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Teto do ICMS é ineficaz, e preço do diesel vai subir, avaliam caminhoneiros
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O presidente da Abrava (Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores), Wallace Landim, conhecido como Chorão, afirmou que a categoria não vê efeitos nos preços do diesel com a aprovação do projeto de lei complementar que estabelece um teto para as alíquotas do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre combustíveis, energia, telecomunicações e transportes.
Segundo ele, qualquer tributo que se anuncie retirar do preço de combustível será ineficaz para sua efetiva redução. O projeto aprovado ontem ainda passará pela Câmara.
"O que se tem é uma diminuição temporária que, talvez, seja suficiente para reduzir o valor por dois ou três meses, no máximo, sendo que isso, ainda dependerá da frequência de aumentos promovidos pela Petrobras, que está atrelado ao mercado internacional", afirmou, em nota.
Chorão disse ainda que não é possível afirmar que a redução chegará na ponta da cadeia, ou seja, nos postos de combustíveis e disse que a categoria já trabalha com a expectativa de um novo anúncio de aumento dos preços pela Petrobras.
"Sabemos que a Petrobras deve anunciar novos aumentos para a gasolina e para o diesel, respectivamente, 17% e 16%, em breve", disse.
À coluna, Chorão afirmou que essa expectativa de provável aumento dos preços leva em conta os dados mais recentes da Abicom (Associação Brasileira de Importadores de Combustível), de que a defasagem da gasolina chega a 17% e do diesel 16%, refletindo atraso nos preços na ordem de R$ 0,82 e R$ 0,95, respectivamente.
"Se a Petrobras não aumentar as importadoras não vão importar. E vai faltar diesel", afirmou.
Para Chorão, os prováveis aumentos consumirão toda redução que se pretende fazer por meio dos tributos, "correndo o risco de os litros desses combustíveis ficarem ainda mais caros do que é hoje, em pouco tempo".
Nova ameaça de greve
Chorão, que já foi apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) e agora está contra o governo, foi uma das lideranças da greve dos caminhoneiros em 2018 e tem feito constantes ameaças de convocar paralisações da categoria.
"A verdade é que, de uma forma ou de outra, mantendo-se essa política cruel de preços da Petrobras, sem a garantia que o caminhoneiro autônomo tenha suas despesas de viagem integralmente ressarcidas, a categoria vai parar", disse. "Se não for por greve, será pelo fato de se pagar para trabalhar. A greve é o mais provável e não demora muito", completou.
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