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Você está endividado e acha que não consegue investir? Pode, sim, veja onde

O primeiro passo para quem quer sair das dívidas é desenhar estratégias que, realmente, vão te ajudar a sair desse contexto. Mas dá para começar a investir mesmo estando endividado - e alguns investimentos são essenciais.

Ter uma reserva financeira é importante, mesmo que você ainda tenha dívidas. É o que diz a planejadora financeira Lueny Santos, no Papo com Especialista, programa ao vivo do UOL.

Essa matéria é o segundo aulão da série "De endividado a investidor: como se livrar das dívidas e guardar mais dinheiro". Leia abaixo a análise da planejadora financeira e assista ao programa completo de 5 de outubro. Serão três lives ao vivo, e assinantes podem rever as aulas quantas vezes quiserem.

Assista ao aulão no Papo com Especialista, programa ao vivo do UOL, todas as quintas-feiras, das 16h às 16h40. Assine aqui e participe!

A última série do Papo com Especialista foi sobre como se aposentar sem depender do INSS. Para saber mais, acesse "Como se aposentar sem depender do INSS e por que começar a investir já".

Dá para ter dívidas e investir um pouco todo mês?

Sim, desde que o seu foco seja investir para montar a sua reserva financeira. A reserva financeira tem a essência de segurança, não é de acúmulo de patrimônio. "Nesta fase de organização do fluxo mensal, de traçar estratégia para sair das dívidas, não é o momento de pensar em investir para médio e longo prazo. Está no momento de você pensar em investimentos para a sua reserva financeira", diz ela.

A regra que o mercado sugere é que você tenha uma reserva de seis a 12 vezes a sua renda mensal. "Em um cenário de dívida isso pode não ser real. Então, vale olhar para o seu contexto e entender o que é possível", afirma Lueny. Para ela, em uma primeira etapa da sua reserva, você pode ter o equivalente a um ou dois meses. "E depois, quando der uma aliviada no seu orçamento, você volta para aumentar e acelerar essa reserva", afirma.

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A reserva financeira deve estar acessível a qualquer momento. "Mas não tão disponível para você querer pegar sempre, como para pagar o cartão de crédito estourado mais uma vez ou para fazer compras de consumo que não são prioridades nesse momento ou até mesmo para fazer uma viagem", diz Lueny. Uma boa dica é colocar em um investimento em outro banco ou corretora, para aumentar a distância e evitar usar esse dinheiro em situações que não são de emergência.

A reserva é para segurança. É importante ligar a reserva financeira à segurança para você conseguir lembrar o objetivo dela.

A estratégia de se tornar um investidor deve fazer parte da sua vida financeira para sempre. Vale priorizar a constância de você ter um valor previsto no seu orçamento, para conseguir investir. A gente começa pela reserva financeira.

Por que montar a reserva financeira?

Quitar as dívidas ou investir? Para quem já tomou a decisão de olhar para a própria situação financeira, ajustou o seu padrão de vida, definiu o que de fato é prioridade e conseguiu desenhar um plano de ação, provavelmente você deve ter feito um questionamento: Começo quitando as dívidas ou fazendo uma reserva financeira?

Ficar sem reserva pode piorar seu problema. Ela diz que, geralmente, quando uma pessoa está inadimplente, um dos primeiros movimentos é querer quitar as dívidas, parar de pagar juros o mais rápido possível e, assim, limpar o nome. Para que você consiga desenhar uma estratégia para quitar suas dívidas, ter a reserva financeira vai garantir que esse plano de ação que você desenhou aconteça, caso surja algum imprevisto.

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Vale lembrar que imprevistos podem acontecer no meio do caminho, e ter uma reserva financeira vai te ajudar a não entrar novamente nesse ciclo de dívidas.
Lueny Santos, planejadora financeira

Quais são as opções de investimentos para a reserva?

De dívidas à reserva financeira. Em um cenário de endividamento, primeiro você olha para o seu orçamento, desenha uma estratégia para fechar o seu mês e consegue ter um valor para guardar para a sua reserva, antes de começar a quitar essas dívidas. Ou seja, você precisa saber quanto dinheiro consegue ter sobrando todos os meses para investir e pagar as dívidas. Isso serve para garantir que você consiga seguir o seu plano de quitação de dívidas, caso algum imprevisto aconteça, segundo Lueny.

Liquidez diária e segurança. Os produtos adequados para a reserva financeira devem ter liquidez diária (resgatar o dinheiro a qualquer momento) e segurança (com baixa volatilidade), onde você não vai ter surpresas com o valor investido.

Existem três opções de produtos:

1) Tesouro Selic. Você vai emprestar dinheiro para o governo. O Tesouro Selic tem rentabilidade atrelada à taxa Selic e uma parte prefixada. É um produto que tem data de vencimento (é quando o dinheiro vai cair na sua conta, caso você não precise dele antes, mas você consegue resgatar a qualquer momento).

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Na plataforma do Tesouro Direto, estão disponíveis dois títulos do Tesouro Selic, com vencimentos em 2026 e 2029. O investimento mínimo é de cerca de R$ 138. Vale ressaltar que as condições de investimentos citadas aqui são referentes ao dia 5 de outubro. As taxas podem variar de um dia para o outro.

2) CDB de liquidez diária. Você vai emprestar dinheiro para o banco. Hoje, a maioria dos bancos (até os digitais) disponibiliza esse produto, e a rentabilidade esperada é de 100% do CDI, no mínimo. O CDI é baseado na taxa Selic.

3) Fundos de renda fixa simples. Você vai terceirizar a escolha dos ativos para uma equipe especializada. A principal diferença em relação ao Tesouro Selic e CDB é que a rentabilidade não é fixa, você não tem uma data de vencimento do fundo e o seu aporte de todo mês vai sempre para o mesmo lugar —diferente dos títulos, que, a cada aplicação, você tem um novo contrato, um novo título.

O ponto importante é entender quais são as características que mais te deixam seguro, para você conseguir investir na sua reserva em um produto que faça sentido para você.

Como equilibrar o pagamento de dívidas e o investimento

Tudo vai depender de como o seu orçamento mensal está. "Ele está mais apertado ou mais tranquilo para ter dinheiro para distribuir para os dois objetivos? A ideia é ter a reserva e ter um plano para quitar as dívidas. Mas, se você já consegue conter as dívidas, já deu um grande passo na sua vida financeira", diz.

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Segundo ela, o primeiro passo é conter as dívidas. O segundo é conseguir encaixar o valor da reserva no seu orçamento, e o terceiro é conseguir encaixar um valor no orçamento para quitar as dívidas antes e poder realizar os seus outros projetos depois.

Dá para começar mesmo com o orçamento apertado. A sugestão é que você foque uns meses na montagem da reserva financeira, para depois comece a juntar dinheiro e ir pagando as dívidas atrasadas ou amortizando o seu saldo devedor. Para quem está com o orçamento mensal mais tranquilo, o ideal é dividir o dinheiro entre esses dois projetos: reserva e quitação das dívidas.

Aqui, o ponto mais importante é garantir que você tenha uma estratégia de controle para as suas despesas variáveis. São aquelas que acontecem no dia a dia, como alimentação, lazer, transporte, farmácia, etc.

Você precisa ter muita clareza de quanto pode gastar, da sua meta para a fatura do cartão de crédito, e assim garantir que vai conseguir guardar dinheiro todo mês para a reserva e para o pagamento das dívidas.
Lueny Santos

Onde investir para reduzir um financiamento imobiliário?

Antes, é preciso saber qual a taxa de juros contratada e quais os investimentos que você pretende fazer. Em alguns cenários, a rentabilidade dos investimentos vai ser maior que os juros que você contratou no seu financiamento. Em outros casos, a taxa de financiamento vai ser maior que a dos investimentos. "Você precisa ter sua estratégia muito clara. Geralmente, não compensa a estratégia de guardar dinheiro para poder pagar o financiamento ou os empréstimos", diz Lueny.

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A melhor opção é amortização da dívida para você não ficar pagando juros para o banco. "Vale lembrar que você pode fazer a amortização todo mês, pagando as parcelas do final e reduzindo o prazo do seu financiamento, além de poder usar o saldo do seu FGTS", afirma.

Tenho uma reserva: guardo ou quito minhas dívidas?

Depende. O primeiro passo para você conseguir decidir sobre quitar ou não suas dívidas com a sua reserva é entender a taxa de juros que está pagando, o impacto delas no seu orçamento mensal e quanto o seu dinheiro investido está rendendo todos os meses. "Geralmente, essa conta não fecha, porque os juros das dívidas são maiores do que do investimento da reserva. E aqui estou comparando produtos com liquidez diária, que vai render 100% do CDI", diz a planejadora financeira.

Outro ponto a considerar é o seu contexto familiar. Segundo ela, uma pessoa solteira tem, em tese, mais condições de pegar a metade da reserva para pagar dívidas. "Como é só ela que depende daquele orçamento, ela vai conseguir depois fazer outros ajustes, abrir mão de outras coisas. Já uma família com filhos pequenos, por exemplo, precisa tomar um pouco mais de cuidado nessa decisão", diz.

O que você precisa fazer? Defina no seu orçamento um valor para investir todo mês. "Isso te ajuda a criar o hábito de todo mês guardar dinheiro para a reserva", diz. Uma dica é fazer uma transferência programada. "Não deixe para fazer isso no final do mês, senão o dinheiro não sobra." "Se não mudar o seu comportamento nem a sua mentalidade de como você está lidando com o dinheiro, nenhuma estratégia vai funcionar", afirma.

A reserva financeira é o primeiro passo para você conseguir se tornar um investidor.

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Não significa que você deve pegar todo o dinheiro da sua reserva para quitar a sua dívida, porque o dinheiro não está 'rendendo bem'. Lembre que você não sabe quando pode ter um imprevisto.

Um bom planejamento financeiro para quitar dívidas é aquele que funciona para a sua realidade. Você precisa ter os números muito claros e detalhados, para garantir que você vai chegar onde quer. E, se no meio do caminho alguma coisa fugir do seu controle, que você consiga recalcular a rota.

Aulão: De endividado a investidor: como sair das dívidas e ter mais dinheiro

Dívidas são um dos principais obstáculos para quem quer organizar sua vida financeira. Pensando nisso, o UOL preparou um aulão para quem quer se livrar das dívidas para sempre e ter mais dinheiro para investir e realizar seus sonhos.

Qual a melhor estratégia para se livrar das dívidas? Dá para começar a investir mesmo endividado? E qual é o melhor investimento para iniciantes? Todas essas perguntas serão respondidas em uma série de três lives.

A primeira live sobre o tema já saiu. Veja aqui o passo a passo para se livrar das dívidas.

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Assista ao aulão no Papo com Especialista, programa ao vivo do UOL, todas as quintas-feiras, das 16h às 16h40. Assine aqui e participe!

A última série do Papo com Especialista foi sobre Como investir para se aposentar sem depender do INSS. Para saber mais, acesse este link .

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Opinião

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