País cria 316.580 vagas com carteira em julho, 7º mês de saldo positivo
O Brasil abriu 316.580 vagas de emprego com carteira assinada em julho, no sétimo mês consecutivo de saldo positivo, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados hoje pelo Ministério do Trabalho e Previdência. Esse resultado decorreu de 1.656.182 admissões e de 1.339.602 desligamentos.
O total de empregos com carteira no país somou 41.211.272 em julho, o que representa uma variação de 0,77% em relação ao mês anterior. No acumulado até julho, o saldo na criação de empregos formais é positivo em 1.848.304 vagas.
A expectativa de analistas de mercado, consultados em pesquisa da agência de notícias Reuters, era de abertura de 250 mil postos de trabalho. Em julho do ano passado, o Brasil havia criado 137.014 vagas em momento em que o país ainda enfrentava medidas de combate à pandemia de covid-19.
Os números positivos do Caged contrastam com a taxa de desemprego no país de 14,6% no trimestre de março a maio, o dado mais recente do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O número se refere ao total de empregos, com e sem carteira assinada.
Essa é primeira divulgação dos dados do Caged feita pelo Ministério do trabalho e Previdência, pasta comandada por Onyx Lorenzoni. Até então, as informações eram passadas pelo Ministério da Economia, liderado por Paulo Guedes.
Ministro diz que dados poderiam ser melhores sem 'fecha tudo'
Em entrevista coletiva virtual após a divulgação dos dados, o ministro Onyx Lorenzoni endossou o discurso do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), contrário às medidas de restrição adotadas por estados e municípios para frear a propagação da covid-19.
Segundo o ministro, o Brasil foi um dos países que melhor respondeu à pandemia, e os lockdowns não funcionaram em lugar nenhum do mundo. No entanto, a declaração contradiz estudos internacionais que apontam a eficácia de medidas de restrição e isolamento social na redução de casos e mortes por covid-19.
Além disso, de acordo com dados da plataforma Our World in Data, ligado à Universidade de Oxford, o Brasil é o segundo país do mundo com maior número de mortes por covid-19 (576.645 até ontem), atrás apenas dos Estados Unidos (632.272).
Imagina que números nós estaríamos falando agora se o Brasil não tivesse praticado o fecha tudo que governos promoveram no ano passado e em parte desse ano. Infelizmente, alguns líderes preferiram narrativas oportunistas para atacar o governo do presidente Bolsonaro.
Onyx Lorenzoni, ministro do Trabalho e Previdência
Todos os 5 setores tiveram saldo positivo
Os dados do Caged apontam saldo positivo no nível de emprego nos cinco grupos de atividade econômica.
- Serviços: (+127.751 postos)
- Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas: (+74.844 postos)
- Indústria: (+58.845 postos)
- Construção: (+29.818 postos)
- Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura: (+25.422 postos)
Regiões
Ainda de acordo com os dados, houve saldo positivo na geração de empregos formais nas cinco regiões brasileiras:
- Sudeste (+161.951 postos, +0,77%)
- Nordeste (+54.456 postos, +0,83%)
- Sul (+42.639 postos, +0,55%)
- Centro-Oeste (+35.216 postos, +1,01%)
- Norte (+22.417 postos, +1,18%)
Salários de admissão têm leve queda
O salário médio de admissão em julho foi de R$ 1.801,99 —comparado ao mês anterior, houve redução real de R$ 22,72 no salário médio de admissão, representando uma queda de 1,25%.
Ainda em julho, houve 21.603 admissões e 13.938 desligamentos na modalidade de trabalho intermitente, gerando saldo de 7.665 empregos.
Nova metodologia
Desde janeiro do ano passado, o uso do Sistema do Caged foi substituído pelo eSocial (Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas) para as empresas, o que traz diferenças na comparação com resultados dos anos anteriores.
Na metodologia anterior (de 1992 a 2019), o melhor resultado para junho na série sem ajustes havia sido em 2008, quando foram criadas 309.442 mil vagas no sexto mês do ano.
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