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Opinião

Ibovespa: PIB dos EUA, Livro Bege e PL das offshores movimentam mercado

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No Brasil, investidores repercutem dados de inflação do IGP-M de novembro e do Índice de Preços ao Produtor (PPI) de outubro. O IGP-M, conhecido como "inflação do aluguel", registrou alta de 0,59% em novembro, acelerando ante ganho de 0,50% no mês anterior. A agenda política inclui a pauta de votações do Senado, com o projeto de taxar os fundos exclusivos e offshores, enquanto a equipe econômica negocia novas concessões à MP da subvenção do ICMS. O IPCA-15 divulgado ontem tranquilizou os investidores, apesar do fim da deflação em alimentos, a menor pressão em transportes segurou um pouco a alta da inflação. O IPCA-15 acelerou de 0,21% para 0,33%, levemente acima da expectativa do mercado que apontava para alta de 0,30% em novembro de 2023. Com uma inflação mais "tranquila" e a fala de dirigentes do Fed sinalizando que o ciclo de alta de juros pode ter terminado nos EUA, houve um recuo na curva de DI futuro por aqui, com as taxas longas caindo cerca de 5 pontos.

Nos EUA, os futuros das bolsas americanas operam com sinal positivo, embora bem próximos da estabilidade. Hoje, há expectativa pela segunda leitura do PIB dos EUA no terceiro trimestre, que deve mostrar o crescimento da leitura preliminar de 4,9%, mas sem abalar as apostas de que os aumentos dos juros acabaram e os cortes devem começar em maio. Ainda hoje sai o Livro Bege do Fed, com o sumário das condições econômicas para a reunião de política monetária de dezembro, que pode reforçar o otimismo do mercado. Os investidores também continuam aguardando as falas de dirigentes do Fed — a presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester, discursa hoje à tarde. Ao meio-dia, saem os estoques de petróleo do DoE; a previsão é de crescimento de 900 mil barris.

Na Europa, as bolsas operam no positivo. Há expectativa por indicadores da região, como o índice de preços ao consumidor (CPI) da Alemanha. Enquanto isso, os investidores deverão repercutir os dados sobre o índice de confiança do consumidor e do sentimento econômico na zona do euro. Dependendo do resultado do CPI, podem reforçar a expectativa de uma trajetória menos dura da política monetária do BCE (Banco Central Europeu), fator que tende a ser positivo para as ações. No Reino Unido, o presidente do Banco da Inglaterra (BoE), Andrew Bailey, reafirmou o compromisso em levar a inflação à meta de 2%, mas disse que ainda não tem certeza se o nível atual dos juros será suficiente para garantir o cumprimento desse objetivo. Em meio às declarações de bancos centrais e à expectativa pelos dados, os retornos dos bônus europeus caíam nesta madrugada. O índice de sentimento econômico cai a 93,3 em novembro, vindo um pouco abaixo do esperado de 93,5. Enquanto isso, o índice de confiança do consumidor na zona do euro avançou de -17,8 em outubro (dado revisado, de -17,9 antes informado) a -16,9 na preliminar de novembro, informou há pouco a Comissão Europeia. O resultado ficou dentro do esperado pelo mercado.

Na Ásia, as bolsas fecharam no negativo, com o retorno das preocupações sobre o setor imobiliário. A Bolsa de Xangai fechou em baixa de 0,55%, e a de Shenzhen caiu 0,79%. Na Bolsa de Tóquio, o índice Nikkei registrou queda de 0,26%. Em Hong Kong, o índice Hang Seng fechou em baixa de 2,08%, e em Taiwan, o Taiex subiu 0,17%. Na Bolsa de Seul, o índice Kospi fechou em baixa de 0,08%. Ações ligadas ao setor de construção, automotivas, exportadoras e de biotecnologia estiveram entre as maiores quedas. Na agenda de indicadores, hoje saem os dados oficiais do PMI industrial e de serviços de novembro da China.

Os preços do petróleo operam em alta. Uma tempestade na região do Mar Negro perturbava as exportações de petróleo do Cazaquistão e da Rússia, aumentando os receios de aperto na oferta. Os investidores aguardam uma decisão crucial da Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados), que poderá aumentar os cortes na produção. As cotações do minério de ferro na China fecharam no negativo, com a dinâmica do mercado respondendo à intervenção contínua do governo e aos dados desencorajadores da indústria.

O Conselho de Administração da Vibra rejeitou a proposta de combinação de negócios apresentada pela Eneva no último domingo (26). Segundo a Vibra, a relação de troca indicada na proposta é "injustificável" e não é atrativa para os acionistas. A proposta recusada pela Vibra contemplava a incorporação de ações da Eneva pela distribuidora (ou outra estrutura estabelecida em comum acordo), com os acionistas de cada companhia passando a deter 50% do total das ações da companhia combinada. Na data da oferta, a Vibra apresentava um valor de mercado 25% superior ao da Eneva. Embora o conselho de administração da Vibra tenha negado a primeira proposta, o comunicado sinalizou que as negociações deverão seguir, desde que a Eneva faça uma nova proposta.

O Carrefour apresentou suas perspectivas em um evento com o mercado. O foco é a melhora da rentabilidade após a incorporação do Grupo Big. A empresa permanece comprometida com sua expectativa de R$ 2 bilhões em sinergias de lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) anualizadas até 2025 (cerca de R$ 1,5 bilhão já capturado). Além disso, a companhia prevê ganhos incrementais provenientes da otimização do portfólio de lojas de R$ 550-800 milhões até 2026. A rentabilidade deve ser incrementada por meio de recentes conversões de lojas, e a companhia implementou um plano de corte de custos de aproximadamente R$ 300 milhões por ano. Há, ainda, a racionalização de gastos de capital (capex) como maneira de impulsionar a geração de fluxo de caixa livre. A iniciativa deverá garantir capex de cerca de R$ 2,2 a 2,5 bilhões em 2024, com foco nas conversões de curto prazo e na redução de 2 dias de estoque. A estratégia de expansão continua, o objetivo é abrir 10 a 12 lojas Atacadão em 2024 e sete a nove Sam's Club.

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Veja o fechamento de dólar, euro e Bolsa na terça-feira (28):

Dólar: -0,567%, a R$ 4,8714
Euro: -0,242%, a R$ 5,354
B3 (Ibovespa): 0,64%, aos 126.538,32 pontos

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