Banco do Brasil é ação favorita do mês para quem quer ganhar dividendos
![Analistas projetam um dividend yield entre 10% e 11% para o banco estatal Analistas projetam um dividend yield entre 10% e 11% para o banco estatal](https://conteudo.imguol.com.br/c/noticias/f5/2023/10/27/sede-do-banco-do-brasil-em-brasilia-1698424383491_v2_900x506.jpg)
Desde o início da carteira recomendada de dividendos do UOL, em abril, o Banco do Brasil (BBAS3) foi galgando posições entre as ações mais indicadas para renda passiva até chegar isolado à liderança em junho. O Banco do Brasil recebeu 10 recomendações de casas de análise, bancos e corretoras, segundo levantamento da coluna com 15 instituições. Foram citadas 36 empresas.
A conquista veio com a forte previsibilidade do banco na remuneração dos acionistas, além da percepção do mercado de que o banco estatal ainda está muito barato, mesmo após valorização das ações. O recente aumento do payout (parcela do lucro destinada a proventos) de 40% para 45% também tem agradado os investidores. Segundo a gestão do banco, este payout não deve mudar até 2025.
Além do Banco do Brasil, dividindo a segunda posição ficaram a mineradora Vale (VALE3) e a Telefônica Brasil (VIVT3) com oito recomendações, respectivamente. Até maio, a Vale sempre tinha figurado na liderança perdendo este espaço para o banco estatal.
Em terceiro lugar ficou a Petrobras (PETR4), com sete indicações. Veja o ranking completo abaixo:
Forte no agro e consignado
O Banco do Brasil é a maior instituição financeira do Brasil em gestão de recursos, com mais de 20% do mercado. O banco estatal também é forte no crédito ao agronegócio, com uma participação de mercado de 53,7% no segmento, diz a Guide Investimentos. No crédito consignado, a presença no mercado é de 21%.
Ainda segundo a corretora, o Banco do Brasil tem forte capacidade de distribuição, com cerca de 3.900 agências, 1.800 postos de atendimento e 800 agências digitais e especializadas, presente em 96,6% dos municípios do país.
Os resultados fortes e consolidados, com lucros e receitas recordes já há alguns anos, são uma das vantagens do investimento. "Dentro do segmento bancário brasileiro, o Banco do Brasil deverá ser uma das melhores opções para investidores que buscam renda passiva para 2024 e 2025", afirma Milton Rabelo, analista do setor financeiro da VG Research. A recomendação de Rabelo é de compra, com preço-teto de R$ 30,60 e dividend yield (retorno com dividendos) estimado de 10% para os próximos 12 meses.
Barato demais
O Banco do Brasil ainda é um ativo descontado, apesar da valorização ao longo dos últimos meses. Segundo dados do TradeMap, nos últimos 12 meses, as ações BBAS3 subiram 30,79% até 4 de junho.
"O Banco do Brasil deve continuar entregando o mesmo nível de qualidade, tamanho de lucratividade e mantendo a estabilidade no retorno sobre o patrimônio líquido (ROE). Pela sua atual política de dividendos vai continuar se destacando", avalia Marco Saravalle, analista CNPI-P e sócio-fundador da MSX Invest.
Os analistas da Santander Corretora, Ricardo Peretti e Alice Corrêa, citam que o Banco do Brasil está negociando atualmente a um múltiplo de preço/valor patrimonial (P/VPA) de 0,82x, abaixo do período desafiador de 2015 e 2016 quando o ROE (retorno sobre patrimônio líquido) chegou a despencar até o patamar de 7,5%. Para eles, por mais que exista um risco político na companhia, não faz sentido essa precificação.
Entre 2022 e 2023, o Banco do Brasil reduziu a diferença de rentabilidade com os bancos privados. "Mesmo em caso de piora do cenário macroeconômico, acreditamos que o Banco do Brasil esteja em uma posição melhor, dada a sua exposição ao setor do agronegócio, que sustentou o PIB brasileiro nas últimas décadas", avaliam.
Para o ano de 2024, por exemplo, a perspectiva da Santander Corretora é de que as ações valorizem até o preço-alvo de R$ 42,50 (atualmente o banco está cotado perto dos R$ 27). "Mantemos nossa recomendação de compra, apesar de não ser mais a nossa principal escolha do setor", pontuam.
Newsletter
OLHAR APURADO
Uma curadoria diária com as opiniões dos colunistas do UOL sobre os principais assuntos do noticiário.
Quero receberTem riscos?
Entre os riscos, está a possibilidade de a inadimplência agravar no segundo semestre, puxada pelo segmento agro e de consumo. Saravalle, contudo, esclarece que a inadimplência está longe de ser uma decepção na segunda metade do ano.
A inadimplência poderia aumentar com um crescimento menor da economia. Isso levaria o banco estatal a trabalhar na faixa inferior da sua projeção de lucro líquido ajustado para 2024, de R$ 37 bilhões. Com esse lucro, o DY seria de 10% a 11% para 2024 e 2025, diz Rabelo. A recomendação é de compra.
Ainda entre os riscos, as tragédias no Sul até podem afetar o banco em um primeiro momento, mas não devem representar um grande problema no médio e longo prazo. "Vai ter um impacto, mas deve ser bem restrito", observa Max Bohm, estrategista de ações da Nomos. Bohm lembra que a carteira do Banco do Brasil é muito pulverizada, então a exposição ao Rio Grande do Sul representa uma parte pequena da carteira de crédito.
Outro risco, segundo Bohm, é a possibilidade de interferência política, que poderia fazer o BB conceder crédito a taxas baixas. No entanto, o analista destaca que a governança do banco se fortaleceu nos últimos anos, o que dificultaria algo semelhante acontecer. "De toda forma, é sempre um grande risco, que faz com que o banco negocie com desconto frente ao Itaú, Bradesco e outros bancos privados", opina. Bohm também espera um dividend yield de 10%, com recomendação de compra para BBAS3.
Deixe seu comentário