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Pedidos de falência sobem 21,5% no mês, diz Serasa; Boa Vista fala em 17,6%

Do UOL, em São Paulo

06/10/2014 13h46

O número de pedidos de falência no país aumentou 21,5% em setembro na comparação com agosto, de acordo com levantamento da Serasa Experian. Segundo a entidade, no mês passado foram feitos 181 pedidos de falência contra 149 em agosto.

Dados divulgados pela Boa Vista Serviços, no entanto, apontam alta de 17,6% nos pedidos de falência em setembro.

Para a Serasa, esse foi o pior resultado do ano até agora em termos da quantidade de empresas que sofreram pedidos de falências. Na comparação com setembro de 2013, o número de requerimentos subiu 16%.

No acumulado do ano (de janeiro a setembro), foram feitos 1.263 pedidos de falência, o que representa uma queda de 4,7% em relação ao mesmo período de 2013.

Do total de pedidos de falência computados no mês pela Serasa, 91 foram de micro e pequenas empresas, 39 de médias e 51 de grandes.

No levantamento da Boa Vista, os pedidos de falência aumentaram 32,6% em setembro na comparação com o mesmo mês do ano passado. No acumulado de 2014, no entanto, o índice teve queda de 0,9% em relação a igual período de 2013.

As pequenas empresas foram responsáveis por 83% dos requerimentos de falência registrados pela Boa Vista em setembro. Médios e grandes negócios responderam por 15% e 2% dos pedidos feitos no mês, respectivamente.

De acordo com os economistas da Serasa, a explicação para o aumento nos pedidos de falência em setembro se dá pela baixa no consumo e pela instabilidade econômica do país, com juros alto e valorização do dólar ante ao real.

Números podem variar conforme a entidade

Dados sobre pedidos de falência são coletados e divulgados, em âmbito nacional, tanto pela empresa Boa Vista como pela Serasa. Apesar das duas instituições usarem informações coletadas em fóruns, varas de falências e dos Diários Oficiais e de Justiça dos 27 Estados, os dados divulgados podem ser diferentes uns dos outros.

A discrepância nos resultados pode ocorrer por variação entre as fontes consultadas. Uma empresa pode receber informações de fóruns que a outra não receba, exemplifica Flávio Calife, economista da Boa Vista.

Nenhum dos institutos revela detalhes de sua metodologia de pesquisa, por considerar esse dado uma informação estratégica da empresa.

Rodolfo Olivo, professor de finanças empresariais da Faculdade FIA, faz uma ressalva em relação à abrangência das pesquisas.

"Embora as bases de dados das empresas sejam nacionais, elas não podem ser consideradas representativas, porque não sabemos se são aplicados critérios estatísticos amplos", afirma.