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Dólar sobe a R$ 4,945 antes de reunião sobre juros no Brasil; Bolsa cai

Em janeiro, o dólar acumula alta de 1,91%, depois de cair mais de 8% no ano passado Imagem: Renato S. Cerqueira/Futura Press/Estadão Conteúdo

Do UOL*, em São Paulo

29/01/2024 17h23Atualizada em 29/01/2024 18h17

O dólar subiu 0,71% e fechou o dia vendido a R$ 4,945, interrompendo uma sequência de quatro quedas seguidas. No mês, a moeda americana acumula alta de 1,91% frente ao real.

Já o Ibovespa, que vinha de duas sessões positivas, caiu 0,36% hoje e chegou aos 128.502,66 pontos. O principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3) já recuou 4,23% em janeiro.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial (saiba mais clicando aqui). Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, a referência é o dólar turismo, e o valor é bem mais alto.

O que aconteceu

Mercado se prepara para a 'Super Quarta', com decisão sobre juros nos EUA. Por ora, há ampla expectativa de manutenção dos juros americanos no atual patamar, de 5,25% a 5,5% ao ano. Mas investidores seguem atentos a possíveis sinalizações do Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos EUA) sobre quando começará o ciclo de cortes. Hoje, as apostas se concentram em maio.

Números positivos podem antecipar redução dos juros americanos. Os últimos dados divulgados nos EUA pintaram um quadro de controle da inflação e de resiliência da economia, com o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) superando as previsões. "Essas boas notícias tornam o trabalho mais difícil para o Banco Central americano", disse à Reuters Eduardo Moutinho, analista de mercado do Ebury Bank.

Também há expectativa pela reunião de política monetária do BC brasileiro. Além do Fed, o Copom (Comitê de Política Monetária) também anuncia na quarta-feira (31) sua decisão sobre a taxa básica de juros brasileira. A maior parte do mercado acredita em um novo corte de 0,5 ponto percentual na Selic, que passaria de 11,75% para 11,25% ao ano.

Paralelamente, investidores monitoram a situação no Oriente Médio. Ontem (28), os EUA prometeram responder a um ataque com drones que matou três soldados em uma base americana na Jordânia, perto da fronteira com a Síria. A escalada de tensões tende a impulsionar o dólar, mas também pode fazer aumentar o preço das commodities — o que jogaria a favor de moedas emergentes, como o real.

O Copom deve reforçar a preocupação com o cenário internacional em meio aos três conflitos mundo afora, principalmente com o aumento dos custos do frete causado pelos problemas no Mar Vermelho. Adicionalmente, deve surgir [no comunicado do BC] alguma menção ao lado interno, com um olhar especial ao fiscal e a alguns números ruins (como o déficit acima de R$ 230 bilhões em 2023).
Leandro Petrokas, diretor de research e sócio da Quantzed

(*Com Reuters)

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