Katherine Rivas

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Reportagem

Data Com: Quando investir e garantir dividendos de Itaú, Direcional e BMG

Buscando receber proventos em julho, agosto e setembro? Levantamento da coluna apresenta oito empresas que tem "data com" em julho, para ganhar dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) nos próximos meses.

Para ter direito a receber os proventos destas empresas, é preciso manter as ações em carteira até o final do pregão da "data com". Essa é a data limite para garantir os dividendos anunciados pelas companhias. Confira também as empresas que pagam proventos em julho na Agenda de Dividendos do UOL.

Até quando investir nestas ações para garantir dividendos

Confira a lista de ações com "data com" entre 4 e 31 de julho:

Direcional (DIRR3) - dividendos

  • Valor por ação DIRR3: R$ 1,60
  • Data com: 4 de julho de 2024
  • Data ex (sem direito ao provento): 5 de julho de 2024
  • Data de pagamento: 16 de julho de 2024

Energisa Mato Grosso (ENMT3; ENMT4) - dividendos

  • Valor por ação ENMT3: R$ 1,30
  • Valor por ação ENMT4: R$ 1,30
  • Data com: 4 de julho de 2024
  • Data ex (sem direito ao provento): 5 de julho de 2024
  • Data de pagamento: 23 de julho de 2024

Rede Energia (REDE3) - dividendos

  • Valor por ação REDE3: R$ 0,23
  • Data com: 4 de julho de 2024
  • Data ex (sem direito ao provento): 5 de julho de 2024
  • Data de pagamento: 24 de julho de 2024
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Banco Pine (PINE3; PINE4) - JCP

  • Valor por ação PINE3: R$ 0,081
  • Valor por ação PINE4: R$ 0,081
  • Data com: 8 de julho de 2024
  • Data ex (sem direito ao provento): 9 de julho de 2024
  • Data de pagamento: 15 de julho de 2024

Mitre (MTRE3) - dividendos

  • Valor por ação MTRE3: R$ 0,028
  • Data com: 19 de julho de 2024
  • Data ex (sem direito ao provento): 22 de julho de 2024
  • Data de pagamento: 1 de agosto de 2024

BMG (BMGB4) - JCP

  • Valor por ação BMGB4: R$ 0,084
  • Data com: 22 de julho de 2024
  • Data ex (sem direito ao provento): 23 de julho de 2024
  • Data de pagamento: 15 de agosto de 2024
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JHSF (JHSF3) - dividendos

  • Valor por ação JHSF3: R$ 0,03
  • Data com: 31 de julho de 2024
  • Data ex (sem direito ao provento): 1 de agosto de 2024
  • Data de pagamento: 9 de agosto de 2024

Itaú (ITUB3; ITUB4) - JCP

  • Valor por ação ITUB3: R$ 0,018
  • Valor por ação ITUB4: R$ 0,018
  • Data com: 31 de julho de 2024
  • Data ex (sem direito ao provento): 1 de agosto de 2024
  • Data de pagamento: 2 de setembro de 2024

ITUB4: ganhando espaço entre os investidores de dividendos

Ocupando a 14ª posição entre os maiores pagadores de proventos da bolsa no 1° semestre, o Itaú entregou até junho um dividend yield (retorno em dividendos) de 5,08%, equivalente a R$ 1,72 por ação. A instituição financeira se destacou entre os investidores ao elevar o seu payout (parcela do lucro destinada a proventos) do mínimo para o patamar de 60%.

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Para o segundo semestre, a expectativa é de continuidade da lucratividade do banco e de manutenção do dividend yield elevado. Para Marco Saravalle, analista CNPI-P e sócio-fundador da MSX Invest, contribui com o retorno em dividendos alto o fato de as ações do banco estarem descontadas pelos múltiplos preço sobre lucro. "Por conta disso, uma distribuição normal acaba tendo um yield expressivo", destaca.

No Itaú, o analista espera que a ação entregue um dividend yield de 10% em 2024. Já para os próximos 12 meses, a expectativa de Saravalle é de um retorno em dividendos entre 8% e 8,5%.

A geração de caixa no segundo semestre deve ser puxada pelo crescimento das carteiras de crédito em ritmo modesto e sem descontroles da inadimplência, diz Saravalle. Outro fator que pode impactar é a forma como o Itaú lidou com as operações de tesouraria, diante da tendência de juros e câmbio.

Preocupa marginalmente, contudo, algumas companhias relevantes entrando em recuperação judicial que podem trazer preocupações nas linhas de PJ e corporate. "Mas na pessoa física continuamos com bons indicadores, sem nenhuma grande piora. Isso, reforça bons lucros, e consequentemente, bons dividendos à frente", pontua Saravalle.

O Itaú é a melhor alternativa para quem busca equilíbrio entre risco e retorno, acrescenta o analista da MSX. Para Renato Reis, analistas da Blue3 Research, o Itaú é a melhor opção para dividendos quando se fala de estabilidade e confiança. Reis destaca que a inadimplência em queda e a redução das provisões para devedores duvidosos (PDD) podem ajudar a fortalecer a geração de caixa do Itaú no segundo semestre. O analista projeta um dividend yield de 7% para os próximos 12 meses.

Régua alta - Olhando para o longo prazo, Reis aponta que pelo seu histórico de eficiência operacional, o Itaú acaba negociando com um valor maior do que os pares, o que faz com que o mercado espere sempre ótimos resultados da instituição. Se em algum momento, o banco apresentar resultados medianos, um cenário de inadimplência duvidoso ou até queda no ROE (retorno sobre patrimônio líquido), certamente as ações seriam penalizadas.

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BMGB4: futuro bom pagador de proventos?

O Banco BMG é líder de mercado em produtos relacionados ao crédito consignado, descontado da folha salarial. Entre os principais produtos estão cartão de crédito consignado, cartão consignado de benefícios além de empréstimos consignados, explica Milton Rabelo, analista da VG Research. "Seus resultados também estão expostos a alguns produtos como a antecipação de FGTS e crédito pessoal, além de também possuir uma carteira voltada ao atacado", complementa.

O banco estava apresentando prejuízos contínuos até 2023, o que levou a uma troca de CEO e uma reestruturação. O novo CEO pretende já gerar resultado no curto prazo, ao cortar despesas, rever gastos, descontinuar produtos e processos deficitários ou desnecessários e fazer demissões, explica Wagner Biondo, analista de setor financeiro da Genial Investimentos. A reestruturação aparentemente está dando certo, mudando a dinâmica dos resultados do BMG e deixando a instituição atrativa para dividendos e valorização, destaca Rabelo.

Uma das vantagens de investir no BMG é que a ação está com desconto. Ela negocia a um preço sobre lucro (P/L) esperado de 4 vezes e um preço sobre valor patrimonial (P/VP) de 0,5 vezes para 2024, aponta Rabelo. "Quanto mais bem-sucedida for a reestruturação em curso, melhor tendem a ser os futuros resultados e vice-versa", reforça. O analista projeta um dividend yield de 11% para 2024.

Entre os riscos de investir no banco, Biondo cita o teto de juros do consignado e a reestruturação da companhia não ser bem-sucedida. O analista espera um dividend yield de 12% para BMGB4 nos próximos 12 meses.

Evite estes erros ao investir de olho em dividendos

Ignorar a "data com". O analista independente Ricardo Schweitzer diz que muitos investidores confundem o tempo que possuem as ações com o direito a receber os dividendos. A questão é que não importa se o investidor comprou a ação há três dias ou há 30 anos, se não tiver o papel na "data com" o provento vai para o novo dono. Se tiver a ação, ele receberá o dividendo.

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Comprar uma ação na "data com" e vendê-la na "data ex". Investir com o intuito de caçar dividendos e vender a ação logo em seguida não é uma prática recomendada. Na verdade, o investidor está saindo no zero a zero, porque a ação perde o valor dos dividendos. "Se uma ação está negociada a R$ 10 na "data com" e distribui R$ 1 em dividendos, ela iniciará os negócios na "data ex" cotada a R$ 9. "Quem segue essa prática não gera valor algum", diz Schweitzer.

Achar que o desconto na "data ex" é prejuízo. Se o dividendo é descontado do preço da ação, será que vale a pena a estratégia? Schweitzer diz que esse desconto corresponde na verdade a uma parcela do fluxo de caixa da empresa. Em consequência, uma companhia com bons fundamentos vai continuar gerando caixa e valorizando no futuro. Além disso, os dividendos costumam representar dois terços do retorno total das ações no longo prazo.

Escolher uma ação apenas pelo dividendo. Os analistas recomendam olhar outros indicadores além dos pagamentos. É importante ver se a empresa consegue gerar caixa e acumular patrimônio, se precisa de novos investimentos para crescer, qual é o seu nível de endividamento e qual é o retorno que ela oferece, sobre o capital e sobre o patrimônio. Esses dados irão indicar se os dividendos são sustentáveis no longo prazo.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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