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Tesouro Selic está rendendo menos, mas não é motivo para pânico

O Tesouro Selic é um dos investimentos mais seguros do mercado e ganhou destaque na carteira dos investidores pela rentabilidade atrativa com a taxa Selic em patamares históricos. Mas nos últimos meses, o ativo tem oscilado e, por ser garantido pelo governo, é preciso prestar atenção nos ciclos econômicos. Saiba o que fazer a seguir.

Queridinho dos investidores

O Tesouro Selic é um título público do Tesouro Direto. O retorno combina a taxa Selic, hoje em 12,25% ao ano, com uma remuneração fixada no momento da aplicação.

Taxa básica de juros dita qual vai ser a rentabilidade. Quando a Selic sobe, sua remuneração aumenta; quando a Selic cai, a remuneração também cai. Isso é natural em um produto financeiro de baixo risco, diz Walter Fogolin, Head de Produtos da InvestSmart.

É o mais vendido pelo Tesouro. Ativo tem participação de 66,2% nas vendas totais, segundo dados do Tesouro Nacional.

Tesouro Selic hoje

Tesouro Selic 2026. Rentabilidade anual da Selic + 0,0401% e investimento mínimo de R$ 140,59. O vencimento é para o dia 1º/3/2026.

Tesouro Selic 2029. Rentabilidade anual da Selic + 0,1675% e investimento mínimo de R$ 139,48. O vencimento é para o dia 1º/3/2029.

Um exemplo prático: Se aplicar R$ 500 durante 63 meses em Tesouro Selic 2029, terá acumulado um valor bruto total de R$ 40.223,50. Com desconto do Imposto de Renda (IR) e da taxa da B3, o valor cai para R$ 38.850,36. O cálculo foi feito pela simulação da própria plataforma do Tesouro Direto, considerando que a taxa Selic se mantenha a mesma durante o período.

O que está acontecendo

Corrida por segurança na renda fixa fez a taxa cair nos últimos meses. Em maio, a taxa do Tesouro Selic 2026 estava em 0,12%. Em outubro, a remuneração atingiu a casa dos 0,02%. Já no Tesouro Selic 2029, a taxa caiu de 0,22% para 0,14%.

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Outros títulos do Tesouro Direto estão passando por turbulências. Em setembro, apenas os títulos do Tesouro Selic entregaram rentabilidade positiva, enquanto os prefixados tiveram queda de até 3,02% e o rendimento dos títulos de inflação chegou a cair cerca de 6,57%.

Volatilidade do mercado pode continuar elevada. As taxas do Tesouro Selic devem continuar baixas até que o mercado financeiro internacional e nacional volte aos trilhos. Além de que a previsão é que a taxa básica de juros atinja um dígito nos próximos anos.

Entenda a queda das taxas

O motivo foi a correção de mercado. A expectativa é de redução na taxa Selic, o que fez as taxas dos títulos do Tesouro Selic caírem já que a demanda também caiu. As pessoas passaram a preferir títulos prefixados e atrelados à inflação, pelos prêmios mais atrativos.

Juros fazem parte da política monetária. Em momentos de inflação mais elevada, o Banco Central do Brasil, através do Copom (Comitê de Política Monetária), usa os juros para desacelerar ou acelerar o consumo. No caso da rentabilidade dos títulos, como o Tesouro Selic, o retorno fica menor pois os juros estão caindo.

A taxa prefixada dos títulos é ajustada diariamente. E pode ser influenciada por eventos políticos e indicadores da atividade econômica, diz Fogolin.

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Não é motivo para pânico, é um movimento natural. A taxa de juros e o preço do título são inversamente proporcionais, quando a taxa sobe, o preço cai, e quando a taxa cai, o preço sobe.
Walter Fogolin, Head de Produtos da InvestSmart

Mundo lá fora interfere por aqui

Estados Unidos são uma grande preocupação. O cenário internacional interfere na economia brasileira, e os norte-americanos mantiveram os juros altos para controlar a inflação. Ainda não há perspectiva de queda das taxas por lá.

Muitos países usam o dólar como reserva de emergência. Quando as taxas de juros americanas sobem, investidores preferem alocar seus recursos nos EUA, assim retiram de países emergentes como o Brasil. Isso influencia diretamente na nossa inflação e, a partir disso, faz com que a taxa Selic oscile, segundo Paulo Faria, assessor de investimentos da Vértua Investimentos.

Continua valendo a pena

O Tesouro Selic continua sendo uma boa opção para investidores conservadores e reserva de emergência. O Tesouro Selic já tem histórico de ser um ativo que oferece segurança e alta liquidez. Como é garantido pelo governo e faz parte da classe de renda fixa, é uma das opções mais usadas para quem quer evitar correr riscos ou acumular dinheiro para imprevistos.

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Cuidado com a marcação a mercado. O Tesouro Selic é marcado a mercado, ou seja, seu valor pode oscilar. Mas sua oscilação de preço é bem pequena quando comparado aos ativos remunerados por outros indexadores. Vale lembrar que só atinge quem resgata antes do fim do prazo estipulado.

Ainda é recomendado. Os especialistas ouvidos pelo UOL afirmam que o investimento continua valendo a pena. O investidor não deve se apegar à parte prefixada da rentabilidade ou mesmo às perspectivas de queda da Selic nas próximas reuniões do Copom.

A probabilidade é que venha a baixar. Porém, a previsão ainda é termos juros de dois dígitos até o final do ano. Isso para um ativo que não oferece risco é ótimo.
Paulo Faria, assessor de investimentos da Vértua Investimentos

Mas veja outros títulos também

Procure um assessor de investimentos. Um profissional da área te ajuda a se posicionar com antecedência. Com a possível queda dos juros, vale a pena comprar títulos como o híbrido com IPCA+ ou prefixados. Se perder a hora certa, terá que se expor a mais riscos, em vez de aproveitar a onda de valorização antes da Selic chegar a um dígito, diz Paulo Faria.

Melhor que escolher um tipo de título é diversificar. Mesclar os investimentos na carteira com estratégias diferentes é a chave para fugir de grandes perdas. O investidor não pode pensar em comprar um ativo prefixado com vencimento em cinco anos se pensa em comprar um carro novo em dois anos, isso deve ser pensado antes de qualquer decisão, diz o Head de Produtos da InvestSmart.

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