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Preciso ter previdência privada para uma aposentadoria? Onde investir?

É comum as pessoas acharem que, quando se trata da aposentadoria, o único investimento possível é a previdência privada. Mas não é bem assim.

A previdência privada pode ou não compor a sua carteira de investimentos. "Para aposentadoria, liberdade financeira e investimentos de longo prazo, o ponto mais importante é ter uma carteira diversificada, para aproveitar as oportunidades do mercado", declara a planejadora financeira Lueny Santos, no Papo com Especialista, programa ao vivo do UOL.

Essa matéria é o segundo aulão da série "Como se aposentar sem depender do INSS". Serão três lives ao vivo, e assinantes podem rever as aulas quantas vezes quiserem.

Assista ao aulão no Papo com Especialista, programa ao vivo do UOL, todas as quintas-feiras, das 16h às 16h40. Assine aqui e participe!

A última série do Papo com Especialista foi sobre como chegar a R$ 1 milhão - ou qualquer outro valor - e investir seu dinheiro de acordo com seu perfil, sonho e prazo. Para saber mais, acesse "Quer ser milionário? Veja como investir e o que não te contam".

Onde investir para se aposentar

Antes de escolher um investimento, você precisa considerar alguns pontos:

  • Calcule o valor que você precisará ter para uma aposentadoria tranquila, pensando no seu padrão de vida hoje e lá na frente.
  • Encaixe no orçamento o valor mensal para isso.
  • Entenda quais são as características dos produtos de investimento (títulos públicos e privados, ações, fundos imobiliários, previdência privada, etc.), para conseguir escolher os mais adequados para a sua carteira.
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Para aposentadoria, liberdade financeira e investimentos de longo prazo, o ponto mais importante é ter uma carteira diversificada, para aproveitar as oportunidades do mercado
Lueny Santos, planejadora financeira

Quanto antes você começar o seu planejamento da aposentadoria, mais o dinheiro vai trabalhar a seu favor, mais você vai contar com os juros sobre juros.

Previdência não é só para a aposentadoria

A previdência privada é um produto dentre tantos outros do mercado financeiro. É um produto com características específicas e no qual a pessoa investe um valor mensalmente, ou ainda pode colocar todo o dinheiro de uma vez. "Você precisa entender essas características para poder definir se esse produto vai fazer parte da sua carteira de longo prazo", diz Lueny.

A previdência é um fundo de investimento. Conta com algumas regras específicas de tributação e algumas vantagens voltadas para a aposentadoria.

Quem cuida dos investimentos é um gestor. E você paga uma taxa de administração por essa ajuda profissional. "O que vai diferenciar de um fundo para o outro é a estratégia do gestor, ou seja, onde ele vai investir o seu dinheiro, quais ativos que vão compor a carteira", afirma.

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Os fundos não possuem data de vencimento. No caso da previdência, há uma carência entre os resgates. Geralmente, essa carência é de 60 dias. Ou seja, só é possível resgatar o dinheiro a cada dois meses. A previdência tem taxa de administração.

A previdência não tem proteção do FGC (Fundo Garantidor de Créditos) nem qualquer outra garantia. Quem fiscaliza esse mercado é a Susep (Superintendência de Seguros Privados).

Existem diversos fundos previdenciários. Eles podem focar em renda fixa, títulos públicos, inflação, multimercado, ações. Por exemplo: se o gestor comprar mais ações do que títulos públicos, esse fundo vai ser mais arrojado, vai ter mais volatilidade. Ou ele pode comprar mais produtos atrelados ao IPCA, para proteger o dinheiro da inflação. "Ao conhecer a estratégia do gestor, você vai conseguir fazer filtros para saber quais os fundos que fazem sentido para a sua carteira e ao seu perfil de investidor [conservador, moderado e arrojado]", diz.

Não existe a melhor previdência privada. O que existem são diversos fundos previdenciários no mercado, e é você que vai escolher conforme fizer sentido para o seu cenário e perfil
Lueny Santos

Como funcionam os resgates na previdência

São três opções principais:

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Retirada única: você retira todo o dinheiro de uma vez.

Retirada conforme a necessidade: você continua deixando o dinheiro investido trabalhando a seu favor e vai retirando à medida que for precisando. Aqui, é importante ficar atento à carência de 60 dias entre os resgates.

Compra de renda: você troca o acumulado pela garantia de receber um valor por um prazo. Pode ser alguns anos ou até de forma vitalícia. Para Lueny, essa é uma opção geralmente ruim. "Por exemplo, se você optar pela renda vitalícia, tendo uma expectativa de vida de mais X anos, e morrer antes disso, o dinheiro fica com a seguradora, e não com os beneficiários. Por isso, você precisa ficar muito atento aos detalhes do seu contrato no momento da assinatura", diz.

É bem comum as pessoas acharem que só podem mexer no dinheiro com uma idade xis, mas não é assim. Você pode mexer na previdência. Geralmente, pode ser que não compense fazer isso, por causa das características da previdência que você escolheu. Mas você pode.
Lueny Santos

Previdência privada é um investimento ruim?

Você pode ter feito uma escolha inadequada. Se você acha que a sua previdência está rendendo pouco, ou mesmo teve prejuízo em um período, você precisa saber por que decidiu colocar dinheiro nela. O erro pode ocorrer por três motivos:

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Escolher uma previdência privada com as características erradas. "Daí, no momento do resgate, você acaba perdendo dinheiro ou pagando muito imposto", diz.

Não acompanhar o fundo e desconhecer onde ele investe ou não ter um fundo adequado ao seu perfil.

Pagar a taxa de carregamento. "Antes, ela era muito comum. Hoje em dia, ela é zerada para a maioria das previdências. A taxa de carregamento, que é um um valor pago cada vez que você fizesse um aporte ou um resgate", diz.

O que é PGBL e VGBL?

PGBL e VGBL são tipos de planos de previdência. Eles determinam quando e como você vai pagar o Imposto de Renda. Você escolhe como vai pagar o imposto: em cima do valor total ou em cima da rentabilidade.

PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre): Quando você for resgatar o dinheiro, lá no futuro, vai pagar IR sobre todo o dinheiro investido, não só os rendimentos. É ideal para quem faz a declaração anual completa de Imposto de Renda, já que você pode usar os investimentos para deduzir até 12% da renda tributável.

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Você troca o momento de pagar imposto. "Na previdência PGBL, você consegue colocar a previdência PGBL na sua declaração de Imposto de Renda como uma dedução. Você deixa de pagar imposto hoje, para pagar lá na frente, no momento do resgate, quando a alíquota do IR é menor", diz.

VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre): No resgate, você vai pagar IR somente sobre a rentabilidade. Por outro lado, não há benefício fiscal na declaração do IR enquanto você está investindo. Segundo Lueny, é indicada para quem faz a declaração simplificada do IR ou para quem quer complementar o valor da previdência na carteira (uma parte em PGBL, usando o benefício fiscal, e outra em VGBL).

Como escolher o tipo de tributação?

Há dois tipos de tributação: regressiva e progressiva.

Regressiva: a alíquota do IR diminui conforme o tempo. Ou seja, quanto mais tempo você fica com o dinheiro investido, menor é a alíquota de imposto.

Até 2 anos: 35%

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De 2 a 4 anos: 30%

De 4 a 6 anos: 25%

De 6 a 8 anos: 20%

De 8 a 10 anos: 15%

Acima de 10 anos: 10% (menor alíquota)

Progressiva: a alíquota é cobrada conforme a renda tributável.

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Até R$ 1.903,98: isento

De R$ 1.903,98 até R$ 2.826,65: 7,5%

De R$ 2.826,65 até R$ 3.751,05: 15%

De R$ 3.751,05 até R$ 4.664,68: 22,5%

Acima de R$ 4.664,68: 27,5%

Para progressiva, a alíquota na fonte é de 15% no resgate. Depois, terá ajuste posterior na declaração anual de IR. É recomendada para quem não tem a opção de ficar um longo período (maior que seis anos) sem fazer um resgate.

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Na previdência, você escolhe a modalidade e a tributação. Pode ter: uma PGBL regressiva, uma PGBL progressiva, uma VGBL regressiva, uma VGBL progressiva.

Vantagens e particulares da previdência privada

Ajuda no planejamento sucessório. A previdência privada não entra no inventário e, por isso, os beneficiários indicados recebem o dinheiro muito mais rapidamente. Também há diminuição nos custos —em muitos estados, essa transferência de capital é isenta de ITCMD (Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação). "Vale ficar atento a um ponto: se você faz a retirada única do dinheiro, você perde esse benefício sucessório", afirma Lueny.

Portabilidade. É permitido trocar o fundo aplicado sem precisar resgatar o dinheiro e pagar Imposto de Renda por ele. Também é permitido trocar o regime de tributação de progressivo para regressivo, mas o tempo zera a contagem e inicia novamente. O contrário não é permitido.

Dá para ter várias opções. "Você não consegue trocar PGBL por VGBL ou VGBL por PGBL, porque são tipos de modalidade. Mas você pode ter as duas, ter vários fundos, ter produtos diferentes na carteira com essas características previdenciárias", diz.

Como funciona a rentabilidade desses produtos?

Depende. Os fundos não têm uma taxa fixa. "Os fundos têm o 'benchmark', que é o objetivo de alcançar uma rentabilidade. Mas depende da movimentação dos ativos que estão na carteira, da movimentação dos investidores", diz.

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Existem vários tipos de produtos, como:

Fundos de renda fixa pós-fixados: investem prioritariamente em títulos públicos e privados pós-fixados, nos quais a rentabilidade varia de acordo com o indicador de referência.

Fundos de renda fixa de inflação: investem em produtos atrelados à inflação. "Vale ficar atento à inflação, pois, se seu dinheiro não rende acima da inflação, você está perdendo o seu poder de compra", diz Lueny.

Fundos multimercados: têm a liberdade de investir em ativos de renda fixa, moedas, ações, derivativos e investimento no exterior.

É importante conhecer a estratégia do fundo, onde ele está investindo, para entender os riscos que você está assumindo e alinhar com o que, de fato, faz sentido para você.
Lueny Santos

Aulão: Como se aposentar sem depender do INSS

Quer se aposentar cedo, viver de renda e ter uma vida tranquila? Investir pensando na aposentadoria é um sonho comum. Mas o que muitos não sabem é que planos de previdência não são os únicos produtos que podem ajudar com esse objetivo. O UOL terá um aulão, que começa no dia 24 de agosto, sobre o tema "Como se aposentar sem depender do INSS". Serão três lives ao vivo, e assinantes podem rever as aulas quantas vezes quiserem.

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Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.

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