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Brasil puxa bolsas de valores da América Latina para baixo, diz banco

O Ibovespa continua sendo o índice com o pior desempenho na América latina, segundo um levantamento feito pelo banco americano Goldman Sachs. Em dólares, o principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, acumula queda de 9,4% no ano, de 2 de janeiro até o fechamento de quinta-feira (16). Isso puxa o desempenho médio das outras bolsas no continente para baixo.

Em contrapartida, o Mexbol, o índice da bolsa mexicana, teve valorização de 1,6% no mesmo período. A média dos índices latino-americanos, o LatAm, caiu 6,4%. Dentre todos os mercados emergentes, o índice EM, teve alta de 7%. Nos Estados Unidos, o Standard & Poors 500 evoluiu 11%.

Por que a Bolsa do Brasil foi tão mal?

O maior problema é a desvalorização do real. A moeda nacional perdeu 5,3% no ano e isso desvaloriza todos os ativos da Bolsa.

Mas houve outros fatores também, como ruídos políticos. A intervenção na Petrobras, que esta semana teve mudanças no comando, é o maior deles.

Além disso, o preço do ferro pesou. Mineradoras, como a Vale (VALE3), têm grande peso no Ibovespa, a queda do preço internacional do minério de ferro puxa o índice para baixo. A Vale é atualmente a maior empresa do índice, com 13,53% de peso, segundo a consultoria Elos Ayta. E 2 de janeiro até o dia 16 de maio, o preço do minério de ferro caiu 17%, segundo o GS.

Os juros americanos também afetaram a Bolsa brasileira. Enquanto os Estados Unidos continuarem mantendo os juros no patamar atual - entre 5,25% a 5,50% ao ano - os investidores internacionais continuam preferindo aplicar seu dinheiro por lá em vez de arriscar valores aqui.

Fuga de estrangeiros

Por isso, os estrangeiros estão tirando dinheiro da Bolsa brasileira. Em abril, a saída de capital estrangeiro somou R$ 1,7 bilhão, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

Um levantamento do Goldman Sachs mostra o mesmo. O banco levantou que houve saída de R$ 700 milhões por semana durante as últimas quatro semanas. Nos três primeiros meses do ano esse número era menor. As saídas somavam R$ 200 milhões por semana.

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Vai continuar assim?

O Goldman Sachs acredita que há chances para uma virada. "A forte atividade econômica e o preço em baixa das ações sugerem que há espaço para uma reavaliação, se as taxas de juros começarem a descer", publicou o banco. Ações de bancos, de empresas nacionais que podem ganhar com a baixa dos juros são as preferidas do GS.

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