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ANÁLISE

Planos de saúde passam por mudanças após pandemia, com mais regionalização

Agência Brasil
Imagem: Agência Brasil

Rafael Bevilacqua

15/09/2022 08h44

O setor de saúde passou por uma série de mudanças desde o início da pandemia da Covid-19. As prestadoras e operadoras de saúde deram início a um movimento de maior verticalização por meio de fusões e aquisições, houve mudanças significativas na prestação de serviços, especialmente com a digitalização, além de aumentos expressivos dos custos médicos e do grau de sinistralidade dos planos, ou seja, os clientes passaram a utilizar mais os serviços.

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Em relação à legislação, operadoras de saúde possuem responsabilidade de ofertar uma parcela mínima ao atendimento de planos com cobertura municipal. De forma geral, existe um portfólio de convênios: municipais, estaduais e nacionais.

Nos últimos anos, os planos de saúde com cobertura regional passaram a ser mais demandados e, no presente, contam com um maior número de usuários (39,5% dos 49,6 milhões de beneficiários).

Segundo a Abramge, associação que representa o setor, desde meados de 2020, os planos regionais começaram a apresentar níveis maiores de crescimento em relação aos planos de cobertura nacional. Esse cenário é favorável ao setor de saúde, que pode melhorar as sinergias com os prestadores de serviço e elevar, assim, sua rentabilidade.

De fato, o preço dos planos com cobertura nacional detém um ticket médio mais alto (preço médio 40% maior com relação aos regionais), porém as operadoras têm maiores dificuldades em negociações com seus prestadores de serviço, já que a utilização deles é pulverizada, o que pode tornar a operação menos eficiente.

Assim, as companhias vêm buscando ampliar a participação dos usuários em produtos regionais - seja pela migração ou pela contração de novos convênios. Com a concentração da atuação em regiões específicas, as operadoras conseguem concentrar a utilização de seus usuários em prestadores de serviço e melhorar as condições comerciais.

Em outras palavras, as dinâmicas de verticalização das companhias e os elevados números de fusões e aquisições no passado recente não são uma coincidência aos números supracitados, mas uma adaptação ao cenário econômico e aos desdobramentos da pandemia da Covid-19.

Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.