Terminal de US$ 1 bi de Kuala Lumpur está afundando, diz empresa aérea
(Bloomberg) -- O novo terminal de passageiros do Aeroporto Internacional de Kuala Lumpur está afundando, com rachaduras aparentes na pista de taxiamento e poças d'água que os aviões têm de atravessar.
Os defeitos podem causar atrasos nos voos, aumentar o desgaste dos aviões e representar possíveis riscos à segurança, segundo a AirAsia Bhd., a maior usuária do novo terminal. Embora os pousos e decolagens não tenham sido afetados, a empresa aérea pediu às autoridades malaias que resolvam os problemas antes que os passageiros se machuquem, disse o CEO Aireen Omar em entrevista, em Kuala Lumpur.
"O aeroporto ainda está afundando", disse Aireen. A operadora, a Malaysia Airports Holdings Bhd., "realizou um recapeamento parcial, mas o que o aeroporto realmente precisa é de uma solução permanente".
As reclamações a respeito do novo terminal coroam a fase ruim do setor de aviação da Malásia após dois acidentes mortais sofridos pela empresa aérea nacional -- o desaparecimento não solucionado do voo MH370, em março de 2014, e a derrubada de outro avião, sobre a Ucrânia, em julho do ano passado. As despesas de construção do klia2, como o novo terminal é conhecido, passaram de uma estimativa inicial de cerca de 1,7 bilhão de ringgits (US$ 446 milhões) para 4 bilhões de ringgits.
"Desde o MH370, foram encontradas muitas deficiências na infraestrutura de aviação da Malásia", disse Shukor Yusof, o fundador da consultoria Endau Analytics, de Cingapura. "As autoridades não fizeram o bastante para solucionar essas deficiências, nem para colocá-las em um nível de Primeiro Mundo".
Acúmulo de água
O Ministério dos Transportes da Malásia criou um comitê independente de auditoria que formulará um relatório sobre os problemas de acúmulo de água "no devido tempo", disse o ministério à Bloomberg. A Malaysia Airports, que usou seus próprios recursos para corrigir a situação, "será responsável pelas conclusões e pelas soluções propostas", disse o ministério em um e-mail.
A AirAsia inicialmente se recusou a mudar, quando o klia2 foi inaugurado, em maio de 2014, citando temores relacionados às operações dos voos e à segurança. A operadora cedeu quando o governo disse que interromperia os serviços de imigração e alfândega no antigo terminal de baixo custo.
"Nós nunca deveríamos ter mudado", disse o cofundador e CEO do grupo AirAsia, Tony Fernandes, a repórteres em Kuala Lumpur na segunda-feira (27). "Eu estava certo, a direção da AirAsia estava certa: era preciso deixar o piso assentar, consertá-lo e só depois mudar".
O grupo AirAsia de empresas aéreas transportou 15,2 milhões de passageiros por meio do klia2 no primeiro ano de operação, respondendo por 87% da movimentação do terminal, segundo dados da Malaysia Airports. A Tiger Airways Holdings Ltd., a Cebu Air Inc. e a Malindo Air preferiram não comentar sobre suas experiências no novo terminal. Um funcionário da Lion Mentari Airlines PT não respondeu aos pedidos de resposta.
"Se você vai ao aeroporto, você pode ver o acúmulo de água com seus próprios olhos", disse Mohshin Aziz, analista da Malayan Banking Bhd. em Kuala Lumpur. Contudo, disse ele, "isso é mais um fator de irritação do que um risco para a segurança".
A construção do klia2 começou em 2009 quando o crescimento das viagens de baixo custo, particularmente da malaia AirAsia, elevaram a movimentação de passageiros acima da capacidade do terminal de baixo custo. Com 257 mil metros quadrados, o klia2 pode atender 45 milhões de passageiros e tem potencial de expansão.
A Malaysia Airports disse que os afundamentos e o acúmulo de água no klia2 foram causados pelos diferentes assentamentos de solo na praça de manobra e na pista de taxiamento, onde parte da estrutura é construída por meio de estaqueamento e parte sobre terreno normal.
Bangkok, Kansai
O assentamento "estava previsto desde o início da construção", disse a Malaysia Airports em resposta por e-mail a perguntas. As partes interessadas, como a AirAsia, estão sendo atualizadas semanalmente sobre o progresso da manutenção e estão "constantemente envolvidas com as questões operacionais".
O aeroporto está atacando o problema com remendos e recapeamentos das áreas problemáticas e com a injeção de poliuretano sob o solo. Uma laje de concreto que será concluída até abril do ano que vem oferecerá uma solução mais permanente, disse a Malaysia Airports.
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