Qual a renda necessária para financiar imóvel de R$ 500 mil?

Quem sonha em comprar um imóvel para chamar de lar precisa sentar para fazer as contas do orçamento doméstico e calcular se as prestações de um financiamento imobiliário vão caber no bolso. O primeiro ponto é entender qual é a renda necessária para financiar um imóvel.

Qual o limite da renda?

As parcelas das prestações não podem comprometer mais que 30% da renda familiar. Com a alta dos juros e as mudanças de regras para concessão de crédito imobiliário na Caixa, as parcelas estão mais caras e as famílias estão tendo acesso a financiamentos menores.

Também é preciso ter pelo menos 20% do valor do imóvel para dar entrada. A exigência de entrada varia entre os bancos e os tipos de financiamento. O mais comum é exigir pelo menos 20%, mas algumas instituições permitem valores menores, como 5% ou 10%, especialmente em programas habitacionais, de acordo com Oliveira.

Além da renda e do valor de entrada, os bancos consideram o histórico de crédito, a estabilidade no emprego e a capacidade de pagamento. Segundo Carlos Eduardo Oliveira Jr., conselheiro do Corecon-SP (Conselho Regional de Economia de São Paulo), esse conjunto de fatores poderá determinar o valor do crédito concedido e o tempo de financiamento.

Idade pode pesar na concessão do crédito. Quanto mais tempo de vida para pagar o financiamento, maior o prazo de pagamento de parcelas. "No caso de clientes idosos, algumas instituições podem exigir uma entrada maior para reduzir o prazo de financiamento e diminuir o risco de inadimplência", diz Oliveira.

Quanto preciso ter para financiar imóvel de R$ 500 mil?

Este valor está contido na faixa de preços de 21% de novos imóveis vendidos na capital paulista, que inclui valores de R$ 350 mil a R$ 700 mil, segundo a PMI (Pesquisa de Mercado Imobiliário) do Secovi-SP, o sindicato do mercado imobiliário. Como saber se minha renda dá para financiar um imóvel nesse valor?

É preciso reservar uma entrada. Para financiar um imóvel de R$ 500 mil, primeiro será preciso ter 20% do valor para dar de entrada, o que equivale a R$ 100 mil. Essa é a média do que as instituições financeiras pedem para liberar o financiamento, mas a porcentagem mínima de entrada pode variar entre os bancos.

Será preciso ter renda familiar entre R$ 10,7 mil e R$ 14,7 mil, conforme o sistema de financiamento. O valor foi calculado por Oliveira e Carol Borges, head e analista de FIIs da EQI Research. Eles consideraram as parcelas médias de um financiamento de 80% do valor do imóvel (com 20% de entrada para imóvel de R$ 500 mil, restaria R$ 400 mil para financiar.

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Tabela Price: Parcela inicial de R$ 3.210, exigindo renda mínima de R$ 10.700.
SAC (Sistema de Amortização Constante): Parcela inicial de R$ 4.410, exigindo renda mínima de R$ 14.700.

A variação ocorre devido à forma como os juros são calculados em cada sistema. O SAC tem prestações iniciais maiores, mas que diminuem ao longo do tempo. Este sistema é mais vantajoso para quem quer abater as parcelas, pagando mais em determinados períodos. Já a Tabela Price tem parcelas constantes, sem redução de valor ao fim do contrato. Também é possível abater as parcelas, mas isso vai reduzir o tempo de pagamento e não os juros.

Média de juros do mercado está entre 9% e 11%. "Com a elevação da Selic, os bancos aumentam as taxas cobradas nos financiamentos imobiliários porque grande parte do crédito imobiliário vem de recursos da poupança e do mercado financeiro, que acompanham a taxa de juros, refletindo o custo de captação e o risco", afirma Borges. Com isso, as parcelas dos financiamentos sobem, tornando a compra de imóveis a prazo mais onerosa para os consumidores.

Como comprovar renda?

Quem é CLT pode apresentar o holerite e extratos bancários. Esses documentos vão comprovar a saúde financeira de quem quer contratar o financiamento.

Autônomos podem comprar renda com a declaração do IR, pró-labore, extratos bancários e faturamento da empresa. Se o empresário recebe bônus ou retiradas adicionais, deve apresentar documentação contábil e extratos que comprovem a movimentação financeira, explica Oliveira.

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Dá para juntar renda com marido, esposa, pais, irmãos, mas há riscos. Oliveira alerta que este compromisso financeiro deve estar claro para todos, porque todo mundo terá responsabilidade sobre o pagamento. "A renda conjunta pode ser considerada, mas todos os envolvidos devem ter responsabilidades claras sobre o financiamento. É importante ter um planejamento financeiro sólido para evitar problemas futuros", afirma o conselheiro do Corecon-SP.

Que tipo de imóvel dá para comprar com R$ 500 mil?

Dá para comprar um imóvel de cerca de 45 m². A estimativa foi feita considerando o valor médio do metro quadrado no país, que é de R$ 9.130 segundo o índice FipeZap. Dividindo esse valor por R$ 500 mil chegamos à metragem total.

As características do imóvel e o valor de mercado podem mudar conforme a conservação, localização, e outros atrativos. Imóveis mais distantes do centro têm cotação menor. Outros mais próximos de serviços e transporte público ou grandes vias podem se valorizar.

Confira, abaixo, o preço médio do metro quadrado, conforme o índice FipeZap.

Preço médio do m²: R$ 9.130
Imóveis de 1 dorm: R$ 10.954/m²
Imóveis de 2 dorm: R$ 8.236/m²

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Preço médio do metro quadrado por capitais:
Florianópolis: R$ 11.971/m²
São Paulo: R$ 11.472/m²
Curitiba: R$ 10.831/m²
Rio de Janeiro: R$ 10.379/m²
Belo Horizonte: R$ 9.715/m²
Brasília: R$ 9.608/m²);
Maceió: R$ 9.379/m²);
Fortaleza: R$ 8.105/m²
Recife: R$ 8.082/m²
Goiânia: R$ 7.974/m²
São Luís: R$ 7.725/m²
Belém: R$ 7.617/m²
Porto Alegre: R$ 7.204/m²
João Pessoa: R$ 7.183/m²);
Salvador: R$ 7.116/m²
Manaus: R$ 6.980/m²
Cuiabá: R$ 6.545/m²
Campo Grande: R$ 6.235/m²
Natal: R$ 5.690/m²
Teresina: R$ 5.585/m²
Aracaju: R$ 5.112/m²

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