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Qual o trabalho ideal para o príncipe Harry: CEO, coach, influencer, TV?

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Imagem: Getty Images

Cláudia Varella

Colaboração para o UOL, em São Paulo

16/01/2020 04h00

Resumo da notícia

  • Especialistas avaliam perfil do príncipe para o trabalho
  • Boa comunicação e poder de persuasão são algumas habilidades
  • Marketing, coach e digital influencer seriam boas opções
  • "Networking" é palavra-chave de Harry na busca por emprego
  • Empreender no setor de audiovisual, cinema e TV pode ser caminho
  • Harry tem dinheiro, mas pode lhe faltar experiência em gestão

Já imaginou o príncipe Harry no cargo de CEO de uma grande multinacional ou assumindo funções ligadas ao marketing de uma empresa? Que tal ele ser coach ou digital influencer? Diante da decisão de deixar de ser "membro sênior" da realeza britânica e trabalhar para ser financeiramente independente, qual função no mundo corporativo ele poderia assumir?

O UOL ouviu especialistas em carreira para saber, hipoteticamente, como Harry poderia conseguir uma vaga no mercado de trabalho. Alguns acham que ele demoraria um tempo para conseguir uma vaga, por falta de experiência, mas outros dizem que o marketing envolvendo seu nome abriria muitas portas.

Começando de baixo

"No Brasil, não acredito que em menos de seis meses ele consiga se recolocar, já que precisará preparar currículo, fazer um perfil no LinkedIn, se inscrever e iniciar em processos seletivos", disse Debora Nascimento, diretora da Associação Brasileira de Recursos Humanos do Rio de Janeiro (ABRH-RJ) e diretora geral do Grupo Capacitare.

Talvez, pela falta de uma experiência anterior formal, que ainda é muito valorizada no mercado brasileiro, ele precise começar em posições ainda mais juniores.
Debora Nascimento, da ABRH-RJ e Grupo Capacitare

Habilidades: poder de persuasão e atitude

Para ela, funções ligadas a marketing, comunicação e negociação são recomendadas a Harry. "Ele demonstrou ter habilidades como boa comunicação, transitando fácil entre realeza, empresários e pessoas da comunidade, e poder de persuasão, pois, com seus projetos voluntários, conquista adesão de muitas pessoas e organizações para suas causas", afirmou.

Com os últimos acontecimentos, ele demonstrou ter muita atitude, pois ir de encontro à rainha e a uma família tão tradicional como a sua requer um espírito bastante corajoso, no mínimo.
Debora Nascimento, da ABRH-RJ e Grupo Capacitare

Luciano Salamacha, professor da FGV, destaca outros pontos a favor do príncipe: ter tido acesso a uma instrução sobre o poder que raras pessoas têm na vida, conhecimento sobre mercado globalizado, diferenças culturais e jogos de interesses entre os países, e capacidade de negociação. "Tudo isso o qualifica bem acima da média", disse.

Por ter tido liberdade e opinião para escolher seu próprio caminho, Harry demonstra, ainda, forte grau de maturidade e capacidade de decisão.
Luciano Salamacha, da FGV

Opções: coach e digital influencer

Para Bianca Machado, gerente sênior da Catho, possíveis áreas de atuação para Harry são trabalho empresarial, coach e digital influencer.

"Aparentemente, Harry gosta de se comunicar bastante em suas visitas reais, o que pode ser uma boa oportunidade para ser coach e inspirar outros com suas experiências de vida. Além disso, ele pode atuar em outros segmentos, tais como mestre de cerimônia ou orador público", disse ela.

Outra profissão do momento —digital influencer— também pode ser uma alternativa para o príncipe.

De acordo com o site britânico CNBC.com, o casal real poderia gerar mais de US$ 110 mil, equivalente a R$ 547 mil, em patrocínios no Instagram.
Bianca Machado, da Catho

Salário de CEO de grande multinacional

Para Sueli Fernandes, especialista em inserção profissional da Fundação Mudes, Harry poderia ser contratado para cargos de liderança, com salário compatível com o de um CEO de uma grande multinacional.

Entre os pontos fortes do príncipe, ela aponta: elegância no trato com as pessoas ("Afinal, ele é um príncipe"), equilíbrio emocional, habilidade para trabalhar em equipe, gosto por desafios (por ter participado de missões no Afeganistão) e adaptabilidade, que é fundamental para quem se dedica a trabalhos voluntários.

Networking é a palavra-chave

Para os especialistas, "networking" é a palavra-chave de Harry na busca por emprego. "Não levaria muito tempo para conseguir colocação no mercado devido ao seu excelente networking", afirmou Sueli.

Para Luciano Salamacha, da FGV, o círculo de relacionamento do príncipe Harry é "praticamente único". "E seu nome colocado no cartão de visitas tem um peso diferenciado", afirmou. Debora concorda.

Que empresa não gostaria de falar para o mercado que tem o príncipe como seu colaborador? Seria um baita marketing para sua marca empregadora.
Debora Nascimento, da ABRH-RJ e Grupo Capacitare

Trabalhos voluntários ajudam?

Para os especialistas, sim. "Os trabalhos voluntários contam muito como ponto favorável para a contratação, pois uma pessoa com visão humanística faz grande diferença numa equipe. As empresas também valorizam esse tipo de experiência porque desenvolvem empatia, motivação e organização", disse Sueli.

Debora, da ABRH-RJ, dá a dica: "Sempre coloque no currículo e mencione os trabalhos voluntários que fez, pois eles falam muito sobre você, seus valores e suas habilidades. Muitas competências são desenvolvidas quando você se envolve em causas como essas, e elas poderão ser usadas nas suas atividades profissionais".

Ela diz que o príncipe Harry deixa clara a importância que dá ao voluntariado e às causas que envolvem sustentabilidade, proteção do planeta e dos menos favorecidos.

Sua história de vida mostra como hoje é um homem amadurecido, com propósitos e resiliência, bem distante do Harry adolescente, que vivia nas páginas dos tabloides de fofocas.
Debora Nascimento, da ABRH-RJ e Grupo Capacitare

Empreendedorismo e marca própria

Para Salamacha, salvo um cargo executivo em uma grande empresa, a tendência é que Harry siga como empreendedor.

Dono de uma fortuna avaliada em de cerca de 30 milhões de libras (cerca de R$ 160 milhões), Harry não teria problema de falta de recursos para empreender. Mas talvez lhe faltasse experiência em gestão do negócio.

Certamente pode ser um caminho para ele. Talvez Harry não tenha ainda uma experiência como gestor e precise desenvolver esse perfil para que seus negócios se desenvolvam bem e rápido, mas ele pode contar com um time que o ajude nisso.
Debora Nascimento, da ABRH-RJ e Grupo Capacitare

Empreender no segmento do audiovisual, investindo em cinema e TV, pode ser uma saída. "Já que a sua esposa [a atriz americana Meghan Markle] parece ser uma grande parceira", disse.

Harry e a mulher já têm uma marca registrada, a "Sussex Royal", que inclui arrecadação de fundos para obras sociais, bem como venda de roupas esportivas e gorros.

"Embora eles não capitalizem para fins próprios, devido às regras da realeza, a marca é uma possibilidade de negócio para o príncipe, se estabelecendo no mercado empresarial e expandindo para outros projetos", disse Bianca Machado, da Catho.

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