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Todos querem inovação, mas como aprender a fazer isso no seu trabalho?

Claudia Varella

Colaboração para o UOL, em São Paulo

05/03/2020 04h00

Resumo da notícia

  • Profissional inovador está sempre à procura de novas soluções
  • Inovação se faz da mistura das competências profissionais, pessoais e técnicas
  • Conjunto de competências é muito bem visto pelas companhias
  • Empresas apostam em inovação, como incubadoras e celeiros de ideias
  • Estudar tendências do mercado é um dos caminhos para a inovação

Um profissional inovador é aquele que vive antenado com as tendências do mercado, sempre à procura de novas soluções e ideias para a empresa onde trabalha ou para seu próprio negócio. E as companhias valorizam profissionais com este perfil. É o que dizem os especialistas ouvidos pelo UOL.

"Essa é uma característica que exige criatividade e disposição para testar e aprender constantemente, além de ter gosto por desafios", afirmou Luciana Caletti, vice-presidente do Glassdoor na América Latina.

Luiz Guedes, especialista em inovação na FIA (Fundação Instituto de Administração), diz que o profissional inovador tem a capacidade de "enxergar potencialidades nas dificuldades dos outros", antevendo oportunidades para transformá-las em negócios. "Mas sacar o que dá para fazer é o primeiro passo da inovação. Dali para frente, é preciso fazer acontecer. Então, ele precisa ser bom em gestão de projetos", declarou.

Portanto, segundo ele, a habilidade de "construir novas alternativas que ainda não foram testadas, a coragem de levá-las à frente e a perseverança de conduzir projetos inovadores" são um conjunto de competências que é muito bem visto pelas companhias.

"É claro que ser inovador por si só não vale. É preciso ter outras habilidades, como competência do trato humano, saber navegar na política da companhia e ter visão estratégica. Inovação se faz da mistura das competências profissionais, pessoais e técnicas", afirmou.

Empresas apostam em inovação

As empresas estão percebendo o valor da inovação, diz Guilherme Fernandes, CEO da Alexander Hughes Brasil. "Elas estão investindo e participando em incubadoras, celeiros de ideias, departamentos de inovação", disse. A Alexander Hughes é uma empresa internacional de "executive search", que aconselha a alta administração sobre aquisição de talentos.

Segundo Uranio Bonoldi, professor em curso de MBA na Fundação Dom Cabral, sem inovação, não há diferenciação de produtos e serviços. "As empresas devem investir fortemente em áreas de P&D [pesquisa e desenvolvimento] e em profissionais para a busca constante de inovação."

Luciana, da Glassdoor, afirma que a capacidade de inovar é fundamental para o sucesso de qualquer empresa. "É preciso que as empresas acompanhem as mudanças ou se tornarão obsoletas rapidamente. Isso é igualmente válido para os profissionais. Ser inovador muitas vezes é um diferencial importante entre aqueles que estão no topo e aqueles que estão nos primeiros degraus da carreira."

Para ela, se o profissional procura constantemente maneiras inovadoras de ajudar sua empresa a ser mais eficiente e lucrativa, é altamente provável que seus esforços sejam reconhecidos e que novos caminhos, dentro ou fora dela, sejam abertos.

Luiz Cury, consultor de negócios da Cury Franchising, diz que manter-se à frente ou, no mínimo, acompanhar os processos de mudança irá fazer o profissional ser útil e importante para a empresa em que trabalha ou para o seu negócio não ser superado pela concorrência. "A tecnologia muda a cada segundo e, por consequência, o mundo que nos cerca. Portanto, inovar-se de forma constante faz com que você não perca o bonde da história", disse.

Guedes, da FIA, diz que uma empresa não inova para fazer diferente por si só. "Não é um fim em si mesmo, mas, no final, é gerar valor principalmente para os acionistas e funcionários. A empresa inovadora busca formas criativas de se diferenciar da concorrência e, em se diferenciando daquilo que importa para o seu cliente final, cobrar mais pelo seu produto ou serviço", afirmou.

Como aprender a ser inovador

"Não há outro caminho que não seja o estudo das tendências. Entender para onde a tecnologia vai é um caminho necessário para aquelas empresas e profissionais que querem se manter atualizados. Mas eu diria que, mais do que estar antenado com que a tecnologia pode oferecer, a empresa deve se antenar com que a sociedade espera dela. E a tecnologia acaba sendo um meio para chegar lá, e não um fim em si", disse Guedes, da FIA.

Para Bonoldi, da Fundação Dom Cabral, o processo de inovar é cognitivo. "Portanto, todo tipo de informação será de boa valia. O profissional usa todo tipo de informação e tem espírito curioso, é bom pesquisador, sabe perguntar e é arrojado para a experimentação."

Bonoldi afirma que é importante o profissional "desenhar um bom plano de carreira", para saber qual direção seguir e, portanto, quais cursos serão de interesse para a sua atualização.

Ser inovador traz mais chance de assumir cargo de chefia?

Os especialistas ouvidos pelo UOL disseram que sim, com exceção de Guedes, da FIA.

"Não vejo relação entre um profissional ser inovador e ter habilidade para liderança. São competências que podem andar em paralelo e que são independentes. Para mim, não são correlatas", afirmou.

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