Marfrig assume o controle da concorrente BRF, dona de Sadia e Perdigão
Hoje comentaremos a recente mudança no conselho de administração da BRF, dona de Sadia e Perdigão, que passa a ter como presidente Marcos Molina, fundador e dono da Marfrig.
Confira a seguir o comentário de Rafael Bevilacqua, estrategista-chefe e sócio-fundador da casa de análise Levante Ideias de Investimento, sobre o tema. Todos os dias, Bevilacqua traz notícias e avaliações de empresas de capital aberto para você tomar as melhores decisões de investimento. Este conteúdo é acessível para os assinantes do UOL. O UOL tem uma área exclusiva para quem quer investir seu dinheiro de maneira segura e lucrar mais do que com a poupança. Conheça!
Fundador da Marfrig presidirá conselho da BRF
A BRF (BRFS3) contará com um conselho de administração presidido por Marcos Molina —fundador e controlador da Marfrig (MRFG3)— e composto por um grupo de executivos de sua confiança.
A Marfrig é uma das maiores empresas do setor de proteína animal do planeta, e é também a principal acionista da BRF, com uma participação de 33,25% na empresa, seguida pelo Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil (BBAS3), que possui 6,13% do capital da companhia.
O motivo pelo qual a Marfrig limitou sua participação na companhia a 33,25% é a existência de uma determinação no estatuto da BRF que diz que qualquer acionista que adquira uma participação superior a 33,33% na empresa precisará realizar uma oferta pública de aquisição pelas fatias detidas pelos demais acionistas pagando um prêmio de 40% sobre a cotação média dos últimos 30 ou 120 dias. Nesse cenário, o aumento de participação se tornaria muito custoso para a companhia.
Inicialmente, a Marfrig propôs uma chapa presidida por Molina e composta por dez membros de sua escolha, o que desagradou ao Previ e deu início a um embate entre os dois maiores acionistas da BRF.
Visando eleger um conselho alinhado a seus interesses e evitar desgastes com o segundo maior acionista, a Marfrig entrou em um acordo com o Previ permitindo que o fundo indicasse Aldo Luiz Mendes, ex-diretor de política monetária do Banco Central, para uma das dez vagas do conselho da BRF.
Ao concordar com a indicação de Mendes para a vaga, a Marfrig conseguiu fazer com que o Previ retirasse seu pedido de adoção da sistemática do voto múltiplo para a eleição dos membros do Conselho de Administração da BRF, apresentado no último dia 24.
Caso o voto múltiplo fosse adotado, os acionistas teriam o direito de votar individualmente em cada um dos candidatos ao conselho, o que colocaria em risco os planos da Marfrig de consolidar sua hegemonia na BRF.
Com o impasse resolvido, a chapa de Molina venceu a eleição para o conselho da BRF realizada em assembleia na segunda-feira (28) com 97,88% dos votos.
Pensando no curto prazo, a eleição da chapa escolhida por Molina põe fim a um imbróglio que vinha incomodando os investidores, abrindo caminho para a valorização dos papéis de ambas as empresas.
Além disso, com um conselho composto majoritariamente por membros indicados pela Marfrig, as especulações acerca de uma possível fusão com a BRF no futuro voltam a ganhar força.
Todavia, diante da piora de humor do mercado com o cenário macro, as ações da BRF fecharam em queda de 0,06% no pregão de quarta-feira (30), cotadas a R$ 18,16, enquanto as ações da Marfrig avançaram 0,19%, a R$ 21,44.
Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.
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