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ANÁLISE

Engie vende última termelétrica a carvão e vai investir em fonte renovável

Diego PH/Unsplash
Imagem: Diego PH/Unsplash

Rafael Bevilacqua

19/09/2022 08h59

Concluindo seu processo de desinvestimento de térmicas a carvão no país, a Engie Brasil (EGIE3) enfim vendeu sua última usina que utilizava tal fonte para produção de energia, a UTE Pampa Sul (RS). A venda, realizada por R$ 2,2 bilhões, teve como contraparte os fundos de investimento Grafito e Perfin Space X, geridos pelas empresas Starboard e Perfin. O valor da transação foi dividido entre preço de venda, de R$ 450 milhões, e o repasse da dívida de R$ 1,8 bilhão para os novos donos.

Confira a seguir o comentário de Rafael Bevilacqua, estrategista-chefe e sócio-fundador da casa de análise Levante Ideias de Investimento, sobre o tema. Todos os dias, Bevilacqua traz notícias e avaliações de empresas de capital aberto para você tomar as melhores decisões de investimento. Este conteúdo é acessível para os assinantes do UOL. O UOL tem uma área exclusiva para quem quer investir seu dinheiro de maneira segura e lucrar mais do que com a poupança. Conheça!

De acordo com o diretor de investimentos da Perfin, Ralph Rosenberg, os planos para a usina incluem investimento em tecnologias que possibilitem aumento da eficiência da planta, que atingiu 37% de eficiência líquida em 2021.

Segundo o executivo, estima-se um investimento de R$ 150 milhões na UTE, tendo como objetivo atingir uma redução das emissões de carbono em até 5% nos próximos anos.

Marcos Bitencourt, diretor da Starboard, acrescenta que foram criadas frentes para cumprimento das diretrizes do investimento em tecnologias que possibilitem esse aumento da eficiência da planta.

A usina Pampa Sul está localizada no pampa gaúcho, no município de Candiota (RS). Tendo sua operação comercial iniciada em junho de 2019, a térmica possui capacidade instalada de 345 megawatts (MW) e gera energia suficiente para atender cerca de 1,3 milhão de pessoas.

Anos após tomada a decisão de desinvestimento em ativos cuja fonte para geração de energia seriam combustíveis fósseis, a Engie Brasil consegue, enfim, se desfazer de sua última usina termelétrica. Este é o quarto desinvestimento no segmento realizado pela companhia desde a definição de seu novo direcionamento estratégico, em 2015.

Com a venda do ativo, o diretor-presidente da empresa, Eduardo Sattamini, afirma que, com o capital levantado, serão realizados investimentos para expansão de capacidade eólica e solar, além da ampliação da rede de transmissão de energia.

Com atualmente 75 usinas e capacidade instalada superior a 8,4 GW, a venda foi realizada em um momento propício para a aceleração de projetos, com a empresa dispondo de 3,5 GW de capacidade a ser instalada considerando os projetos em carteira.

Estes ainda incluem sua mais recente aquisição, Serra do Assuruá, formado por 24 parques que totalizam 880 MW na Bahia.

Na sexta-feira (16), as ações da Engie tiveram alta de 0,53%, cotadas a R$ 39,50.

Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL