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Imposto no país não é só alto, mas difícil de pagar, diz setor de franquias

A presidente da ABF, Cristina Franco, e o diretor-executivo da entidade, Ricardo Camargo  - Rodrigo Capote/UOL
A presidente da ABF, Cristina Franco, e o diretor-executivo da entidade, Ricardo Camargo Imagem: Rodrigo Capote/UOL

Afonso Ferreira

Do UOL, em São Paulo

14/06/2014 06h00

Além da tradicional reclamação dos empresários de que os impostos no Brasil são altos, o diretor-executivo da ABF (Associação Brasileira de Franchising), Ricardo Camargo, criticou a dificuldade que os empresários enfrentam para pagar impostos no país durante entrevista coletiva na abertura da feira de franquias em São Paulo.

“No Brasil, é preciso ter quatro profissionais da área contábil para fazer a mesma tarefa que um norte-americano faz no país dele. Aqui, você precisa ter um time de advogados e administradores para entender como recolhe determinado imposto. O que nós queremos é a simplificação do sistema e maior facilidade para pagar os tributos.”

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O problema afeta a produtividade das empresas e eleva os custos do negócio, diz. Para Camargo, reduzir o número de impostos mesmo que o valor pago pelos empresários não diminua já seria uma solução para os que não se enquadram no imposto Simples Nacional --que atende empresas com faturamento de até R$ 3,6 milhões ao ano. 

Em março, a ABF assinou uma carta conjunta com o WFC (Conselho Mundial de Franchising) pedindo o fim da cobrança de ISS (Imposto Sobre Serviços) sobre os royalties pagos ao franqueador.

A carta será encaminhada ao STF (Supremo Tribunal Federal). “O Brasil é o único país no mundo que acha que royalties é um serviço e não faz parte do contrato de franquia”, disse.

“Já perdemos as esperanças na reforma tributária. Já houve várias propostas de mudanças no sistema, mas nenhuma foi aprovada e nenhuma está em análise no Congresso”, afirmou.

Custo do frete encarece mercadorias e serviços prestados

Durante a entrevista, Camargo criticou a infraestrutura de logística do país. Segundo ele, o preço do frete para transporte de mercadorias no Brasil é um dos mais altos do mundo, o que eleva o custo do empresário e, consequentemente, do produto ou serviço.

“Nossas estradas estão em condições precárias, temos portos ineficientes e aeroportos que estão começando a melhorar, mas que ainda não dão conta da demanda. Tudo isso afeta a margem de quem atua em franquias”, afirmou.

Em 2013, o setor de franquias faturou R$ 115 bilhões, alta de 11,9% em relação ao ano anterior. Para 2014, a expectativa da entidade é crescer 10% em receita.