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ANÁLISE

Mercado teme que mais sanções à Rússia provoquem nova disparada do petróleo

2.abr.2022 - Corpos de pelo menos 20 pessoas estavam espalhados em uma rua de Bucha, cidade recapturada pelas forças ucranianas - Ronaldo Schemidt/AFP
2.abr.2022 - Corpos de pelo menos 20 pessoas estavam espalhados em uma rua de Bucha, cidade recapturada pelas forças ucranianas Imagem: Ronaldo Schemidt/AFP

Rafael Bevilacqua

04/04/2022 09h21

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A notícia de que mais de 400 civis teriam sido mortos pelo exército russo na cidade ucraniana de Bucha, situada a 60 quilômetros da capital Kiev, chocou o mundo e resultou em pedidos de um endurecimento das sanções impostas pelo ocidente à Rússia.

Após mais de um mês de combates nos arredores de Kiev, sem obter sucesso na tomada da cidade, Moscou ordenou que as tropas se retirassem da região e partissem para a porção leste do país, onde estão situadas as regiões separatistas de Donetsk e Luhansk.

O motivo para a súbita mudança de estratégia ainda é debatido. Enquanto os ucranianos alegam que a retirada se deve às pesadas baixas sofridas pelo exército russo na região e à sua incapacidade de tomar Kiev, a Rússia afirma que o recuo foi um sinal de boa vontade em meio às negociações pela paz.

Mas as atrocidades atribuídas ao exército russo contrariam a ideia de que Putin e seus aliados estão dispostos a discutir a paz.

Segundo o ministro de Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, civis foram executados nos arredores da capital durante a retirada das tropas russas do local, e centenas de corpos já foram encontrados nas ruas e em valas comuns.

Diante da mobilização da opinião pública internacional, lideranças ocidentais já declararam apoio à imposição de novas sanções à Rússia, e cresce a expectativa pelo anúncio de sanções ao setor mais relevante da economia russa: o de óleo e gás.

Ao que tudo indica, Putin não dará o braço a torcer com facilidade, e deve reagrupar suas tropas no leste da Ucrânia para garantir a tomada das regiões de Donetsk e Luhansk, concentrando seus esforços também na porção sul do país, onde está situada a cidade de Mariupol.

Por essa razão, não há perspectiva de retirada das sanções impostas a Moscou até o momento, e o mercado teme que o possível anúncio de sanções ao petróleo e ao gás natural da Rússia acarrete a disparada dos preços dos combustíveis em todo o globo, provocando um novo surto inflacionário.

Leia no 'Investigando o Mercado' (exclusivo para assinantes do UOL Investimentos): informações sobre os eventos recentes envolvendo a proposta de fusão entre as operadoras de shoppings brMalls e Aliansce Sonae.

Um abraço,

Rafael Bevilacqua
Estrategista-chefe e sócio-fundador da Levante

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