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Com a taxa de juros em queda, veja onde investir para ganhar mais

Getty Images/iStockphoto/StockFinland
Imagem: Getty Images/iStockphoto/StockFinland

Téo Takar

Colaboração para o UOL, em São Paulo

12/04/2017 18h07

Se você mantinha todo o seu patrimônio investido em fundos DI e estava satisfeito com retorno na casa dos 12% ao ano (ou até superior), fique alerta: essa realidade vai mudar nos próximos meses.

O Comitê de Política Monetária do Banco Central decidiu acelerar o ritmo de redução da Selic nesta quarta-feira (12) e derrubou a taxa básica de juros em um ponto percentual, para 11,25% ao ano. 

Na prática, isso significa que investimentos mais conservadores, como os fundos DI, passarão a render bem menos daqui para frente. A expectativa do mercado financeiro é que o Copom reduza a Selic para 8,5% até o fim deste ano e mantenha a taxa nesse patamar em 2018.

Ao longo de 2017, os fundos DI ainda serão uma opção rentável se comparados a outros tipos de aplicação, como a poupança. “A Selic começou o ano em 13,75% e deve chegar em dezembro valendo 8,5%. Na média, a taxa do ano vai ficar em torno dos 11%”, explica Roberto Indech, analista-chefe da corretora Rico.

Com a Selic caindo para um dígito, o ideal é que você reduza a parcela do seu patrimônio aplicado nesse tipo de fundo e busque investimentos com retornos melhores. “As pessoas precisam deixar de olhar o rendimento nominal e se acostumar a olhar a taxa real, ou seja, o rendimento já descontada a inflação”, explica Sandra Blanco, consultora de investimentos da Órama.

Mas tenha em mente que é preciso diversificar. Não aplique todo o dinheiro em um único fundo de investimento, ação ou CDB de banco desconhecido.

Títulos do Tesouro atrelados à inflação são boas opções

O lado bom dessa história é que não são apenas os juros que estão caindo. A inflação também está em queda livre. Depois de marcar 10,6% em 2015, o IPCA desacelerou para 6,3% no ano passado, e a expectativa é que encerre o ano abaixo dos 4,5%.

“Como a inflação está recuando, as taxas reais ainda continuam altas, entre 4,5% e 5% ao ano”, afirma Sandra. Porém, esse ganho não deve se sustentar por muito tempo, uma vez que a rentabilidade dos investimentos deve se ajustar ao novo patamar da Selic nos próximos meses.

Para aproveitar essa janela atual de oportunidade, Sandra cita como boas opções de investimento os títulos do Tesouro atrelados à inflação (Tesouro IPCA, também conhecido como NTN-B), cujas taxas reais ainda estão acima de 5% ao ano.

Investimentos de renda fixa rendem mais em bancos menores

Outra oportunidade de investimento também com perfil conservador, ou seja, de baixo risco, são os papéis emitidos por bancos menores, como CDBs e RDBs, que oferecem rendimento entre 105% e 120% do CDI (a taxa do CDI acompanha de perto a Selic), dependendo do prazo da aplicação.

“O investidor conservador deve sair dos CDBs dos bancos grandes, que pagam entre 80% e 90% do CDI, porque essa aplicação vai começar a perder inclusive para a poupança. Uma opção equivalente são os CDBs dos bancos médios, que oferecem taxas bem melhores”, recomenda Rodrigo Puga, sócio-gestor da plataforma de investimentos Modalmais. Esse tipo de investimento conta com proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para aplicações até R$ 250 mil.

Especialistas sugerem fundos multimercados

Os fundos multimercados são um bom caminho tanto para quem tem pouca intimidade com o mercado financeiro como para quem entende seu funcionamento, mas não se sente seguro para investir diretamente na Bolsa, por exemplo.

Eles podem aplicar seu dinheiro em diversos tipos de ativos, como ações, moedas e juros. As estratégias são mais ou menos arriscadas, dependendo da política de investimento do fundo.

“Há vários tipos de fundos multimercados. Desde os mais conservadores, que procuram entregar uma rentabilidade em torno de 110% do CDI com risco baixo, até os mais arrojados, que podem render 200% do CDI, mas apresentam uma volatilidade maior”, explica Puga, do Modalmais.

Escolha um fundo do investimento conforme o perfil de risco

As plataformas de investimento de bancos, corretoras e gestoras de recursos oferecem uma variedade de fundos, que são classificados conforme o perfil de risco. Comece sua seleção por aí.

Se quiser um produto que renda mais, ele será mais arriscado. Portanto, destine uma parcela menor do seu patrimônio para esse produto, algo como 10%, no máximo.

Na dúvida, comece pela “lâmina” do fundo. Esse documento tem que estar disponível no site do banco ou da corretora por onde você fará a aplicação. Nele estão informações básicas, como o valor mínimo de aplicação e de resgate, em que tipo de ativo o fundo investe, a taxa de administração e o prazo para que sua aplicação ou resgate seja efetivado.

“É importante conhecer também o histórico de rentabilidade e de volatilidade”, diz Puga. “Um fundo que rende muito, mas apresenta uma volatilidade alta, significa que ele corre maior risco. Se você tiver que escolher entre dois fundos com perfis de investimento e rentabilidade parecidos, dê preferência ao que tenha menor volatilidade.”

Deixe reserva de emergência no fundo DI ou Tesouro Selic

Os especialistas recomendam que, mesmo com a queda dos juros, o investidor ainda mantenha uma parte do seu patrimônio aplicada em fundos DI ou em títulos do tipo Tesouro Selic. A ideia é que esses recursos sejam reservados para imprevistos ou para pagamentos de despesas programadas para os próximos meses.

Fuja de fundos DI com taxas de administração elevadas

Preste atenção na taxa de administração cobrada pelo seu banco no fundo DI. Especialistas advertem que ela não deve passar de 1% ao ano. E com a tendência de queda dos juros, a taxa de administração também terá que ser menor para não corroer os ganhos do fundo.

Um estudo elaborado pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) mostra que, considerando a Selic atual, de 11,25% ao ano, os fundos DI que cobram taxa de administração de 2,5% ao ano ou mais já perderiam para o rendimento da poupança. Veja a simulação abaixo.

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