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Problemas da economia mundial assombram Bolsa brasileira

Do UOL, em São Paulo

05/03/2013 06h00

O governo americano vai ser forçado a reduzir suas despesas em US$ 85 bilhões pelos próximos sete meses, como resultado da falta de acordo entre republicanos e democratas a respeito do orçamento público.

O motivo não foi suficiente, no entanto, para derrubar a Bolsa de Nova York, a referência para o mercado de ações americano. Diferentemente da Bolsa brasileira, o mercado americano já recuperou os níveis de preços anteriores à crise de 2008.

Não quer dizer que a crise “já passou” nos EUA. Apenas, que parte do dinheiro abundante injetado pelo banco central desse país no setor financeiro foi deslocado para compras de ações.

E também, que há um relativo otimismo a respeito dos números mais recentes dessa economia, que vem mostrando uma recuperação moderada do mercado de trabalho, do setor imobiliário e da disposição do consumidor para voltar às compras.

Esses indicadores vão ser examinados com lupa nos próximos meses. Analistas querem saber até que ponto o corte nas despesas públicas vai afetar a economia americana como um todo.

“Acho que a recuperação dos EUA ainda vai surpreender neste ano”, diz o superintendente da corretora brasileira da CGD (o banco português Caixa Geral de Depósitos), Raffi Dokuzian.

A situação continua obscura e potencialmente perigosa na Europa, como demonstra o noticiário político da Itália, uma das maiores economias do bloco do euro. Não se encontram analistas que antecipam uma resolução dos problemas mais sérios do continente europeu no curto prazo.

A China é outra variável a considerar no cenário internacional, principalmente por sua demanda por commodities (matérias-primas) brasileiras.

Há dúvidas sobre o que novo governo deve fazer para lidar com os problemas da locomotiva da economia global, mas o temor de uma desaceleração drástica do ritmo de crescimento parece ter sumido do radar dos analistas.

"A economia mundial ainda vai dar várias patinadas em 2013. Acredito que 2014 vai ser um ano muito melhor", diz o economista da Austin Rating Felipe Queiroz.