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Está montando o seu plano de aposentadoria? Veja o que você precisa saber

Chegou a hora de montar o seu plano para a aposentadoria. No Papo com Especialista, programa ao vivo do UOL, a planejadora financeira Keylla Santos respondeu a perguntas de leitores. Uma delas é a dúvida dos sonhos: Como escolher uma previdência barata e com boa performance? Keylla ensina o passo a passo para descobrir isso.

Essa matéria é o quarto aulão da série sobre como se planejar para a aposentadoria. Leia abaixo a análise da planejadora financeira e assista ao programa completo de 7 de março. São quatro lives ao vivo, e assinantes podem rever as aulas quantas vezes quiserem. Veja o primeiro, o segundo e o terceiro aulão aqui.

Assista ao aulão no Papo com Especialista, programa ao vivo do UOL, todas as quintas-feiras, das 16h às 16h40. Assine aqui e participe!

A última série do Papo com Especialista foi sobre como sobre organizar suas finanças em 2024. Para saber mais, acesse "Do Tesouro Direto à Bolsa de Valores: onde começar a investir seu dinheiro".

Tenho 50 anos e preciso ter uma renda adicional ao INSS a partir dos 65 anos. O que faço?

O prazo é relativamente curto (15 anos) em relação à média (30 anos) para formar essa aposentadoria.

No plano da aposentadoria, é preciso analisar três principais pontos:

Qual sua capacidade de poupar todos os meses?

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Qual é o prazo que você tem até o momento de usufruir dessa renda?

Qual é a rentabilidade?

"Em geral, as pessoas se comprometem a melhorar este último ponto, que é o crescimento da taxa de remuneração. Isso é importante, mas você consegue ser mais ativo nas outras duas variáveis", afirma Keylla.

E para o prazo de 15 anos? Keylla diz que a sugestão é você olhar para o seu orçamento para tentar encontrar possibilidades de melhoria para que conseguir guardar o máximo possível. "Tente reduzir despesas, enxugar o custo de vida, controlar melhor o seu fluxo financeiro, para que a formação da aposentadoria seja realmente uma prioridade e assim conseguir direcionar uma parcela maior para este investimento", diz.

Qual é o melhor investimento na fase da aposentadoria de aproveitar os ganhos?

Há duas fases no plano de aposentadoria: formação de patrimônio (fase de fazer os aportes de dinheiro) e fase do usufruto do dinheiro.

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"Na fase de formação do patrimônio, a tendência é que você tenha um perfil um pouco mais predisposto ao risco, porque você tem tempo para o seu dinheiro trabalhar. Por isso, é comum que essa carteira seja um pouco menos conservadora", diz Keylla. Isso varia de acordo com o perfil de cada pessoa. "Como é um projeto de longo prazo, tem espaço para você pensar em equilibrar essa relação de risco e retorno", afirma.

Na fase de usufruto, diz ela, o perfil de risco tende a mudar. "Isso muda porque as retiradas serão mais frequentes. Então, os investimentos precisam ter liquidez. A estratégia deixa de visar o crescimento do patrimônio e o equilíbrio de risco e retorno, e passa a ser ajuste de liquidez", diz Keylla.

Vale fazer um planejamento de liquidação. Ou seja, ter uma estratégia clara de que forma vai fazer os saques do dinheiro. "Nesta fase, você precisa estudar a sua carteira de investimentos para traçar a sua estratégia de liquidação. É preciso ter um cronograma dos vencimentos dos títulos, em que momento vai vender os ativos", diz.

Segundo ela, nesta fase, a tendência é que a estratégia para gestão da carteira de investimento passe a ser mais conservadora.

A previdência privada tem muitas taxas?

Imposto de Renda

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Ao contratar a previdência privada, você deve escolher o tipo de plano (PGBL ou VGBL) e o regime de tributação (regressivo ou progressivo). O regime de tributação é a forma de pagar o Imposto de Renda. "Vale lembrar que a previdência privada é um produto pensado para o longo prazo", diz Keylla.

Regime de tributação:

Tabela regressiva: A alíquota diminui com o tempo. Ou seja, quanto mais tempo o dinheiro ficar investido, menor é a alíquota. A alíquota vai de 35% (até dois anos) até 10% (acima de dez anos).

Tabela progressiva: A alíquota aumenta conforme a renda tributável. "A medida que o seu patrimônio cresce, maior vai ser sua alíquota de Imposto de Renda, podendo chegar até a 27,5%", diz.

Outras taxas:

Taxa de administração: É uma taxa fixa (% ao ano) calculada sobre o patrimônio líquido do fundo e considerada diariamente no valor da cota. "A previdência privada é um fundo de investimento, e esse fundo tem gestão profissional. Essa taxa é para remunerar essa gestão", diz.

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Taxa de performance: Alguns fundos possuem essa taxa, que é uma espécie de bônus financeiro quando a gestora bate o objetivo do fundo. Nem sempre há essa taxa.

Taxa de carregamento: Corresponde ao índice de cada depósito que é feito no seu plano e serve para cobrir as despesas de corretagem e administração. Na maior parte dos casos, o valor dessa taxa não ultrapassa 5% do valor de cada contribuição que você fizer.

A taxa de carregamento pode ser cobrada na entrada (no momento em que você aplica o dinheiro) ou na saída (no momento do resgate ou na portabilidade) ou nos dois momentos. A taxa de saída pode também ser decrescente, em função do tempo de permanência no plano, podendo chegar a zero. Ou seja, quanto maior for o seu tempo de permanência, menor será a taxa.

"Há o risco de uma parte desse dinheiro ser consumida para pagar as despesas. Isso diminui a sua capacidade de poupança, seu potencial de crescimento. Busque fundos que tenham essa taxa zerada ou a menor possível", diz Keylla.

A previdência privada é um produto para projetos de longo prazo. Faça o planejamento para incluí-la no seu orçamento para ficar, pelo menos, nos próximos 5 ou 10 anos, para fazer crescer esse patrimônio e lá na frente poder usar esse dinheiro como renda ou complemento da sua aposentadoria.
Keylla Santos, planejadora financeira

Qual a desvantagem do produto previdência privada?

Quando não é planejado corretamente.

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Quando você investe em previdência privada pensando em usar o dinheiro no curto prazo. Os custos em relação ao Imposto de Renda e às taxas cobradas podem ser altos.

Quando a previdência privada é a sua única reserva. Para Keylla, antes de contratar uma previdência privada, você deve ter a sua reserva de emergência e investimentos com liquidez, para poder acessar em situações de imprevisto.

Quando você contrata sem ter conhecimento do produto. "O produto previdência privada tem muitas variáveis que precisam ser analisadas no momento em que você contrata o plano. Elas podem impactar o resultado do seu patrimônio", diz Keylla.

Quando os fundos de investimentos têm um histórico de rendimento abaixo da média de mercado. "Há previdências que, ao longo do tempo, não conseguem nem alcançar a taxa básica de juros. Vale ficar atento a quanto essa previdência remunera e comparar com outros ativos", diz.

Como escolher uma previdência barata e com boa performance?

Keylla mostra o passo a passo para fazer essa análise antes de investir em uma previdência privada.

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1) Entenda o seu perfil e o seu momento financeiro. "Vale avaliar se o seu momento financeiro já permite fazer investimentos ao longo prazo; se você já tem reserva de emergência, se consegue fazer aportes recorrentes sem atrapalhar o seu orçamento", diz.

Outra avaliação é sobre o seu perfil como investidor. "O seu perfil de risco vai influenciar em qual fundo de investimento você vai deixar o seu dinheiro", diz.

2) Pesquise opções de fundos nas plataformas

Ao pesquisar, selecione sempre a classe de ativos que você decidiu no seu portfólio. Você verá que existem opções conservadoras, moderadas e outras bem arrojadas. "Entenda onde vai ficar o seu dinheiro para saber se está de acordo com o seu perfil de investimento", afirma.

3) Consulte se o fundo está registrado na CVM

Depois que você tiver algumas opções, é hora de partir para a análise. "Devemos começar sempre consultando se o fundo está registrado na CVM [Comissão de Valores Mobiliários] e buscando acesso a algumas informações importantes, como balancetes, prospectos, composição da carteira, etc.", diz.

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A consulta pode ser feita por CNPJ ou por parte do nome do fundo, no site.

Nas corretoras, há ferramentas de comparador de fundos.

4) Saiba qual a estratégia adotada pelo fundo

Cada fundo possui uma estratégia de investimentos. É fundamental escolher o fundo com a estratégia adequada para o seu perfil e objetivo com o dinheiro aportado.

A estratégia está descrita com detalhes na Lâmina do Fundo. O documento pode ser encontrado tanto no site da CVM quanto direto no site da gestora e da corretora. Ele traz todas as informações sobre sua administração, estratégia e até a rentabilidade dos últimos meses. "Mas lembre-se que essa rentabilidade não é garantia que ele vai continuar rendendo assim nos próximos meses, mas te ajuda a ter uma referência de qual foi o trabalho feito até aqui", afirma Keylla.

5) Acompanhe as cartas do gestor

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O gestor do fundo precisa dar informações aos investidores. Vale a pena ler essas cartas, para acompanhar a estratégia e os resultados dos fundos. "Isso te ajuda também a entender melhor o mercado financeiro, a ampliar os seus conhecimentos, a se sentir mais confortável em relação à sua estratégia e acompanhar para ver se você está tendo resultados interessantes", afirma.

As cartas têm uma linguagem relativamente simples e são divulgadas mensal ou trimestralmente. Para ter acesso a elas, geralmente há um cadastro direto no site da gestora (para receber direto no email) ou é preciso buscar a carta direto no site da CVM.

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Aulão: Como montar o seu plano para uma aposentadoria tranquila

Saiba como fazer o planejamento da sua aposentadoria, onde investir e como montar uma carteira de longo prazo para atingir este objetivo. O primeiro aulão mostrou o que considerar ao montar seu plano para uma aposentadoria tranquila. O segundo aulão falou sobre a previdência privada, e o terceiro mostrou onde investir para a aposentadoria. São quatro lives do Papo com Especialista, programa ao vivo do UOL Investimentos.

Assista ao aulão no Papo com Especialista, programa ao vivo do UOL, todas as quintas-feiras, das 16h às 16h40.

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Opinião

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