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Braga Netto veste camisa de Bolsonaro, mas Exército ainda crê em distância
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Com uma camisa preta que tinha a imagem de uma caveira e uma ilustração da bandeira do Brasil, o ministro da Defesa, Braga Netto, "desfilou" por Brasília nesta terça-feira (7) reforçando a ideia de que apoia cada vez mais os rompantes golpistas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Após a cerimônia de hasteamento da bandeira, o ministro acompanhou o presidente Jair Bolsonaro na manifestação que aconteceu na Esplanada dos Ministérios.
Para alívio de militares do alto escalão, no entanto, o ministro não discursou e também decidiu não acompanhar Bolsonaro para o protesto na Avenida Paulista, em São Paulo.
Militares de alta patente ouvidos pela coluna tentaram inclusive minimizar a presença de Braga Netto no ato em Brasília e afirmaram que a manifestação aconteceu de "forma ordeira", sem nenhuma ameaça concreta de invasão do STF (Supremo Tribunal Federal), por exemplo.
Não é de hoje que o ministro de Defesa vestiu de fato a camisa do bolsonarismo, mas o receio maior era que usasse o cargo e nome das Forças Armadas em alguma fala com tom golpista nos atos de hoje.
Para alguns generais ouvidos pela coluna, apesar de estar longe do recomendável, a participação de Braga Netto nos atos não tem nenhuma proibição, já que o seu cargo é político.
Havia um receio até mesmo uma participação do Comandante do Exército, general Paulo Sérgio, o que (também para alívio dos militares) não aconteceu.
Na avaliação de um general da ativa, mesmo com o ministro da Defesa "na foto" que Bolsonaro diz que quer mostrar para os presidentes de outros Poderes, não há razões para que os atos deste 7 de setembro inflem uma suposta participação dos militares em alguma tentativa de golpe.
"Qualquer golpe inconstitucional com a presença das Forças Armadas segue fora de cogitação", afirmou.
E o Mourão?
Chamou a atenção entre alguns militares a presença do vice-presidente Hamilton Mourão também no ato político em Brasília.
Mourão havia dito a interlocutores que não pretendia participar. Além disso, o presidente e seu vice possuem uma relação não muito harmoniosa e Mourão busca equacionar falas de tons golpistas de Bolsonaro.
Nesta terça-feira, porém, Mourão, assim como Braga Netto, decidiu estar na fotografia com Bolsonaro.
Ao jornal O Globo, Mourão justificou a presença com a expressão em francês "Noblesse oblige", que significa "a nobreza obriga", ou seja, que seria uma imposição do cargo que ocupa.
Ainda faltam, porém, mais explicações do vice-presidente e também do ministro da Defesa sobre até onde de fato estão dispostos a apoiar as falas antidemocráticas que Bolsonaro registrou na história do Brasil neste 7 de setembro.
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