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Oi à beira de nova recuperação judicial: o que fazer com as ações

Lílian Cunha

Colaboração para o UOL, em São Paulo

03/02/2023 11h31

A operadora de telefonia Oi (OIBR3 e OIBR4) acaba de conseguir uma proteção provisória contra os seus credores e tem 30 dias para decidir se pede uma nova recuperação judicial. A empresa tem hoje dívidas de R$ 29 bilhões e não conseguirá pagar cerca de R$ 600 milhões que vencem em fevereiro. É hora de vender as ações ou comprar mais?

O que está acontecendo com as ações na B3?

  • As ações ontem desabaram 31,78% na B3, a Bolsa de Valores brasileira.
  • Já hoje estão em alta. Às 11h20, a alta era de 3,11%, com as ações cotadas a R$ 1,65, mas o papel chegou a subir quase 9%.

O que fazer com as ações?

O Santander recomenda a venda. Já o BTG, a UBS e a casa de análises News Street recomendam não vender, nem comprar.

O que está acontecendo com a OI?

Ontem, 2, ela entrou com pedido de tutela de urgência cautelar na Justiça do Rio de Janeiro contra seus credores, envolvendo uma potencial renegociação de certas dívidas.

No pedido, a empresa alega que tentou chegar a um acordo com os credores para refinanciar sua dívida, mas até agora não obteve sucesso.

A Oi também disse que não vai conseguir pagar R$ 600 milhões, que deveriam ser pagos aos detentores de títulos em 5 de fevereiro.

Isso faria com que outros credores pedissem a execução de quase todas as dívidas financeiras da companhia, de quase R$ 29 bilhões.

Ontem à noite, o juiz Fernando Cesar Ferreira Viana, da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, diz que, embora a Oi tenha saído de um processo de recuperação judicial em dezembro, os efeitos dele "ainda não foram estabilizados". O objetivo da proteção, diz ele, é garantir a preservação das atividades da Oi, e é uma espécie de preparação para um segundo pedido de recuperação judicial.

E por que as ações desabaram ontem?

A notícia pegou o mercado de surpresa porque em 14 de dezembro, depois de mais de seis anos de negociações com credores, a recuperação judicial da operadora de telefonia Oi chegou ao fim.

O plano de recuperação judicial foi considerado um dos maiores da história do país e um dos processos desse tipo mais extensos em todo o mundo. Na época do pedido de recuperação, a dívida da Oi era de R$ 65 bilhões. A maior recuperação judicial do Brasil foi a da Odebrecht, que iniciou o processo com dívidas de R$ 80 bilhões, e o valor chegou a R$ 98,5 bilhões.

Apesar disso, as dívidas da Oi continuam bilionárias, e a empresa está sem capacidade de pagamento e de negociação com os credores.

Um pedido desses mostra para o mercado que a empresa não tem condições financeiras de andar com as próprias pernas, diz Rafael Schmidt, operador de renda variável da One Investimentos.

Para ele, uma nova recuperação judicial pode até ser boa para empresa, mas é muito ruim para as ações.

Isso assustou o mercado e sinaliza que a companhia pode entrar numa nova recuperação judicial.
Felipe Leão, especialista da Valor Investimentos

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