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Bolsa cai pela 11ª vez, maior sequência de quedas desde 1984; dólar sobe

Imagem: Amanda Perobelli/Reuters

Do UOL, em São Paulo

15/08/2023 17h22Atualizada em 15/08/2023 17h50

O dólar comercial encerrou a sessão desta terça-feira (15) em alta de 0,43%, cotado a R$ 4,987.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), encerrou em queda de 0,55%, aos 116.171,42 pontos. Essa é 11ª queda consecutiva da Bolsa, maior sequência diária de quedas registrada desde fevereiro de 1984.

Cenário interno

As ações da Eletrobras fecharam em queda de 3,08% após o apagão geral que atingiu o Brasil. Acionistas também receberam a notícia da renúncia de Wilson Ferreira Jr., da presidência da empresa, que terá Ivan de Souza Monteiro como novo CEO.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, falou sobre cortes na taxa básica de juros no Brasil em eventos em Brasília. Ele disse que tentativas de reduzir a Selic no passado tiveram o efeito inverso, gerando aumento de juros. Para ele, sem credibilidade, uma queda da Selic vai afetar negativamente o ambiente econômico, piorando indicadores de crédito, emprego e atividade. "É muito difícil imaginar juros baixos e estáveis, inflação baixa e estável, se isso (gastos do governo) não estiver controlado", afirmou.

Campos Neto recuou mais uma vez sobre acabar com o rotativo e parcelamentos sem juros dos cartões de crédito. Hoje, disse que não quer antecipar uma solução para o problema do alto endividamento das famílias com o fim das parcelas sem juros.

O cartão de crédito é muito relevante no consumo. Não conheço nenhum outro país em que o cartão represente 40% do consumo. É difícil achar país com velocidade de emissões de cartões como o Brasil [...] Debatemos vários tipos de solução para o cartão de crédito e não quero antecipar aqui. Simplesmente limitar juros do cartão levaria bancos a retirarem cartões de circulação. Ao mesmo tempo, fim do parcelado sem juros poderia afetar comércio.
Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central

Cenário externo

A China informou que as vendas no varejo em julho subiram 2,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. Economistas esperavam elevação de 4,5%. Enquanto isso, a produção industrial chinesa teve alta de 3,7%, ante projeção de 4,4% dos economistas.

Governo chinês afirmou hoje que o fluxo de investimento estrangeiro direto (IED) no país se recuperou em julho, embora sem fornecer números exatos. Segundo o governo, os fundos para investimento em valores mobiliários na China mantiveram um fluxo líquido, com compras de capital estrangeiro se concentrando em ações e títulos domésticos. Além disso, também se comentou que o mercado de câmbio estrangeiro permanece estável e sólido no país.

Em reação aos dados fracos, o banco central chinês cortou um conjunto de taxas de juros, para sustentar a atividade econômica.

Na Europa, alguns números econômicos divulgados mais cedo desagradaram, lançando dúvidas sobre o ritmo de crescimento da economia mundial. Entre eles, o índice ZEW da Alemanha, que mede a confiança do consumidor, subiu para -12,3 pontos em agosto, ante -14,7 em julho. Ainda assim, manteve-se negativo.

Estados Unidos anunciaram que as vendas no varejo em julho subiram 0,7%, ante projeção de alta de 0,4%.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial (saiba mais clicando aqui). Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

(Com Reuters)

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