Copom mantém Selic em mínimo histórico de 6,5%
Brasília, 12 dez 2018 (AFP) - O Banco Central (BC) manteve, nesta quarta-feira (12), sua taxa básica de juros em seu mínimo histórico de 6,5% em sua última reunião antes da chegada ao poder do presidente Jair Bolsonaro, em 1º de janeiro.
A decisão, aprovada por unanimidade entre os nove membros do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC está dentro da expectativa da maioria dos analistas.
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O Copom afirma em comunicado que o país continua a se recuperar gradualmente, e aponta para um "arrefecimento do risco" de não haver reformas estruturais para solucionar as contas públicas, mas adverte que o país continua exposto a um cenário externo "desafiador para economias emergentes".
A agenda liberal de ajustes fiscais, privatizações e abertura econômica do presidente eleito Jair Bolsonaro lhe rendeu amplo apoio dos investidores.
Esse movimento ganhou força com a indicação de Paulo Guedes para o Ministério da Economia e do atual diretor de tesouraria do Banco Santander, Roberto Campos Neto, para dirigir o BC.
Contudo, para agradar o mercado financeiro, Bolsonaro terá que alcançar realizações que o governo de Michel Temer não conquistou, como a reforma da Previdência, considerada a principal para equilibrar as contas públicas.
Houve deflação de 0,21% em novembro em relação a outubro, na segunda inflação negativa no ano. No acumulado em 12 meses, o índice de inflação IPCA foi de 4,05% - abaixo do centro da meta do BC, de 4,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto para cima ou para baixo.
A estimativa do mercado é que a inflação em 2018 seja de 3,71%. Em 2017, o IPCA teve um aumento de 2,95%.
Para 2019, a pesquisa Focus prevê crescimento econômico de 2,53% e inflação de 4,07%, com uma taxa de juros de 7,5%. Há um mês, a previsão para a Selic era de 8%.
A próxima reunião do Copom, já na nova gestão, está marcada para os dias 5 e 6 de fevereiro de 2019.
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