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Sadia e Perdigão: analistas dizem o que fazer com ações até se definir fusão

Anne Dias

15/06/2011 12h18

O julgamento sobre a fusão entre Sadia e Perdigão, que deu origem à Brasil Foods, foi adiado nesta quarta-feira (15) pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Na semana passada, o relator do processo, Carlos Ragazzo, votou pela reprovação da fusão. Nos dias seguintes, o que se viu foi a queda das ações da Brasil Foods (BRFS3).

O Cade ainda precisa dizer se a fusão entre a Perdigão e a Sadia permanece de pé e, se sim, em quais condições.

Analistas de mercado não comentam qual deve ser a posição do órgão. Eles são bem taxativos: tanto quem tem, quanto quem não tem essas ações em carteira não deve fazer nada. Nem comprar mais nem vender os papéis.

“A queda da cotação das ações está no fim. Quem ainda não comprou deve esperar mais um pouco. E quem está pensando em vender também deve esperar, porque o preço vem caindo muito nos últimos dias”, afirma Leandro Martins, analista-chefe da corretora Walpires e fundador do site Seu consultor financeiro.

Para ele, o especulador também pode se dar mal. “Principalmente se a pessoa está pensando em comprar agora para vender até quarta. Está tudo muito incerto.”

E esta é a principal preocupação dos analistas: a incerteza em relação à decisão do Cade. Você até poderia pensar em comprar esses papéis hoje porque eles estão caindo. “Mas ninguém sabe o que pode acontecer. Eu mesmo parei de operar as ações da empresa. Hoje eu não faria nada”, diz Marcelo Coutinho, sócio-presidente da YouTrade.

Para o diretor de investimentos da Petra Corretora, Ricardo Binelli, numa situação como essa a ação é sempre punida. “As incertezas sobre a empresa são o que mais pesam neste momento”, afirma Binelli.

Médio prazo

Os analistas também concordam que, no médio prazo, ou seja, para daqui a seis meses, as ações da BR Foods podem voltar a ter peso na carteira. “O Natal é o ponto alto da empresa, é quando ela mais vende carnes para as festas de fim de ano”, afirma Leandro Martins, da Walpires.

Se é boa no médio prazo e está mais barata hoje do que dez dias atrás, então é hora de comprar?

“Mas o que o Cade vai decidir? Ele vai dar ok para a fusão? Vai pedir para a empresa vender alguma companhia menor? São muitas incertezas”, diz Cauê Pinheiro, analista de investimentos da corretora SLW, e que acompanha os papéis da BR Foods e do setor de alimentos.

“Nossa recomendação é de venda, mas depois que sair a decisão do Cade vamos ter de revisar nossa posição. Tudo pode mudar. Ou não.”