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Quais os melhores investimentos para se aposentar? Não é só previdência

Quem pensa que a previdência privada é o único investimento para a aposentadoria está enganado.Veja como escolher produtos para compor uma carteira de longo prazo. "Se você não quer depender do INSS, então, você deve assumir essa responsabilidade de acumular patrimônio, para conseguir ter essa tranquilidade financeira", afirma a planejadora financeira Lueny Santos, no Papo com Especialista, programa ao vivo do UOL.

Essa matéria é o terceiro aulão da série "Como se aposentar sem depender do INSS". O aulão foi ao ar em 14 de setembro. São três lives ao vivo, e assinantes podem rever as aulas quantas vezes quiserem. Veja o primeiro aulão e o segundo aulão aqui.

Assista ao aulão no Papo com Especialista, programa ao vivo do UOL, todas as quintas-feiras, das 16h às 16h40. Assine aqui e participe!

A última série do Papo com Especialista foi sobre como chegar a R$ 1 milhão - ou qualquer outro valor - e investir seu dinheiro de acordo com seu perfil, sonho e prazo. Para saber mais, acesse "Quer ser milionário? Veja como investir e o que não te contam".

Não precisa ter previdência

Para se aposentar, você não precisa ter uma previdência privada. A previdência privada é um tipo de investimento com algumas particularidades que pode ou não compor a sua carteira de aposentadoria.

Investidor compara previdência privada com INSS. "Geralmente, as pessoas pensam na presidência privada como única opção para a aposentadoria pelo hábito de compará-la com o INSS, que é a previdência social. Então, se a pessoa não quer contar com o INSS para a aposentadoria, ela entende que precisa ter uma previdência privada para colocar no lugar. Mas, na verdade, ela precisa entender quais são as características dessa previdência, para ver se faz sentido", diz Lueny.

Previdência pode ajudar a pagar menos imposto de renda. Veja aqui como diferenciar entre PGBL e VGBL e como escolher o seu fundo.

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Uma facilidade da previdência privada é o débito automático. Isso facilita a organização em relação a esse projeto de longo prazo, segundo Lueny. "Quando você pensa em abrir mão do hoje para guardar dinheiro para o seu eu do futuro, é muito mais desafiador do que guardar dinheiro para um objetivo de curto prazo", afirma. Veja aqui outras vantagens da previdência privada.

É preciso ter foco e disciplina nos seus aportes da aposentadoria. Mas não, necessariamente, você precisa ter uma previdência privada para acumular o seu dinheiro da aposentadoria.
Lueny Santos, planejadora financeira

Existe um investimento ideal para se aposentar?

Não existe o melhor investimento no mercado financeiro. "O que existe no mercado são produtos que têm características diferentes, tempo de resgate diferente, riscos diferentes e, consequentemente, rentabilidades diferentes", declara Lueny.

Entenda como os investimentos funcionam. "Vale entender as diferenças entre eles, porque, alinhado ao seu perfil de investidor, você escolhe quais produtos quer ter na sua carteira de investimentos", diz.

Tenha clareza em qual é o seu objetivo de rentabilidade. "Nas simulações de quanto você precisa guardar por mês para alcançar um renda passiva de x ou para você acumular um patrimônio y, eu sempre considero para os cálculos uma referência de rentabilidade de 4% de taxa real, ou seja, de rentabilidade acima da inflação", diz.

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Busque rendimento acima da inflação. A média da inflação dos últimos 20 anos é de 6,59% ao ano. Se a média é de 6,59%, e você quer ganhar 4% acima da inflação, deve buscar um produto com uma rentabilidade média de 10% ao ano.

"Há momentos do mercado que vai ser mais fácil conseguir encontrar produtos com essa rentabilidade, como o momento em que estamos vivendo agora. Mas existem outros momentos em que ter uma carteira bem diversificada é o que vai possibilitar bater essa meta de rentabilidade", declara.

O movimento do mercado de altos e baixos sempre vai existir. Ou seja, não é para investir de acordo com o momento "E você precisa entender como isso interfere nos seus investimentos e como você pode aproveitar as oportunidades do mercado para estruturar a sua carteira", afirma.

O nosso objetivo é ter uma carteira de longo prazo que vá render 4% acima da inflação [índice do IPCA]. Portanto, se você está acumulando um patrimônio para usar daqui um tempo, é preciso que ele acompanhe essa inflação, se não você vai perder poder de compra.
Lueny Santos

Como escolher os investimentos para a aposentadoria

Entenda onde está colocando seu dinheiro. "Para a sua estratégia de investimento, você precisa entender qual a característica de cada produto, como ele vai compor a sua carteira, como ele vai entrar de forma estratégica, para você conseguir definir o que fica e o que não fica", diz.

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No mercado financeiro, existem duas possibilidades. Emprestar dinheiro para alguém, ou comprar algo pensando que irá se valorizar. Todos esses investimentos podem ser usados para acumular dinheiro para se aposentar no futuro.

1) Emprestar dinheiro para alguém:

  • Para o governo: via títulos públicos disponíveis na plataforma do Tesouro Direto.
  • Para bancos: via CDB, LCI, LCA.
  • Para empresas: via debêntures, CRI e CRA.

São produtos da renda fixa. Você conhece as condições de retorno (prazo, rentabilidade, risco e volatilidade).

Há riscos diferentes. Emprestar dinheiro para empresas é muito mais arriscado do que emprestar dinheiro para o governo. "Daí você começa a entender quais são as características que são importantes para o seu longo prazo. Você pode ser a pessoa mais conservadora do mundo, mas quando você entende que o seu dinheiro vai trabalhar por 30 anos a seu favor, que é para a sua aposentadoria, você pode assumir um pouco mais de risco, porque você tem tempo de recuperar esse dinheiro, caso alguma coisa fuja do planejado", diz.

Mesmo conhecendo a sua condição de retorno, você tem dentro da renda fixa diferentes produtos que vão entregar diferentes rentabilidades por causa dos diferentes riscos que você vai assumir. Quanto mais risco, maior a possibilidade de retorno.
Lueny Santos

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2) Comprar algo:

  • Empresas: ações brasileiras, americanas, índices. "Você se torna sócio de uma empresa e tem a possibilidade de receber a distribuição de lucro, através de dividendos, por exemplo", diz ela.
  • Imóveis: imóveis propriamente dito ou investimentos em fundos imobiliários.
  • Moedas e commodities: dólar, euro, ouro, prata, cobre.

Como fazer esses investimentos? Você consegue comprar os títulos diretamente ou fazer investimentos através de gestores, que são os fundos de investimentos (de renda fixa, de ações, de inflação, multimercado, etc.). "O que vai mudar entre um e outro é justamente o que o gestor vai comprar na carteira. Se você escolheu investir em fundos de renda fixa, você tem a certeza que o gestor está comprando produtos de renda fixa", afirma.

Você não tem garantia de retorno. Isso porque alguns fatores podem interferir na rentabilidade, como o mercado, a movimentação das pessoas do fundo e a estratégia do gestor. "Aqui, você tem a expectativa do mercado, que já é muito incerta. Isso porque existem fatores externos, que a gente chama de 'risco sistêmico', como política, economia, crises, guerras, que podem interferir na rentabilidade desses produtos."

Mesmo fundos não têm garantia de retorno. "Existe uma dinâmica dos fundos de investimentos que não permite que o gestor prometa uma rentabilidade. Há uma expectativa, um objetivo", diz.

Para a aposentadoria, você não precisa ter um produto só. Você pode ter vários produtos. O objetivo é acumular um patrimônio para você conseguir tirar um valor por mês lá na frente.

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Todos esses investimentos podem compor sua carteira de aposentadoria. O que vai mudar é a porcentagem que você vai querer de cada um; vai depender do seu perfil e do risco que quer correr.

O que levar em consideração para escolher um investimento?

1) Objetivo ou projeto. Você sempre deve partir do seu objetivo, como a aposentadoria. Investimentos para a aposentadoria são diferentes dos investimentos para a reserva financeira, que são diferentes dos investimentos para comprar um carro daqui a seis meses. "Faz sentido você, aos 80 anos, investir em algo arrojado com foco de retorno em dez anos? É preciso saber as características do seu objetivo para escolher o produto adequado", afirma.

2) Perfil de investidor. Você deve conhecer qual é seu perfil: conservador, moderado ou arrojado. "Se você é do tipo que morre do coração se perder R$ 50 nos investimentos, faz sentido colocar todo o seu dinheiro em ações, que variam todos os dias?", diz.

3) Liquidez: é a facilidade de resgatar o seu dinheiro a qualquer momento. "Quando você pensa no longo prazo, não precisa de liquidez, porque você vai usar o dinheiro daqui a 15, 20, 30 anos", afirma. Os produtos com liquidez diária são mais recomendados para a reserva financeira e para projetos de curto prazo.

4) Volatilidade: quanto aquele investimento pode subir ou cair. Essa instabilidade não tem, necessariamente, relação com o risco. Você precisa saber qual é a volatilidade que você quer na sua carteira. Por exemplo: CDB e ações têm volatilidades diferentes. "A volatilidade de um CDB vai estar ligada ao IPCA, ao CDI. Já a volatilidade das ações está ligada ao mercado. Você quer correr o risco do mercado?", diz ela.

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5) Risco. Os três principais são:

  • Risco de crédito: é a chance de o emissor falir ou não honrar o acordo. "Se esse risco te assusta, você pode procurar produtos que têm cobertura, como CDB, LCI, LCA e até a própria poupança, que têm a proteção do FGC [Fundo Garantidor de Créditos]", afirma.
  • Risco de liquidez: é quando você precisa vender uma ação e ninguém quer comprar. Ou naquele momento aquela ação estiver em queda.
  • Risco de mercado: investir em um setor, e ele entrar em crise.

6) Rentabilidade

Após fazer o filtro nas cinco etapas anteriores, é a hora de escolher o produto que rende mais. "Existem todos os investimentos do mercado financeiro e existem os investimentos que são adequados ao seus projetos e ao seu perfil. Se você conseguir unir esses dois e fizer esse filtro, você vai garantir que os produtos da sua carteira vão fazer sentido para a sua estratégia", declara.

Geralmente, o projeto de aposentadoria é o que a gente tem mais liberdade, a depender da sua idade. Se você começa a se planejar cedo, se você tem tempo para o seu dinheiro trabalhar a seu favor, é o projeto que você tem mais possibilidade de assumir risco.
Lueny Santos

Diversificar é a melhor estratégia

Na carteira de longo prazo, a diversificação é uma estratégia de investimentos que busca melhorar a relação entre risco assumido e o retorno esperado. Você vai mexer com a proporção que cada investimento terá no seu patrimônio total.

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Mesmo dentro de ações ou da renda fixa, você ainda vai ter investimentos de baixo risco e de alto risco. Na renda fixa, por exemplo, se você empresta dinheiro para o governo, tem menos risco; para as empresas, o risco é maior. Na renda variável, como as ações, é da mesma forma. Existem ações com menos risco, como as de bancos, e as ações que vão apresentar mais riscos, como as 'smalls caps', ou seja, ações de empresas de pequena capitalização", diz.

O risco que você está assumindo é um recorte que você faz do mercado agora. Isso vai mudando. O rentabilidade da mesma forma. Isso porque a Selic pode mudar, o Ibovespa pode subir, o IPCA pode cair.

O objetivo do longo prazo é pensar na carteira como um todo, ter um pouco de cada produto, para conseguir diversificar as características.

Aulão: Como se aposentar sem depender do INSS

Quer se aposentar cedo, viver de renda e ter uma vida tranquila? Investir pensando na aposentadoria é um sonho comum. Mas o que muitos não sabem é que planos de previdência não são os únicos produtos que podem ajudar com esse objetivo. O UOL terá um aulão, que começou no dia 24 de agosto, sobre o tema "Como se aposentar sem depender do INSS". São três lives ao vivo, e assinantes podem rever as aulas quantas vezes quiserem.

Assista ao aulão no Papo com Especialista, programa ao vivo do UOL, todas as quintas-feiras, das 16h às 16h40. Assine aqui e participe!

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