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Lentidão para emitir patentes prejudica pequenas empresas, diz Firjan

Da Agência Brasil

14/01/2014 11h27

O segmento econômico das pequenas empresas do Brasil é um dos que mais sofrem com a lentidão no processo de exames de patentes e marcas no país, de acordo com a gerente de desenvolvimento e inovação da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), Ana Carolina Arroio.

Segundo ela, não há vantagem da proteção de marcas e patentes para o setor “porque o processo [de exame dos pedidos] é moroso, é lerdo. Quando elas [pequenas empresas] entram com o pedido, demora de cinco a oito anos para conseguirem o registro. Quando elas conseguem a patente, a tecnologia praticamente já expirou”, disse à Agência Brasil.

Ana Carolina declarou que esse segmento conhece pouco as vantagens de proteger sua marca ou invenção. Por isso, considera importante que o INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial) dê maior divulgação às vantagens da proteção da propriedade intelectual, sobretudo para as micro e pequenas empresas.

A gerente da Firjan concordou com o novo presidente do INPI, Otávio Brandelli, que acha importante ter pessoal qualificado e concursado “para dar agilidade” ao processo de análise de pedidos de registros de propriedade intelectual no órgão, vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. “É um dos caminhos”, indicou.

Ela ressaltou, ainda, a necessidade de se resgatar outra proposta que vai na direção de tornar mais rápido o processo de patentes e marcas, que são as rotas tecnológicas aceleradas. Isso, segundo Ana Carolina, poderia ser aplicado a tecnologias estratégicas.

“Por exemplo, patentes verdes, para tecnologias alternativas nas áreas de conservação de energia, transportes. Seria bem interessante”, disse.

Ana Carolina destacou que, no Estado do Rio de Janeiro, um dos setores em que essas rotas mais aceleradas seriam bem-vindas para o exame de patentes é o químico.

“Os pedidos de patentes serem analisados com mais celeridade contribuiria muito para [o desenvolvimento da] a indústria”.

A gerente da Firjan concordou também com Brandelli que faltam profissionais qualificados no mercado brasileiro para fazer o exame dos pedidos de registro depositados, bem como existe uma defasagem em termos de salários em comparação a outras categorias.

“É um trabalho que demanda muita competência”, disse.

Ela relatou que em países como a Coreia do Sul, em cerca de três meses um registro é concedido.

“É muito rápido, porque tudo pode ser patenteado. Aqui [no Brasil], não. Realmente, tem um trabalho mais denso de busca. O examinador é uma pessoa altamente qualificada”.

Por isso, confirmou que há uma falta de preparo no Brasil para essa especialidade.