando novas aglomerações.
O comportamento do presidente — de causar aglomerações e não usar máscara — já é comum, nem chega a causar mais surpresa, mas em menos de uma semana Bolsonaro parece ter perdido o pudor e pela segunda vez — em horário de expediente — decidiu passear de moto.
Na última sexta-feira (27), Bolsonaro participou de um passeio de moto em Goiânia, também por volta das 15h. Antes, o presidente ainda guardava esses momentos para os finais de semana e as atividades eram classificadas como "agenda privada ou pessoal".
Depois, subiu em palanque e disse que a passagem pela "querida Minas Gerais não tem preço".
Todos esses eventos — fora da agenda oficial — são transmitidos pelas redes sociais do presidente.
A despeito de todos os problemas em sua mesa sem solução, Bolsonaro escancara que seu foco é apenas um: permanecer no poder. A pergunta que fica é como isso não se configura em campanha antecipada?
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