Dona da Bigadello fatura R$ 780 mil e lança máquina de venda de brigadeiros
Claudia Varella
Colaboração para o UOL, em São Paulo
16/12/2023 04h00
Melina Kauss, 40, começou a fazer brigadeiros em casa para atender ao pedido do filho, então com 4 anos, e passou a vender os doces para sua rede de contatos. Em 2019, ela abriu em Curitiba (PR) a Bigadello. Em 2022, faturou R$ 780 mil. Agora, a marca inaugurou uma máquina de venda automática de brigadeiros. Outras cinco serão colocadas em operação em 2024. Cada máquina deve faturar R$ 180 mil por ano.
Brigadeiros vendidos em máquinas automáticas
Marca aposta na inovação e inaugura máquina automática para vender brigadeiros. Em 2023, a marca lançou uma brigaderia operada por vending machine: são máquinas automáticas para a venda do doce. O cliente pode escolher entre diversos sabores de brigadeiros, brigadeiro de colher, bolo no pote, pudim e brownie e efetuar o pagamento por Pix, débito ou cartão de crédito e retirar o produto na hora.
A Bigadello instalou em novembro a primeira máquina, dentro do Shopping Curitiba. Para 2024, a previsão é ter mais cinco máquinas em operação (quatro em Curitiba e uma em Salvador). "A ideia é levar os nossos produtos para que todos tivessem acesso e que fosse um formato automatizado", diz Melina.
Empresa investiu R$ 200 mil no projeto. "Fizemos uma longa pesquisa sobre cabines automatizadas até encontrar um parceiro para a importação dessas cabines. Enviamos o projeto para o fornecedor e ele adaptou ao nosso produto", diz Melina. A meta é faturar R$ 180 mil por ano com cada máquina.
Construção da fábrica de doces. Um projeto em andamento é a construção da fábrica de doces em Curitiba, com foco em atender os produtos que serão vendidos nas máquinas automáticas. A fábrica deve ser inaugurada em meados de 2024.
Começou a fazer o doce a pedido do filho
Filho pedia para ela fazer brigadeiros. A história de Melina com os doces iniciou em 2019, quando começou a fazer brigadeiros para atender aos pedidos do João, então com 4 anos. "Foi nessa época que despertou a minha paixão pela confeitaria", afirma ela, que preparava os doces e bolos na cozinha da sua casa, para vender para parentes, amigos e vizinhos.
Filha de pai carioca e mãe baiana, Melina nasceu no Rio, mas foi criada em Salvador (BA). Especialista em reposicionamento de marca, ela se formou em administração, design e processos gerenciais e trabalhou em uma fábrica de cerveja e no setor de marketing do Hotel Sheraton Salvador. "Minha experiência anterior na indústria hoteleira e minha paixão pela confeitaria influenciaram significativamente no desenvolvimento da Bigadello", afirma.
Em 2015, com o nascimento do seu filho, João, Melina deixou seu emprego no hotel para se dedicar a família. A família se mudou para Curitiba (PR), seguindo o trabalho do marido de Melina, Mauro Castro, 47. "Continuei a fazer brigadeiros, bolos e outros doces em casa, vendia para os vizinhos e ainda fazia degustação no Shopping Curitiba. Assim, conquistei novos clientes e vi que o negócio tinha potencial de crescimento", diz Melina.
Como ela criou a Bigadello
Em Curitiba, Melina formalizou a empresa e chamou de Bigadello: referência à forma infantil como João pronunciava o nome do doce. "O nome Bigadello nasceu deste momento ternamente familiar. A doçura e simplicidade se refletem na essência da marca", declara. Ela investiu R$ 50 mil no negócio.
Este período inicial, repleto de dedicação e paixão pela confeitaria, pavimentou o caminho para a formalização e expansão futura do negócio.
Marca teve três lojas. Entre 2020 e 2021, Melina e o marido (e sócio) abriram três lojas físicas da Bigadello em Curitiba: uma loja de rua, um café em um salão de beleza e um espaço com confeitaria, cafeteria, mercado e restaurante em um condomínio. Atualmente, apenas esse último espaço, chamado de Bigadello Hub, está em operação. O investimento neste modelo de negócio foi de R$ 200 mil.
A Bigadello iniciou sua jornada em Curitiba como uma confeitaria tradicional, tornando-se especialista em brigadeiros gourmet e uma variedade de tortas e bolos requintados para festas.
Marca tem brigadeiros com 15 sabores
A Bigadello oferece mais de 15 sabores. Desde os tradicionais, como leite belga, meio amargo e morango, até os mais inovadores, como churros, ninho, nozes, floresta negra, KitKat, pistache, paçoca e Ferrero.
Os preços vão de R$ 5 (a unidade) a R$ 72 (kits de presente, com 16 unidades). Segundo Melina, os brigadeiros são precificados com base no sabor e na quantidade.
Há outros doces no cardápio. Além dos brigadeiros, a Bigadello oferece outras opções, como tartelletes (minitortinhas), bolos no pote, brownies, pudins de leite e de doce de leite e bolos caseiros. Todos os produtos são feitos artesanalmente na cozinha da marca com receitas criadas pela Melina. A empresa tem delivery via iFood.
Em 2022, o faturamento da Bigadello foi de R$ 780 mil. O lucro foi de R$ 273 mil (35% do faturamento).
Busca constante por inovação é um desafio. Melina diz que, entre os desafios enfrentados pela Bigadello, estão a necessidade de adaptação durante a pandemia e a busca constante por inovação no mercado competitivo de confeitaria. Para se aperfeiçoar no ramo, ela fez cursos online de confeitaria e outros voltados para empreendedores.
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