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Músico e engenheiro criam clube para investir

Da Redação<br><br/> Em São Paulo

18/10/2007 17h04

O nome do clube de investimento do designer gráfico Hélio Salema não poderia ser mais apropriado: Stratocaster.

Se você não entendeu, é porque não se liga em música, como os 25 cotistas do clube do também baterista Salema. Afinal, Stratocaster é o modelo de guitarra imortalizado por Jimi Hendrix.

Há um ano, Salema e seus amigos, o guitarrista e professor de administração Paulo Carvalho e o maestro e tecladista Yan Guimarães, procuravam uma maneira de investir o dinheiro que recebiam em suas apresentações.

Sem nenhuma experiência em ações, Salema fez um curso sobre o assunto e resolveu criar um clube de investimentos para pôr em prática o aprendizado.

Logo no início foram apenas os três amigos, que tinham todos o objetivo de juntar dinheiro para aposentadoria. Cada um concordou em investir religiosamente R$ 100 todo mês.

"Escolhemos uma quantia que todos pudessem dispor sem deixar de pagar a conta de luz", brinca. Aos poucos, outros músicos e amigos foram entrando no clube, que assim ganhou mais fôlego para investir.

Hoje, o Stratocaster investe numa carteira de cerca de sete papéis de empresas dos setores energético, bancário, alimentício e de transporte. "Escolhemos apenas empresas com boa administração e que apresentem lucro há pelo menos 5 anos", revela.

Para Salema, o segredo do sucesso de um clube é sempre procurar aprender e se informar cada vez mais. "Fundamental também é que todos mantenham o mesmo objetivo."

Segundo o músico, os amigos se reúnem pelo menos uma vez por mês para discutir a política de investimentos do clube. "Mas a gente está gostando tanto da história que todo encontro acaba girando em torno deste assunto", diz.

Prova disso é que Salema agora também investe sozinho pelo home broker. "Deixo essa opção para as minhas apostas mais arriscadas. No clube, a ordem é não especular."

Amigos
O engenheiro de aplicação industrial Cezar Raposo tem 26 anos, é casado e tem 18 amigos. Como eu sei? É que todos fazem parte do clube "Amigos do Raposo", idealizado pelo engenheiro como uma forma de se envolver ainda mais com o mercado de ações.

Ele conta que a primeira experiência com o assunto foi quando investiu o FGTS nas ações da Vale do Rio Doce, o que lhe deu bons retornos. Mais tarde, investiu no PIBB e o resultado foi "fantástico".

Raposo resolveu então aplicar sozinho na Bolsa, por meio de home broker, e também obteve bons resultados. "Conversando com meus amigos, percebi que muitos não tinham idéia de como operar neste mercado, e achei que o clube era uma oportunidade para todos, inclusive para eu aprender ainda mais."

Assim, os amigos do Raposo, estimulados pelo próprio, resolveram formar o clube que adotou gestão mista, isto é, a decisão sobre onde aplicar é dividida entre os cotistas e a corretora que administra o clube.

Os integrantes também têm todos objetivos de longo prazo, como formar uma poupança para os filhos, juntar dinheiro para aposentadoria ou até mesmo ir para a Copa do Mundo de 2010.

"As maiores vantagens que percebi no clube de investimento foram o custo mais baixo e a possibilidade de diversificar meus investimentos com um valor bem menor do que se estivesse operando sozinho pelo home broker."

(Sophia Camargo)