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Carla Araújo

REPORTAGEM

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Caixa e Banco do Brasil permanecem na Febraban, após polêmica de manifesto

6.mai.2021 - O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) - Reprodução/Facebook
6.mai.2021 - O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) Imagem: Reprodução/Facebook

Do UOL, em Brasília

03/09/2021 11h07Atualizada em 03/09/2021 16h45

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A Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil desistiram de sair da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos). Os dois bancos públicos ameaçaram deixar a entidade caso ela fosse signatária de um manifesto que está sendo preparado pela Fiesp em defesa da democracia.

A decisão de permanecer na entidade aconteceu na última quinta-feira após uma reunião no Palácio do Planalto com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e que contou com a participação dos dirigentes dos bancos e outros ministros.

Segundo apurou a coluna, a decisão também levou em conta o fato de que a Febraban decidiu publicar um comunicado informando que não ficaria mais vinculada ao documento da Fiesp.

O comunicado da Febraban foi divulgado na quinta-feira (2) à noite. Na nota, a entidade reafirma o apoio ao conteúdo do texto que está sendo elaborado pela Fiesp, diz que cumpriu "seu papel ao se juntar aos demais setores produtivos do Brasil num pedido de equilíbrio e serenidade, elementos basilares de uma democracia sólida e vigorosa".

Apesar disso, na nota, a Febraban afirma que está desvinculada do texto que será publicado pela entidade das indústrias de São Paulo e que considera o assunto encerrado.

"A Febraban avalia que, no seu âmbito, o assunto está encerrado e com isso não ficará mais vinculada às decisões da FIESP, que, sem consultar as demais entidades, resolveu adiar sem data a publicação do manifesto".

A nota diz ainda que a Federação "manifesta respeito pela opção do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, que se posicionaram contrariamente à assinatura do manifesto".

Com isso, segundo fontes do governo, a polêmica que envolveria os bancos públicos com um manifesto que poderia ser interpretado contra o governo foi superada.

O Banco do Brasil declarou que reconhece o esforço de todos os envolvidos na busca por soluções e que o episódio reforça o papel da Febraban.

"Chegamos a um entendimento que é fruto de discussões respeitosas entre as partes e que não inibe a livre expressão de qualquer membro da Federação. O comunicado da Febraban, por um lado, reafirmou sua convicção pelo conteúdo pacífico e equilibrado do manifesto e, por outro, acena ao BB e à CEF quando registra a desvinculação do movimento liderado pela FIESP, contribuindo para a solução do impasse", disse Fausto Ribeiro, presidente do BB.

Veja a íntegra do comunicado da Febraban:

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) reafirma o apoio emprestado ao manifesto "A Praça é dos Três Poderes", cuja adesão se deu, desde o início, dentro de um contexto plurifederativo de entidades representativas do setor produtivo e cuja única finalidade é defender a harmonia do ambiente institucional no país.

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) assumiu a coordenação do processo de coleta de assinaturas e se responsabilizou pela publicação, conforme e-mail dirigido a mais de 200 entidades no último dia 27 de agosto.

A Febraban considera que o conteúdo do manifesto, aprovado por sua governança própria, foi amplamente divulgado pela mídia do país, cumprindo sua finalidade. A Federação manifesta respeito pela opção do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, que se posicionaram contrariamente à assinatura do manifesto.

Diante disso, a Febraban avalia que, no seu âmbito, o assunto está encerrado e com isso não ficará mais vinculada às decisões da Fiesp, que, sem consultar as demais entidades, resolveu adiar sem data a publicação do manifesto.

A Febraban confirma seu apoio ao conteúdo do texto que aprovou, já de amplo conhecimento público, cumprindo assim o seu papel ao se juntar aos demais setores produtivos do Brasil num pedido de equilíbrio e serenidade, elementos basilares de uma democracia sólida e vigorosa.