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Descarbonização e menos agrotóxicos são tendências sustentáveis na Agrishow

Visitantes na Agrishow 2024 Imagem: Divulgação/Agrishow

Danielle Castro

Colaboração para o UOL, em Ribeirão Preto (SP)

30/04/2024 22h32Atualizada em 01/05/2024 17h25

A redução no uso de agrotóxicos (também chamados de agrodefensivos) e a descarbonização da produção são destaques entre as tendências de sustentabilidade apresentadas nos estandes da Agrishow, uma das maiores feiras agropecuárias do país, que vai até sexta-feira (3) em Ribeirão Preto (SP).

No portfólio de novidades em ferramentas e estratégias para tornar o campo mais sustentável, estão robôs que eliminam insetos, contenção de pragas com bioinsumos e até a substituição do diesel por energia solar gerada pelos próprios equipamentos agrícolas.

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O setor está buscando fazer a sua parte no movimento mundial para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e tentar conter as mudanças climáticas. É uma demanda também do governo brasileiro, que tem estimulado o uso de combustíveis limpos. O vice-presidente Geraldo Alckmin lembrou, na abertura da feira, no último domingo (28), que a porcentagem de etanol misturado à gasolina já subiu de 27,5% para 30%, e que a de biodiesel no diesel está em 14% do diesel, a maior composição da história do produto, podendo chegar até 25% nos próximos anos.

"Nós exportamos petróleo bruto, mas importamos derivados. Vamos importar menos e agregar no nosso combustível o etanol. Vamos transformar a cana em combustível, energia, bioeletricidade. Vamos ter que trocar o querosene do avião. Brasil, Índia e EUA farão isso. É uma grande oportunidade", disse Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

Menos pesticidas

A Solinftec apresentou na 29ª edição da Agrishow alguns dos resultados do robô Solix, máquina movida com inteligência artifical que reduz em 45% o uso de pesticidas. Segundo Bruno Pavão, diretor de receitas da Solinftec, a pegada verde do Solix atinge diversos pontos da cadeia de produção. A primeira é a redução de emissão de carbono, pois o maquinário é 100% elétrico e tem recarga feita por energia solar. Também reduz a compactação do solo por ser um equipamento leve, o que melhora a infiltração, e o uso de recursos hídricos da fazenda.

"Quando a gente olha para a aplicação localizada na parte do herbicida, a gente fala em uma redução da água para preparar a cauda em mais de 80%, e uma redução de até 95% no uso de químicos no solo", diz Pavão. Com isso, cai ainda o efeito residual, ou seja, a presença das moléculas químicas tóxicas na terra.

O manejo com biológicos, feito com microorganismos, é outra ferramenta que ajuda a combater as pragas na plantação com queda dos resíduos nocivos no solo e na colheita. Segundo Edgar Zanotto, diretor de marketing da Vittia, o produto biológico tem efeito prolongado, evitando a necessidade de aplicações de agrotóxicos .

"Quanto mais você usa, mais natural vai deixando o ambiente e menos precisa usar outros tipos de produto, elevando produtividade, rentabilidade e aprimoramento do balanço socioambiental do agronegócio brasileiro", diz Zanotto. A empresa trouxe em 2024 para a feira duas grandes novidades: o Izaturbo, cepa exclusiva de alta tecnologia para diversas culturas, especialmente a de Citrus; e o novo alvo do Bio-Imune, biológico para controle da podridão vermelha da cana.

Sem microplástico e pneu sustentável

Uma parceria da Vittia com a Matsuda trouxe para o mercado a primeira linha de sementes de forrageiras a adotar um tratamento totalmente livre de microplásticos e de fungicidas químicos. O modelo incorpora uma tecnologia inédita de incrustação com tratamento biológico Gold Green Star.

A Trelleborg, do grupo Yokohama TWS, por sua vez, exibiu pela primeira vez no país o pneu TM1 Eco Power, produzido com 65% de materiais reciclados e biomateriais. O produto foi projetado tanto para tratores tradicionais quanto elétricos, sendo o primeiro elaborado para veículos do campo híbridos. O pneu apresenta um design com propriedades de auto limpeza, resistência ao rolamento de até 47%, tração 26% maior em solo rígido e contribui para eficiência energética da máquina, diminuindo o consumo de combustível e bateria do trator e causando, assim, menor impacto ambiental. A meta da Yokohama TWS é, até 2035, alcançar a neutralidade de emissão de CO2 .

Reduzindo a instabilidade climática

Para viabilizar o acesso à agricultura irrigada, menos suscetível a fenômenos climáticos como o El Niño e o La Niña, e com geração de energia limpa, a Valley lançou nesta Agrishow um programa de assinatura de pivôs de irrigação. O grupo já revende ao agro energia fotovoltaica, mas, com os pivôs, passou também a oferecer baterias abastecidas com energia limpa, garantindo redução de gastos com geradores a base de diesel.

Murilo Risso, Gerente Comercial da Ag Solar Valley, conta que a empresa instalou na na Agrishow um sistema híbrido funcionando com múltiplas fontes de energia. "A gente tem a fotovoltaica, a concessionária e o gerador a diesel. É interessante porque o cliente tem flexibilidade para usar a fonte de energia que ele prefere e conseguimos automatizar para que ele tenha a melhor eficiência energética e de custo", afirma Risso.

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