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Carla Araújo

REPORTAGEM

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Guedes se irrita com negociações de precatórios e fala em "desastre"

Ministro da Economia, Paulo Guedes - Valdenio Vieira/PR
Ministro da Economia, Paulo Guedes Imagem: Valdenio Vieira/PR

Do UOL, em Brasília

19/11/2021 17h19

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O ministro da Economia, Paulo Guedes, tem mantido distância das negociações da PEC dos Precatórios no Senado. A postura é uma sinalização do que costuma chamar de "momento da política atuar". Apesar disso, o "Posto-Ipiranga" já avisou a auxiliares que algumas mudanças propostas seriam um "desastre".

Segundo apurou a coluna, em tom irritado, Guedes afirmou que se o governo concordar com a proposta de retirar todo o montante de R$ 89 bilhões do teto de gastos é melhor ele deixar o comando da pasta. "Se for para deixar fazerem isso, eu estou fora", disse Guedes a auxiliares.

A avaliação é de que pagar os precatórios fora do teto, por meio de créditos extraordinários, seria um desastre com potencial de causar ainda mais aceleração na inflação.

Apesar da afirmação irritada de Guedes, auxiliares do ministro descartam a saída dele neste momento. As últimas derrotas da equipe econômica de fato abateram o 'Posto-Ipiranga', mas ele ainda contaria com o apoio de Bolsonaro e pessoalmente quer continuar no cargo.

A avaliação de fontes do Planalto é de que é natural que o ministro tente defender o equilíbrio fiscal, mas Guedes já teria entendido que a agenda de Bolsonaro agora tem como foco o seu projeto político de reeleição.

No Ministério da Economia, a ordem é tentar conter danos e evitar polêmicas para não contaminar as negociações da PEC. O governo corre contra o tempo para aprovar a matéria e viabilizar o pagamento do Auxílio Brasil de R$ 400.

Aumento para 'alguns' servidores

Apesar de ser contrário à proposta de Bolsonaro de usar a verba que será liberada pela PEC dos Precatórios para dar aumento a todos os servidores públicos federais, Guedes autorizou estudos para que algumas categorias possam ser contempladas.

Conforme mostrou o jornal Folha de S.Paulo, ao menos três categorias estariam já na lista, a pedido de Bolsonaro: policiais federais, policiais rodoviários federais e policiais penais.

O custo da medida seria em torno de R$ 2 bilhões, mas o cálculo correto do impacto ainda dependem da porcentagem do reajuste que o governo pretende conceder.