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Empresário vendeu negócios ao Magalu e quer ganhar R$ 250 mi com aceleração

Ricardo Rocha, dono da aceleradora InPulse Imagem: Divulgação

Márcia Rodrigues

Colaboração para o UOL, de São Paulo

05/03/2024 04h00

Ricardo Rocha, 42 anos, começou sua vida empreendedora muito cedo, aos 11 anos, quando vendia ovos e queijo para as mães dos amigos da escola, em Minas. Em 2018, 26 anos depois, ficou conhecido por vender três empresas de tecnologia para a rede varejista, Magazine Luiza. Ele não revela o valor, que ainda segue sigilo contratual, mas afirma que a cifra é de 9 dígitos.

Hoje, com a aceleradora InPulse, ele investe em novos negócios de tecnologia. Fazem parte do seu portfólio: Yandeh, Crédito Express, Blips, Topway, Yamo, Digiall e Zuper. Cada uma delas têm um CEO com vasta experiência na sua área de atuação e conta com Rocha como sócio investidor e mentor. A previsão é de que as sete empresas, juntas, atinjam um faturamento na ordem de R$ 250 milhões em 2024.

Todas as empresas que invisto são de áreas que identifiquei uma deficiência no mercado. Vou atrás de executivos que estejam dispostos a entrar no negócio, que acabam assumindo a posição de CEO, enquanto eu assumo a posição de sócio investidor e trabalho com as estratégias para o desenvolvimento e crescimento do negócio. Ricardo Rocha, dono da aceleradora InPulse

Vida na roça e início empreendedor

A família do empreendedor veio de Minas Gerais. O pai administrava a Santa Casa da cidade de Passos, mas por problemas de saúde, precisou deixar o emprego. A família se mudou para a fazenda, na cidade vizinha de João Batista do Glória. Ali, eles moraram por dois anos, quando o jovem deu os primeiros passos como empreendedor: vendia ovos e queijo produzido na fazenda para as mães dos colegas de escola.

Mudança para o Triângulo Mineiro. Quando tinha 13 anos, a família de Rocha se mudou para Uberlândia (MG) e o pai, que era administrador de empresa, abriu uma consultoria para atender empresas interessadas em criar sistemas. Foi o primeiro contado do futuro empreendedor com computador.

Na época ele virou digitador e começou a dar aulas para outras crianças sobre como usar programas como Word e Excel. Daí em diante, começou a entrar cada vez mais no mundo da tecnologia. Passou a fazer manutenção de redes, dar cursos de Power Point e, até, criar redes de sistemas para clientes do pai.

Desafio que levou à especialização. "Um cliente me desafiou a criar uma rede de gestão da fazenda dele, que atuava no manejo, recria, engorda e abate de boi. Fiz, ele gostou e fui buscar especialização na área", lembra. No seu currículo tem um curso técnico de administração, bacharel em sistemas da informação, na Faculdade Politécnica de Uberlândia e MBA em gestão comercial pela FGV, e diversas certificações.

Primeira empresa surgiu antes da faculdade. Pouco antes de começar a faculdade, criou sua primeira empresa, de desenvolvimento de softwares, vendeu alguns anos depois e criou as três companhias que deram origem ao negócio milionário que fechou com a Magalu: Solução Certa, Kelex e Softbox. Ricardo também foi o responsável pelo desenvolvimento do marketplace da rede, que atualmente conta com 300 mil varejistas cadastrados.

Visão de mercado e novos segmentos

O empreendedor conta que todos os dias dedica um período para estudar os mercados e buscar novas oportunidades de negócio. O foco da aceleradora é o desenvolvimento de tecnologias, não importa para qual segmento. "Sou um empreendedor raiz e gosto de construir e trabalhar o negócio. É uma habilidade natural minha. Por isso, estou sempre estudando e acompanhando novos mercados que possam gerar novos negócios."

Mesmo com o sucesso exponencial do empreendedor, ele lembra que também teve negócios que não deram certo na sua trajetória. Uma empresa de cobrança que ele precisou fechar as portas após dois anos de atuação e uma empresa de marketing digital, que encerrou as atividades dois anos depois. O investimento total nas duas foi de R$ 4 milhões.

Foi um aprendizado. Em uma eu entrei num segmento que não fazia sentido na tese que uso para investir, e na outra eu selecionei um CEO que não queria abandonar sua atividade atual para se dedicar ao nosso negócio.

Família e estudos

Rocha conta que todas as sextas-feiras ele reserva a maior parte do dia para os estudos e para a família. "Acordo, faço meditação, estudo e tiro o dia para a minha família. Saio para almoçar ou jantar com minha mulher, podemos ir ao cinema ou simplesmente aproveitamos o momento para conversarmos, rirmos de vídeos engraçados na internet e curtirmos o dia."

Ele diz que não dá mesada para os filhos, mas sim os incentiva a trabalhar. Rafael, o mais velho, tem 14 anos e já trabalha com edição de vídeos em uma das empresas da família. Laura, de 12, faz curso de programação e os dois pequenos, Raul e Rodrigo, se arriscam a vender produtos para "ganhar seu dinheiro".

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