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Pedidos de falência caem 5,5% no ano para Serasa; para Boa Vista, caem 1,3%

Do UOL, em São Paulo

06/01/2015 12h12

Os pedidos de falência no país caíram em 2014 na comparação com o ano anterior, segundo dados divulgados nesta terça-feira (6) pela Serasa Experian e pela Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito). Os números das duas entidades, no entanto, são diferentes.

De acordo com a Serasa, a queda foi de 5,5%. Foram 1.661 pedidos em 2014 contra 1.758 no ano anterior, no menor resultado desde 2005, segundo a entidade.

Já a Boa Vista apurou queda de 1,3% nos pedidos de falência. A empresa não divulgou números absolutos.

Segundo economistas da Serasa, o recuo dos pedidos de falência em meio a economia estagnada e juros e dólar em alta, é sinal de que os credores estão preferindo usar formas mais baratas e eficientes de cobrar os devedores, em vez de simplesmente pedir a falência.

Dos 1.661 pedidos de falência apurados pela Serasa no ano passado, 844 foram de micro e pequenas empresas (queda de 16,8% em 2014), 415 de médias (recuo de 4,2% no ano) e 402 de grandes empresas (alta de 29,3%).

Segundo a Boa Vista, as pequenas empresas representaram 83% dos pedidos de falência em 2014. As médias empresas responderam por 15% e os negócios de grande porte, 2%.

Micro e pequenas empresas lideram pedidos de 'concordata'

A Serasa informou, ainda, que os pedidos de recuperação judicial (antiga concordata) caíram 5,3% em 2014, comparados ao ano anterior. Foram 828 solicitações no ano passado contra 874 em 2013.

As micro e pequenas empresas lideraram, com 451 requerimentos (54,5% do total), seguidas pelas médias (240 ou 29%) e grandes empresas (137 ou 16,5%).

A Boa Vista, por sua vez, traz dados diferentes. Segundo a entidade, 88% dos pedidos de recuperação judicial foram feitos por pequenas empresas. Os médios e grandes negócios responderam por 10% e 2% das solicitações, respectivamente.

Números podem variar de acordo com entidade

Dados sobre falência de empresas são coletados e divulgados por duas empresas diferentes, em âmbito nacional: a Boa Vista e a Serasa. Os dados divulgados podem ser diferentes uns dos outros.

A discrepância nos resultados pode ocorrer porque os números se referem apenas às lojas atendidas por cada uma das empresas. Seus números são válidos apenas para seus clientes, e não podem ser generalizados para todo o país.

As lojas podem contratar os serviços de qualquer uma das três ou de nenhuma delas.

Nenhum dos institutos revela detalhes de sua metodologia de pesquisa (como número total de clientes atendidos, distribuição geográfica e composição estatística), por considerar este dado uma informação estratégica da empresa.

Rodolfo Olivo, professor de finanças empresariais da Faculdade FIA, faz uma ressalva em relação à abrangência das pesquisas. "Embora as bases de dados das empresas sejam nacionais, elas não podem ser consideradas representativas, porque não sabemos se são aplicados critérios estatísticos amplos", afirma.