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Brasil cria mais de 131 mil empregos formais em julho, diz Caged

Saldo de 131.010 novas vagas interrompeu uma sequência de quatro meses de dados negativos - Adailton Damasceno/Futura Press/Estadão Conteúdo
Saldo de 131.010 novas vagas interrompeu uma sequência de quatro meses de dados negativos Imagem: Adailton Damasceno/Futura Press/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

21/08/2020 15h00Atualizada em 21/08/2020 18h02

O Brasil abriu 131.010 vagas de emprego com carteira assinada em julho, interrompendo uma sequência de quatro meses de dados negativos, segundo o Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgado hoje pelo Ministério da Economia.

O balanço de julho é resultado de 1.043.650 contratações e 912.640 demissões registradas no período. Com isso, o estoque de empregos formais no Brasil chegou a 37.717.045.

"Temos uma notícia extraordinária: criamos liquidamente 130 mil empregos neste mês. Isso não acontecia desde abril. Começamos o ano bem, fomos atingidos pela pandemia em março, perdemos empregos até junho, mas tivemos saldo positivo em julho", comemorou o ministro da Economia, Paulo Guedes, durante coletiva.

O resultado também ficou acima do registrado em julho de 2019, quando foram criadas 43.820 vagas formais.

Em 2020, porém, o saldo é negativo: nos sete primeiros meses do ano, foram perdidos 1.092.578 empregos, enquanto o mesmo período de 2019 registrou a abertura de 461.411 vagas.

Setores

Impulsionado pela Indústria de Transformação, o setor econômico da Indústria liderou a geração de empregos formais, com saldo positivo de 53.590 empregos com carteira assinada em julho.

Depois dela, vieram os setores de Construção, com 41.986, e Comércio, que registrou 28.383 novas vagas. Completam a lista a Agropecuária (23.027) e os Serviços — o único segmento com saldo negativo (-15.948).

Modalidades

O mês de julho registrou 14.243 contratações e 7.298 demissões na modalidade de trabalho intermitente, gerando saldo de 6.945 empregos formais. Ao todo, 86 empregados assinaram mais de um contrato na condição de trabalhador intermitente.

Já a jornada em regime de tempo parcial teve saldo negativo de -5.353 vagas no mês, resultado de 7.537 admissões e 12.890 desligamentos. Nesta modalidade, 32 trabalhadores celebraram mais de um contrato.

Regiões e estados

Todas as cinco regiões do país tiveram resultado positivo em julho. Em números absolutos, o melhor saldo é do Sudeste, com a criação de 34.157 (aumento de 0,18%) postos de trabalho, mas a maior variação relativa coube ao Norte, com crescimento de 0,76% — ou 13.297 novas vagas de emprego com carteira assinada.

O Nordeste teve saldo positivo de 22.664 postos (+0,37%); o Sul, de 20.128 (+0,29%); e o Centro-Oeste, de 14.084 (+0,44%).

São Paulo, com 22.967 novas vagas (+0,20%), Minas Gerais, com 15.843 (+0,40%), e Santa Catarina, com 10.044 (+0,50%), tiveram o maior saldo positivo. Já o melhor desempenho em comparação ao mês anterior ficou com Maranhão (4.919 empregos, +1,03%), Pará (7.356, +1,01%); e Mato Grosso (5.560, +0,77%).

Entre as unidades federativas, apenas Rio de Janeiro, Sergipe e Amapá registraram saldo negativo. Em julho, o balanço dos três foi de -6.658 vagas (-0,22%), -804 (-0,30%), e -142 (-0,21%), respectivamente.

Influência do BEm

O governo avalia que o BEm (Programa Emergencial de Preservação da Renda e do Emprego), que prevê o pagamento de um benefício mensal a trabalhadores que tiveram seu contrato de trabalho suspenso ou jornada e salário reduzidos, tem contribuído para evitar demissões durante a pandemia.

Guedes exaltou a importância do BEm, que será prorrogado por mais dois meses, e comparou a situação do Brasil à dos Estados Unidos, que, segundo ele, não conseguiram evitar a perda de 30 milhões de empregos — mesmo investindo mais dinheiro.

"O Benefício Emergencial [BEm] já favoreceu quase 16 milhões de trabalhadores. Talvez tenha sido nosso programa mais efetivo em termos de gasto: foram investidos aproximadamente R$ 20 bilhões para preservar quase 16 milhões de empregos."

*Com informações da Reuters