Diretora do FMI alerta que emergentes não escaparão ilesos de uma recessão
Os países avançados ameaçados de recessão são afetados por um "círculo vicioso" econômico, disse nesta quinta-feira (15) a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, advertindo que os emergentes "não escaparão ilesos".
"Se não forem tomadas medidas coletivas e enérgicas, existe um risco real de que as principais economias retrocedam ao invés de avançar", explicou Lagarde em um discurso pronunciado no centro de análises Woodrow Wilson, em Washington.
A crise da dívida na Zona Euro se intensificou, os Estados Unidos continuam mergulhados num debate interno sobre a direção a seguir para reativar o emprego e os países emergentes, que impulsionam a economia mundial, sofrem um superaquecimento, resumiu Lagarde.
Nos países ricos, "o magro crescimento e os balanços frágeis de governos, instituições financeiras e lares interagem negativamente, e isso gera uma crise de confiança e reprime a demanda, o investimento e a criação de empregos", afirmou Lagarde, faltando uma semana para a assembleia anual do FMI e Banco Mundial.
"Este círculo vicioso está se acelerando e, verdade seja dita, foi exacerbado pela indecisão na hora de tomar medidas e pela disfunção política", criticou a diretora-gerente.
"Os vínculos financeiros transmitem estes tremores de maneira rápida e ampla. E dada a persistência dos problemas de dívida, os riscos para a estabilidade financeira aumentaram significativamente", analisou.
"Se as economias avançadas sucumbirem à recessão, os mercados emergentes não escaparão ilesos. Ninguém escapará. O reequilíbrio é de interesse mundial, mas também nacional", advertiu a diretora do FMI.
Os grandes bancos centrais decidiram reforçar o fornecimento de liquidez em dólares ao mercado financeiro, como parte de uma ação coordenada, anunciou nesta quinta-feira o Banco Nacional Suíço (BNS).
A iniciativa é coordenada pelo BNS, pelo Banco da Inglaterra, pelo Banco do Japão, pelo Banco Central Europeu (BCE) e pelo Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos, informa a instituição suíça em um comunicado. O anúncio provocou um movimento de alta nas bolsas europeias.
Os BCs disponibilizarão para os bancos liquidez em dólares em troca de garantias, a um prazo de três meses, para cobrir as necessidades de financiamento além de 31 de dezembro deste ano. As operações terão uma taxa fixa e volume ilimitado.
As três operações de refinanciamento se unirão às efetuadas com prazo de uma semana, também em dólares, ativadas em maio de 2010, anunciou o BCE.
As operações acontecerão nos dias 12 de outubro, 9 de novembro e 7 de dezembro, segundo o calendário do BCE.
Paralelamente, o Brasil lançou a ideia de uma ação coordenada internacional, que poderá passar por um empréstimo do Fundo Monetário ou dos países denominados Brics (que incluem a Rússia, China, Índia e África do Sul) para comprar a dívida europeia.
Os Brics discutirão na semana que vem, em Washington, uma eventual ajuda à Europa, confirmou informou na terça-feira (13) o ministro da Fazenda do Brasil, Guido Mantega.
A reunião está prevista para quinta-feira, dia 22, em Washington, e contará com ministros de Finanças e presidentes de bancos centrais dos Brics, à margem das reuniões da primavera entre o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.