Não recebeu muita oferta de emprego? O problema pode ser o seu Facebook
Os especialistas em carreira são unânimes em afirmar que as redes sociais são cada vez mais utilizadas para selecionar o candidato certo para uma vaga de emprego. O que você faz online importa e, muitas vezes, é decisivo na hora da contratação.
70% dos recrutadores espiam o que o candidato faz no Facebook, Twitter ou LinkedIn, segundo o site americano especializado na área Career Builder. E mais de 50% só o chamam para entrevista se ele tiver um perfil online.
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"Os recrutadores querem entender melhor o perfil do candidato", afirmou Elen Souza, assessora de carreira da Catho. "A ideia é saber se a visão e os valores dele são semelhantes aos da empresa."
No Brasil, de acordo com dados da Catho, os próprios candidatos já têm noção do poder das redes sociais no processo seletivo. Quase 60% acreditam que as redes podem influenciar bastante ou razoavelmente nesse processo.
O que pega bem
Para a assessora de carreira da Catho, o candidato deve mostrar que cultiva bons laços afetivos com a família e os amigos, além de demonstrar que mantém o respeito com grupos de diferentes opiniões.
Thayane Fernandes, especialista em Mídias Sociais do Vagas.com, também acredita nisso e disse que muitos candidatos perdem a oportunidade de aparecer para os recrutadores. Para ela, é importante publicar nas redes sociais eventos ligados a sua profissão e até mesmo ações sociais —caso ele esteja engajado nelas.
Outro ponto importante, na visão de Milton Beck, diretor-geral do LinkedIn para a América Latina, é ter sinceridade e autoridade na hora de expor suas ideias. Para ele, o candidato deve se comportar da mesma forma que age no mundo offline.
O que pega mal
Uma foto publicada bebendo cerveja com os amigos em um churrasco não é necessariamente um problema. "Não há certo ou errado", afirmou Thayane. "Mas o candidato precisa saber o que ele ganha ao postar algo em público."
Neste caso, orienta a especialista, é melhor publicar a foto no modo privado da rede social (ou compartilhada apenas com os amigos que participaram do churrasco).
Publicar textos ou imagens em que o candidato concorde (ainda que levemente) com assédio ou discriminação também é altamente rechaçado pelos especialistas. "Você não escreve princípios e valores. Você os mostra", declarou Thayane.
Para Beck, do LinkedIn, o candidato que elogia a si próprio e se vangloria dos projetos em que não teve participação comete um erro. Além disso, acrescentar conexões que não têm nenhuma relação com seu trabalho é um problema. "Acaba poluindo o feed do próprio usuário."
Opiniões extremistas, desrespeito e ofensas também pegam (muito) mal. "Mostra que o candidato não sabe lidar com a diversidade", disse Elen, da Catho. "Ele precisa entender a dimensão da rede social. O que cai na rede tem grande difusão rapidamente."
Tenha cuidado com as eleições
Sabe a regra popular de que política, futebol e religião não se discutem? A especialista do Vagas.com é um pouco desse time. Para ela, o candidato deve moderar o que vai publicar e evitar polêmicas. "Não vai levar a nada, a não ser gerar controvérsias", afirmou.
Thayane adverte ainda que os candidatos devem observar a fonte de uma notícia e não espalhar fake news pelas redes sociais.
Por outro lado, Beck, do LinkedIn, acredita que as discussões sobre projetos políticos são bem-vindas, mas avisa que é bom manter-se longe dos extremismos.
"As pessoas podem discordar, mas dentro de uma etiqueta social. Vale lembrar que isso não é só para as redes, mas para a própria vida", declarou.
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