Dólar opera em alta e passa de R$ 4,19, e Bolsa cai, com receios eleitorais
Do UOL, em São Paulo
13/09/2018 12h57Atualizada em 13/09/2018 17h22
O dólar comercial operava em alta nesta quinta-feira (13), e a Bolsa registrava queda. Por volta das 16h15, o dólar subia 1,13%, a R$ 4,192 na venda. O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, registrava baixa de 0,50%, a 74.704,12 pontos.
Os investidores retomaram a cautela diante da cena eleitoral brasileira indefinida, a poucas semanas do pleito. Resultados de pesquisas eleitorais, notícias e boatos sobre candidatos deixam o mercado financeiro agitado, favorecendo a especulação na Bolsa de Valores e no câmbio.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para turistas, o valor sempre é maior.
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Cautela com eleições
"Os mercados seguem atentos às pesquisas e também aos boletins médicos após nova cirurgia em Jair Bolsonaro que, apesar de passar bem, segue na UTI, com cuidados redobrados", escreveu a Advanced Corretora em relatório.
Na noite passada, o líder das pesquisas de intenção de votos passou por uma nova cirurgia, e seu retorno à campanha pode ser afetado.
O mercado aguardava ainda novas pesquisas de intenção de votos, com destaque para o Datafolha, na sexta-feira. Os dados para esse levantamento estão sendo colhidos nesta quinta-feira.
Os investidores temem que um candidato que considere menos comprometido com o ajuste das contas públicas ganhe a disputa pela Presidência em outubro.
Cenário externo
Para contrabalançar o nervosismo com as eleições, o mercado externo estava em dia de busca pelo risco, após a Turquia elevar os juros e os dados de inflação ao consumidor nos Estados Unidos não reforçarem apostas de aumento mais intenso de juros no país.
"Se o núcleo da inflação não melhorar significativamente no próximo ano, isso resultaria em ritmo ainda mais gradual de elevação das taxas", comentou o analista da gestora CIBC Andrew Grantham, em nota.
Juros elevados nos EUA podem atrair para lá recursos aplicados em outros países, como o Brasil.
Na véspera, os Estados Unidos convidarem os chineses para retomar as conversas comerciais, no momento em que Washington se preparava para intensificar a guerra comercial entre os dois países, impondo mais tarifas sobre importações da China.
Atuação do BC
O Banco Central brasileiro ofertou e vendeu integralmente 10,9 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando US$ 4,360 bilhões do total de US$ 9,801 bilhões que vencem em outubro. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.
(Com Reuters)